Sem grandes assuntos polêmicos, viajo na maionese. Venho
acompanhando os últimos desdobramentos das negociações feitas entre os
chefões da Indy e os donos de vários circuitos espalhados por esta
galáxia láctea. Randy Bernard, que comanda a bagaça, está falando com
Deus e o diabo em busca do calendário ideal, um agregado de 19 provas.
O sonho de vida de Bernard é ter algo em torno de 50% de mistos e 50% de ovais. Como não dá para dividir 19 por dois sem haver uns quebrados, ficamos com uma corrida mais ali, uma menos acolá, e todos sorriem satisfeitos.
O problema é que esse negócio de montar um calendário dá um trabalho danado quando você quer chegar a um ponto onde fãs, pilotos e tesoureiros ficam felizes. Não adianta levar a Indy ao circuito mais legal do planeta se o dinheiro não rola. Por outro lado, agir como Bernie Ecclestone, que não enxerga constrangimentos em realizar corridas num autódromo momesco encravado no interior do Uzbequistão, também não garante que os espectadores baterão palmas. Randy Bernard, até aqui, se mostrou um homem interessado em reavivar a Indy, tornando-a um negócio lucrativo e divertido.
Até aqui, vários boatos circularam pela boca do povo. Alguns circuitos tradicionais, como Elkhart Lake e Pocono, estão em vias de retornar à categoria já em 2013. Ademais, a categoria vem conversando com vários prefeitos e representantes de grandes cidades americanas visando promover mais daquelas malfadadas corridas de rua, que enchem o saco e também as burras. Aparentemente, Randy Bernard está atirando para todos os lados para ver no que dá. Apoio. Em tempos de recuperação, é melhor tentar de tudo. Às vezes, alguma coisa de bom acontece lá na frente.
Viajo na maionese. Durante momentos de puro ócio criativo, que andam sendo pouquíssimos, fico esboçando calendários fictícios. Pego as vinte melhores pistas do planeta, junto e fico confabulando como seria se Sebastian Vettel duelasse contra Lewis Hamilton em Nordschleife, Will Power e Dario Franchitti decidissem um título em Potrero de los Funes ou uma disputa entre vários carros de GP2 tivesse espaço em Enna-Pergusa. Num mundo ideal, traçados metropolitanos ridiculamente travados e elefantes brancos erguidos no coração de áridos califados não teriam espaço no esporte a motor.
Hoje, apresento a vocês aquele que consideraria um calendário legal para a Indy. Não exagerei demais. Seriam vinte etapas realizadas nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália. Todos os circuitos citados já sediaram etapas da Indy ou de outras categorias importantes nos EUA. Quase todos aí ainda existem. Procurei fazer apenas duas coisas: criar um conjunto de provas que fosse mais voltado para os americanos e variar ao máximo os tipos de traçado, desde os circuitos de rua mais encardidos até os superspeedways mais desafiadores.
Sigo uma ordem geográfica razoável. Ou seja, não adianta promover corridas lá no norte dos Estados Unidos em novembro, quando o frio já terá tomado conta de tudo. E também não adianta fazer o hipotético piloto viajar da Califórnia para Nova Iorque em uma semana apenas para ter de voltar à mesma Califórnia na semana seguinte.
Nossa temporada começa no início de fevereiro com a corrida de Long Beach, talvez o circuito de rua americano de maior tradição na história do automobilismo de monopostos. Uma pista com trechos velozes alternados com algumas das curvas mais apertadas da temporada no meio de prédios e ao lado de uma praia é a melhor maneira de começar um ano. Os pilotos agradecem.
Depois disso, a trupe da Indy viaja para o leste, mais precisamente para o tórrido estado do Arizona. Por lá, eles se aventuram no oval de Phoenix, o primeiro da temporada. Com apenas uma milha e baixa inclinação, a velocidade nem é tão alta, mas a chance de acidentes também não é pequena. Jacques Villeneuve e Hiro Matsushita que o digam.
