9 de mar. de 2012

Testamos o Peugeot 408 com novos motor e câmbio

Downzising no propulsor (1.6 Turbo) e "upsizing" na transmissão (seis marchas), como ele se sai?
Hairton Ponciano Voz // Fotos: Guilber Hidaka
Guilber Hidaka
O downsizing do motor fez bem ao sedã 408, que ganhou desempenho com economia
 
Visual nunca foi o problema: desde que chegou às lojas, há um ano, o Peugeot 408 exibe um estilo moderno e imponente, especialmente na frente e nas laterais. O acabamento também agradou. As superfícies são bem cuidadas, assim como a área envidraçada e a dirigibilidade. Mas nem tudo neste Peugeot era nota 10. Suspensão, freios e direção formam um belo time, mas o câmbio automático de quatro marchas dá trancos, e o motor 2.0 de 151 cavalos bebe muito. A má notícia é que esse conjunto que não agrada muito vai continuar nas versões Allure (básica), Feline (intermediária) e até na Griffe (topo de linha). A boa é que a Griffe também passa a oferecer um motor menor, porém melhor: o 2.0 foi trocado pelo 1.6 turbo THP (Turbo High Pressure).

Desenvolvido em parceria com a BMW, ele traz entre seus avanços técnicos injeção direta e comando variável, e chega acompanhado pelo câmbio automático de seis marchas. É o mesmo conjunto que equipa o 3008 e o RCZ, só que com os 165 cv do RCZ (superior aos 156 cv do 3008). A Peugeot manteve o preço do 408 Griffe anterior (R$ 81.490). Com isso, a briga com as versões mais caras de Civic, Cruze, Elantra, Corolla e Fluence tende a ficar mais equilibrada.
Guilber Hidaka
Novo motor bebe só gasolina, e fez média de 11.4 km/l na cidade e 13.9 km/l na estrada
A troca do conjunto mecânico fez muito bem à versão topo de linha do 408. Para começar, o desempenho melhorou muito. O aumento de potência nem foi tão estrondoso assim, mas os 14 cavalos adicionais transformaram o 408 no sedã mais forte da categoria. O resultado é que você compara os números do teste e vê que o tempo de aceleração despencou quase três segundos: enquanto o 2.0 faz 0 a 100 km/h em 12,0 s, o novo 1.6 turbo derrubou a marca para 9,1 s.
O novo motor bebe só gasolina (o 2.0 é flex), mas mostrou-se muito econômico. De acordo com nosso teste, fez média de 11,4 km/l na cidade e 13,9 km/l na estrada. Nada mau para um carro capaz de retomadas cerca de 50% mais rápidas que no modelo 2.0. Isso é resultado não apenas da boa potência, mas também do exuberante torque de 24,5 kgfm, disponível a 1.400 rpm – o 2.0 oferece torque máximo (22,0 kgfm) a 4.000 rpm. Resumindo: é como se o motor 1.6 THP tivesse o torque de um motor diesel em baixa rotação e potência de gasolina em alta!
Além do motor, o câmbio de seis marchas também tem grande parcela nessa melhora de desempenho e consumo. Para começar, os trancos típicos da caixa de quatro marchas (e comuns tanto em modelos da Peugeot como nos carros da Citroën) desapareceram. As trocas estão mais suaves, porque essa transmissão é bem mais moderna, e aproveita melhor a potência suplementar gerada pelo motor.
Guilber Hidaka
Peugeot 408 Griffe roda silenciosamente, evidenciando o bom isolamento acústico
Acho que uma evolução dessas merecia borboletas para trocas no volante, que, aliás, também é novo nessa versão. De resto, há muito pouco o que criticar. A direção eletro-hidráulica tem bom peso, e passa segurança em alta velocidade. A coluna acomoda os comandos de som e controlador de velocidade (com limitador). Suspensão e freios respondem muito bem, e estão adequados para um carro que tem desempenho de esportivo, embora traga roupagem (e tamanho) de sedã familiar. O modelo também vem com controle de estabilidade e tração.
Externamente, a única novidade são as rodas aro 17, que ganharam desenho que lembra as da Mercedes. Nessa versão Griffe, praticamente tudo no carro já é de série, caso dos faróis de xenônio direcionais (com acendimento automático), limpador com sensor de chuva, som com entrada auxiliar, Bluetooth e GPS com tela de sete polegadas retrátil. É um grande avanço em relação ao conterrâneo Fluence, cuja tela é fixa. No 408, basta desligar o carro que ela se recolhe sozinha. Além disso, pode-se regular a inclinação, para evitar incidência de sol.
O Guilherme, meu filho de 9 anos, achou que um carro desses deveria ter câmera de ré, equipamento disponível em todas as versões do Civic. Mas argumentei que ao menos o modelo vem com sensor de ré e um gráfico que mostra na tela a proximidade dos obstáculos. Outros equipamentos de série são teto solar, ar-condicionado digital com regulagens independentes e bancos de couro. O único opcional é o ajuste elétrico para o banco do motorista.
Guilber Hidaka
Tudo o que se vê na foto é de série, incluindo GPS com tela retrátil, alumínio nas pedaleiras e ar-condicionado com ajustes independentes
Além da pegada esportiva, o 408 Griffe roda silenciosamente, evidenciando o bom isolamento acústico, tanto do motor como da suspensão. Espaço também é o forte desse francês feito na Argentina. As portas traseiras amplas facilitam entrada e saída. E o entre-eixos de 2,71 metros garante bom espaço. O mesmo vale para o porta-malas, com capacidade para 523 litros. Não é o maior da categoria, mas não faz feio. E vem com revestimento na tampa e amortecedores, que não roubam espaço.
O mais curioso é que a Peugeot diz que as duas versões de motorização irão conviver na versão Griffe. Isso quer dizer que o comprador pode escolher entre um motor 2.0 que anda menos e bebe mais, acoplado a um câmbio de apenas quatro marchas, ou partir para o moderno 1.6 turbo que oferece melhor desempenho com maior economia. O único ponto a favor do 2.0 é o fato de ser flex. De resto, a balança pende totalmente para o 1.6. Até porque o preço é o mesmo!
Guilber Hidaka
Motor 1.6 turbo de 165 cv deu vida nova ao 408; con entre-eixos de 2,71 m, o espaço atrás é bom; as rodas aro 17 têm novo desenho

Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a): http://revistaautoesporte.globo.com
Comente está postagem.

Nenhum comentário: