23 de abr. de 2012

O que esperar da compra de Nardò pela Porsche



A Porsche anunciou semana passada a compra do Nardò Technical Centre pela Porsche Engineering, um complexo automotivo com os mais diversos tipos de pistas e laboratórios para o desenvolvimento de veículos. Mas porque comprar uma pista de testes se Nürburgring é logo ali?

A Porsche já possui dois complexos para desenvolvimento de projetos, um na cidade de Weissach, a menos de 40 quilômetros de Zuffenhausen, inaugurado em 2007 com garagens, oficinas e um centro de logística com mais de 4,5 milhões de componentes. Além de outro na cidade de Leipzig (cidade natal do Cayenne, Panamera e Carrera GT), com uma pista de teste certificada pela FIA e um traçado off road.
O Grupo VW conta ainda com a pista de testes em Ehra-Lessien, onde James May superou os 400 km/h com o Bugatti Veyron e a versão Super Sport 16.4 cravou 431,07 km/h, atual recorde de velocidade de um automóvel de produção.

Assim como Ehra-Lessien, Nardò é lembrada como uma pista de testes para quebra de recordes, com um oval de 12,5 quilômetros com quatro faixas. O comprimento e a inclinação da pista permitem que na faixa externa o volante fique reto a 240 km/h. Lá foram batidos alguns recordes de velocidade.
O recorde quebrado pelo Veyron por sinal, foi o de 388 km/h registrado no vídeo acima pelo Koenigsegg CCR no dia 28 de fevereiro de 2005 em Nardò. Repare no pouco esterçamento do volante. Em 1992, muito antes do Koenigsegg, a Autocar retirou os retrovisores do Bugatti EB110 GT para chegar a 342 km/h (antes, a Auto, Motor und Sport mediu 336 km/h sem modificações), enquanto Martin Brundle levou o XJ220 a 349,4 km/h (341,7 km/h sem modificações), ambos em Nardò.
O McLaren F1 superou o recorde do XJ220 na mesma pista, registrando 372 km/h em 1993. Porém, em 1998 o modelo chegou aos 391 km/h em Ehra-Lessien sem o limitador de giro, ainda hoje o recorde para carros com aspiração natural.

Foi lá também que em 2006 a Brabus estabeleceu o recorde de velocidade para um sedã com o Rocket, uma versão endemoniada da Mercedes CLS. O quatro portas – que também deve ser a viatura de polícia mais rápida do mundo – marcou 365,7 km/h durante um evento da revista AutoBild. No mesmo dia, um Cayenne Turbo da Enco registrou 294,5 km/h, um recorde para SUVs que durou três anos até o Cayenne Turbo S da Techart e o Brabus GLK V12 passarem das 200 mi/h (321,2 km/h). Resta esperar a G-Power alugar a pista para ver até onde chega seu X6 Typhoon.

Talvez mais impressionante do que o sedã e os SUVs foi a Kombi que passou dos 310 km/h no mesmo oval.
Mas Nardò não serve só para quebras de recordes de velocidade máxima. O complexo inclui ainda uma faixa interna para caminhões, circuitos mistos para veículos comerciais e de passeio, um traçado com diferentes superfícies, outra para testes de som e um laboratório de emissões além, claro, de oficinas.
A Mercedes-Benz usou o oval de Nardò para quebrar três recordes mundiais de velocidade média com o 190 E 2.3-16 (aquele mesmo com preparação Cosworth); 247,094 km/h em 25.000 km, 247,749 km/h em 25.000 milhas e 247,939 km/h em 50.000 km, registrados durante uma maratona de oito dias, com reabastecimentos e troca de pilotos a cada duas horas e meia.

E não dá para esquecer o Volkswagen W12, mais conhecido como Nardò, que quebrou o recorde mundial de velocidade média em 24 horas com 322,891 km/h em 2002.
Recentemente, a Porsche aproveitou as instalações da pista para testar o protótipo do 918 Spyder Hybrid e agora, além de não precisar pagar mais pelo uso da pista, vai poder convidar toda a família.

Mais do que isso, a Porsche Engineering é a subsidiária da marca que desenvolve projetos em parceria com outras empresas, caso do VW Porsche 914, Mercedes-Benz 500E, Audi RS2 Avant e do Lada Samara, assim todos podem sair ganhando.
E talvez a maior vantagem na compra seja ter um complexo que não é refém do clima. Diferente do clima temperado de Weissach e Ehra-Lessien (respectivamente no sul e no norte da Alemanha), Nardò tem um clima mediterrâneo. Sua localização próxima à Lecce (no salto da bota italiana) garante um funcionamento durante quase todo o ano, sete dias por semana.
Tomara que a empresa continue a alugar a pista para eventos, como os realizados pelas revistas alemãs e a fabricante Continental, que venham mais recordes.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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