No mês de março, minha Indy avançaria mais um pouco a leste e desembarcaria no Texas, o estado redneck por natureza. Por lá, os pilotos enfrentariam o primeiro oval de altíssima velocidade da temporada, o de Texas, oras bolas. Os ossos dos pilotos que se preparem.
Na semana seguinte, a quarta etapa da temporada seria realizada numa pista que nunca recebeu a Indy, mas que não deixa de ser interessante. Belo circuito misto com quase todas as curvas feitas para a direita e envolvido por um belíssimo cenário, Lime Rock é um palco que agradaria tanto aos fãs de mistos como aos doidos por ovais. É um traçado pequeno e nem tão sofisticado, mas muito interessante.
No final de março, a Indy volta ao seu habitat natural. No coração dos Estados Unidos, os pilotos arriscam suas almas no pequeno oval de Iowa. Idealizado por Rusty Wallace, ele não chega a ter uma milha de extensão. Além de ser pequeno, ele é composto apenas por uma reta e uma longa curva à esquerda. Não é a mais emocionante das pistas, mas não a deixaria de fora por ter um traçado único.
Mas chega de ficar no meio da caipirada. Em abril, viajamos para Wisconsin, onde o clima é um pouco melhor e as pessoas são um pouco mais saudáveis. Começamos com o tradicionalíssimo oval de Milwaukee, composto por duas retas iguais separadas por duas curvas de 180º. Cartesiano, perfeitinho, simétrico, este é um dos autódromos mais antigos do planeta.
Mas nossa estadia em Wisconsin ainda não acabou. Ali pertinho de Milwaukee, os pilotos finalmente voltarão a fazer curvas para os dois lados. Elkhart Lake é o local da nossa próxima parada. Um dos circuitos preferidos dos pilotos da Indy, ele possui vários trechos de alta velocidade, grandes retas e elevações de terreno. Não há como não gostar.
No finalzinho de abril, o calendário retorna aos ovais. Desta vez, a velocidade dispara. Com suas duas milhas e sua grande inclinação, Michigan recebe uma das corridas mais velozes e desafiadoras da temporada. Um excelente lugar para quem gosta de ver uma multidão de carros raspando rodas lado a lado a mais de 340km/h.
Vocês sabem a quem pertence o mês de maio. O estado do Indiana e suas 500 Milhas de Indianápolis se tornam a grande atração do automobilismo mundial durante 30 dias. 33 pilotos largam neste oval de 2,5 milhas tentando abocanhar um prêmio milionário e a glória de se juntar a nomes como Jim Clark, Graham Hill, Mario Andretti e A. J. Foyt na turma dos vencedores da corrida mais importante dos Estados Unidos.
Depois da festança de Indianápolis, os pilotos voltam a se preparar para virar o volante para os dois lados. Junho começa com uma das corridas mais bizarras da temporada, aquela que é realizada na pista de pouso e decolagem do Burke International Airport. Os mais fanáticos sabem que estou falando de Cleveland, talvez o melhor circuito misto que já existiu na história do automobilismo quando falamos em ultrapassagens. Sua largura permite que milhões de carros andem lado a lado durante várias voltas seguidas.
Duas semanas depois, toda a patota pega o avião em direção à Pensilvânia, terra da família Andretti. Por lá, existia um oval pra lá de esquisito: curtinho, plano, veloz e com curvas de diferentes raios. Um roval, na novilíngua de Rick Mears. Com vocês, Nazareth, um circuito que fez parte do calendário da Indy durante muito tempo e que fechou as portas em 2004. Na minha Indy, o simpático autódromo está lá, ressuscitado.
Você se cansou de tanto oval? Então vamos enfiar uns mistos no mês de julho. O primeiro deles é Montreal, aquele da Fórmula 1. Uma pista com curvas lentas, freadas fortes, muros sempre próximos e um cenário deslumbrante caberia perfeitamente bem na Indy. Para melhorar, sempre chove. Para quem pilota, uma desgraça. Para mim, excelente. Os canadenses também agradecem.
De volta aos States, rumamos ao estado de Nova York. Um calendário que engloba as pistas mais interessantes dos Estados Unidos não poderia deixar de contar com Watkins Glen, que fez parte do calendário da F1 durante muito tempo. Veloz, desafiador e bastante perigoso, são poucos os circuitos contemporâneos que possibilitam corridas tão boas. A Indy de Randy Bernard deveria se esforçar para trazê-lo de volta ao calendário.
Na semana seguinte, seguimos para Nova Jersey, que é ali do lado. A poucos quilômetros da cidade de Nova York, capital mundial dos executivos moderninhos e das peruas de cabecinha oca, há um enorme complexo esportivo cujo estacionamento comporta bem uma pista de corridas. Direto do túnel do tempo, trago à tona o bizarro circuito de Meadowlands, um dos meus favoritos. Ele chamava a atenção por ter quase que somente curvas à esquerda e muros baixos – um pequeno oval de rua, por assim dizer. Mesmo assim, as velocidades eram baixas e o piloto deveria ter, acima de tudo, paciência para vencer.
Em agosto, pegamos um avião e seguimos para o sul. Na Virginia, há um oval minúsculo, de apenas meia milha. As duas retas de menos de 400 metros cada são separadas por duas curvas de apenas 12 de inclinação°. No meu calendário, a 15ª etapa seria realizada em Martinsville, uma pista que eu adoraria ver na Indy exatamente por sua pequeneza. Nunca vi monopostos correndo por lá, mas por que não haver uma primeira vez?
A outra corrida de agosto será realizada numa pista moderna, bonitona, chique. OK, nem tanto. Mas não consigo não me simpatizar com Barber, construída no meio do Alabama. Trata-se de um traçado dos mais variados, cheio de subidas, descidas, retas, curvas de alta e de baixa velocidade, chicanes e trechos que agradam o netinho e a vovó.
Aí nós pegamos um trem e cortamos milhares de quilômetros Estados Unidos adentro rumo à Califórnia. De volta ao estado praieiro, teremos três das últimas quatro etapas da temporada. Logo de cara, chegamos ao monumental oval de Ontario, que realizou corridas da Indy no início dos anos 80. Com 2,5 milhas, ele era parecidíssimo com Indianápolis e a única diferença residia na inclinação das curvas, bem menor do que na pista de Indiana. Faz falta.
Na semana seguinte, outro oval. O último do ano. Assim como nos bons tempos da CART, Fontana surge para fechar a temporada de ovais da Indy. O que dizer de um lugar onde Gil de Ferran foi capaz de alcançar 409km/h numa etapa em 2000? Esta pista de duas milhas de extensão e suave inclinação é um dos mais velozes e perigosos do planeta. Um bom lugar para um título ser definido.
Mas caso o campeão não surja por lá, há ainda outros dois lugares muito bons para isso. Ainda na Califórnia, há um circuito permanente muito legal. Não é veloz, não é seguro e não propicia tantas ultrapassagens, mas muita gente adora, talvez pensando na Corkscrew e na ultrapassagem que Alessandro Zanardi fez sobre Bryan Herta em 1996. Sim, meus amigos, isto é Laguna Seca, que não pode faltar em um calendário ideal da Indy.
Mês de outubro. Vamos à última corrida da temporada. Nada como terminar o ano num lugar quente, ensolarado e com uma bela praia ao lado, não? Vamos à Austrália, ora pois. Surfers Paradise é um lugar bonito pra caramba e ainda sediava algumas das corridas mais malucas que a Indy já viu. Quando chove, tudo vira de ponta-cabeça e qualquer um pode ganhar. E a pista é maldosa com os pilotos, que estão sempre pertos de um acidente.
Esta seria a Fórmula Indy ideal para mim. Gostou do calendário? Faça aí suas sugjhhjkbestões.
O sonho de vida de Bernard é ter algo em torno de 50% de mistos e 50% de ovais. Como não dá para dividir 19 por dois sem haver uns quebrados, ficamos com uma corrida mais ali, uma menos acolá, e todos sorriem satisfeitos.
O problema é que esse negócio de montar um calendário dá um trabalho danado quando você quer chegar a um ponto onde fãs, pilotos e tesoureiros ficam felizes. Não adianta levar a Indy ao circuito mais legal do planeta se o dinheiro não rola. Por outro lado, agir como Bernie Ecclestone, que não enxerga constrangimentos em realizar corridas num autódromo momesco encravado no interior do Uzbequistão, também não garante que os espectadores baterão palmas. Randy Bernard, até aqui, se mostrou um homem interessado em reavivar a Indy, tornando-a um negócio lucrativo e divertido.
Até aqui, vários boatos circularam pela boca do povo. Alguns circuitos tradicionais, como Elkhart Lake e Pocono, estão em vias de retornar à categoria já em 2013. Ademais, a categoria vem conversando com vários prefeitos e representantes de grandes cidades americanas visando promover mais daquelas malfadadas corridas de rua, que enchem o saco e também as burras. Aparentemente, Randy Bernard está atirando para todos os lados para ver no que dá. Apoio. Em tempos de recuperação, é melhor tentar de tudo. Às vezes, alguma coisa de bom acontece lá na frente.
Viajo na maionese. Durante momentos de puro ócio criativo, que andam sendo pouquíssimos, fico esboçando calendários fictícios. Pego as vinte melhores pistas do planeta, junto e fico confabulando como seria se Sebastian Vettel duelasse contra Lewis Hamilton em Nordschleife, Will Power e Dario Franchitti decidissem um título em Potrero de los Funes ou uma disputa entre vários carros de GP2 tivesse espaço em Enna-Pergusa. Num mundo ideal, traçados metropolitanos ridiculamente travados e elefantes brancos erguidos no coração de áridos califados não teriam espaço no esporte a motor.
Hoje, apresento a vocês aquele que consideraria um calendário legal para a Indy. Não exagerei demais. Seriam vinte etapas realizadas nos Estados Unidos, no Canadá e na Austrália. Todos os circuitos citados já sediaram etapas da Indy ou de outras categorias importantes nos EUA. Quase todos aí ainda existem. Procurei fazer apenas duas coisas: criar um conjunto de provas que fosse mais voltado para os americanos e variar ao máximo os tipos de traçado, desde os circuitos de rua mais encardidos até os superspeedways mais desafiadores.
Sigo uma ordem geográfica razoável. Ou seja, não adianta promover corridas lá no norte dos Estados Unidos em novembro, quando o frio já terá tomado conta de tudo. E também não adianta fazer o hipotético piloto viajar da Califórnia para Nova Iorque em uma semana apenas para ter de voltar à mesma Califórnia na semana seguinte.
Nossa temporada começa no início de fevereiro com a corrida de Long Beach, talvez o circuito de rua americano de maior tradição na história do automobilismo de monopostos. Uma pista com trechos velozes alternados com algumas das curvas mais apertadas da temporada no meio de prédios e ao lado de uma praia é a melhor maneira de começar um ano. Os pilotos agradecem.
Depois disso, a trupe da Indy viaja para o leste, mais precisamente para o tórrido estado do Arizona. Por lá, eles se aventuram no oval de Phoenix, o primeiro da temporada. Com apenas uma milha e baixa inclinação, a velocidade nem é tão alta, mas a chance de acidentes também não é pequena. Jacques Villeneuve e Hiro Matsushita que o digam.
No mês de março, minha Indy avançaria mais um pouco a leste e desembarcaria no Texas, o estado redneck por natureza. Por lá, os pilotos enfrentariam o primeiro oval de altíssima velocidade da temporada, o de Texas, oras bolas. Os ossos dos pilotos que se preparem.
Na semana seguinte, a quarta etapa da temporada seria realizada numa pista que nunca recebeu a Indy, mas que não deixa de ser interessante. Belo circuito misto com quase todas as curvas feitas para a direita e envolvido por um belíssimo cenário, Lime Rock é um palco que agradaria tanto aos fãs de mistos como aos doidos por ovais. É um traçado pequeno e nem tão sofisticado, mas muito interessante.
No final de março, a Indy volta ao seu habitat natural. No coração dos Estados Unidos, os pilotos arriscam suas almas no pequeno oval de Iowa. Idealizado por Rusty Wallace, ele não chega a ter uma milha de extensão. Além de ser pequeno, ele é composto apenas por uma reta e uma longa curva à esquerda. Não é a mais emocionante das pistas, mas não a deixaria de fora por ter um traçado único.
Mas chega de ficar no meio da caipirada. Em abril, viajamos para Wisconsin, onde o clima é um pouco melhor e as pessoas são um pouco mais saudáveis. Começamos com o tradicionalíssimo oval de Milwaukee, composto por duas retas iguais separadas por duas curvas de 180º. Cartesiano, perfeitinho, simétrico, este é um dos autódromos mais antigos do planeta.
Mas nossa estadia em Wisconsin ainda não acabou. Ali pertinho de Milwaukee, os pilotos finalmente voltarão a fazer curvas para os dois lados. Elkhart Lake é o local da nossa próxima parada. Um dos circuitos preferidos dos pilotos da Indy, ele possui vários trechos de alta velocidade, grandes retas e elevações de terreno. Não há como não gostar.
No finalzinho de abril, o calendário retorna aos ovais. Desta vez, a velocidade dispara. Com suas duas milhas e sua grande inclinação, Michigan recebe uma das corridas mais velozes e desafiadoras da temporada. Um excelente lugar para quem gosta de ver uma multidão de carros raspando rodas lado a lado a mais de 340km/h.
Vocês sabem a quem pertence o mês de maio. O estado do Indiana e suas 500 Milhas de Indianápolis se tornam a grande atração do automobilismo mundial durante 30 dias. 33 pilotos largam neste oval de 2,5 milhas tentando abocanhar um prêmio milionário e a glória de se juntar a nomes como Jim Clark, Graham Hill, Mario Andretti e A. J. Foyt na turma dos vencedores da corrida mais importante dos Estados Unidos.
Depois da festança de Indianápolis, os pilotos voltam a se preparar para virar o volante para os dois lados. Junho começa com uma das corridas mais bizarras da temporada, aquela que é realizada na pista de pouso e decolagem do Burke International Airport. Os mais fanáticos sabem que estou falando de Cleveland, talvez o melhor circuito misto que já existiu na história do automobilismo quando falamos em ultrapassagens. Sua largura permite que milhões de carros andem lado a lado durante várias voltas seguidas.
Duas semanas depois, toda a patota pega o avião em direção à Pensilvânia, terra da família Andretti. Por lá, existia um oval pra lá de esquisito: curtinho, plano, veloz e com curvas de diferentes raios. Um roval, na novilíngua de Rick Mears. Com vocês, Nazareth, um circuito que fez parte do calendário da Indy durante muito tempo e que fechou as portas em 2004. Na minha Indy, o simpático autódromo está lá, ressuscitado.
Você se cansou de tanto oval? Então vamos enfiar uns mistos no mês de julho. O primeiro deles é Montreal, aquele da Fórmula 1. Uma pista com curvas lentas, freadas fortes, muros sempre próximos e um cenário deslumbrante caberia perfeitamente bem na Indy. Para melhorar, sempre chove. Para quem pilota, uma desgraça. Para mim, excelente. Os canadenses também agradecem.
De volta aos States, rumamos ao estado de Nova York. Um calendário que engloba as pistas mais interessantes dos Estados Unidos não poderia deixar de contar com Watkins Glen, que fez parte do calendário da F1 durante muito tempo. Veloz, desafiador e bastante perigoso, são poucos os circuitos contemporâneos que possibilitam corridas tão boas. A Indy de Randy Bernard deveria se esforçar para trazê-lo de volta ao calendário.
Na semana seguinte, seguimos para Nova Jersey, que é ali do lado. A poucos quilômetros da cidade de Nova York, capital mundial dos executivos moderninhos e das peruas de cabecinha oca, há um enorme complexo esportivo cujo estacionamento comporta bem uma pista de corridas. Direto do túnel do tempo, trago à tona o bizarro circuito de Meadowlands, um dos meus favoritos. Ele chamava a atenção por ter quase que somente curvas à esquerda e muros baixos – um pequeno oval de rua, por assim dizer. Mesmo assim, as velocidades eram baixas e o piloto deveria ter, acima de tudo, paciência para vencer.
Em agosto, pegamos um avião e seguimos para o sul. Na Virginia, há um oval minúsculo, de apenas meia milha. As duas retas de menos de 400 metros cada são separadas por duas curvas de apenas 12 de inclinação°. No meu calendário, a 15ª etapa seria realizada em Martinsville, uma pista que eu adoraria ver na Indy exatamente por sua pequeneza. Nunca vi monopostos correndo por lá, mas por que não haver uma primeira vez?
A outra corrida de agosto será realizada numa pista moderna, bonitona, chique. OK, nem tanto. Mas não consigo não me simpatizar com Barber, construída no meio do Alabama. Trata-se de um traçado dos mais variados, cheio de subidas, descidas, retas, curvas de alta e de baixa velocidade, chicanes e trechos que agradam o netinho e a vovó.
Aí nós pegamos um trem e cortamos milhares de quilômetros Estados Unidos adentro rumo à Califórnia. De volta ao estado praieiro, teremos três das últimas quatro etapas da temporada. Logo de cara, chegamos ao monumental oval de Ontario, que realizou corridas da Indy no início dos anos 80. Com 2,5 milhas, ele era parecidíssimo com Indianápolis e a única diferença residia na inclinação das curvas, bem menor do que na pista de Indiana. Faz falta.
Na semana seguinte, outro oval. O último do ano. Assim como nos bons tempos da CART, Fontana surge para fechar a temporada de ovais da Indy. O que dizer de um lugar onde Gil de Ferran foi capaz de alcançar 409km/h numa etapa em 2000? Esta pista de duas milhas de extensão e suave inclinação é um dos mais velozes e perigosos do planeta. Um bom lugar para um título ser definido.
Mas caso o campeão não surja por lá, há ainda outros dois lugares muito bons para isso. Ainda na Califórnia, há um circuito permanente muito legal. Não é veloz, não é seguro e não propicia tantas ultrapassagens, mas muita gente adora, talvez pensando na Corkscrew e na ultrapassagem que Alessandro Zanardi fez sobre Bryan Herta em 1996. Sim, meus amigos, isto é Laguna Seca, que não pode faltar em um calendário ideal da Indy.
Mês de outubro. Vamos à última corrida da temporada. Nada como terminar o ano num lugar quente, ensolarado e com uma bela praia ao lado, não? Vamos à Austrália, ora pois. Surfers Paradise é um lugar bonito pra caramba e ainda sediava algumas das corridas mais malucas que a Indy já viu. Quando chove, tudo vira de ponta-cabeça e qualquer um pode ganhar. E a pista é maldosa com os pilotos, que estão sempre pertos de um acidente.
Esta seria a Fórmula Indy ideal para mim. Gostou do calendário? Faça aí suas sugjhhjkbestões.
Fonte: indy-speedway
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br/blog/indy-speedway/a-minha-indy
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