25 de mar. de 2012

O milagre de Sepang por Rafael Lopes

Fernando Alonso faz a festa na Malásia
Impressionante. Mágica, disse a Ferrari. Quase um milagre. A corrida de Fernando Alonso pode ser classificada de todas essas formas. Com razão, diga-se de passagem. Com o péssimo F2012 nas mãos, o espanhol fez chover em Sepang.
Até demais, diria. Após a interrupção de 52 minutos, ele foi brilhante. Parou nos boxes nas horas certas e abriu uma excelente vantagem aproveitando-se de sua habilidade na pista molhada. Ah, também contou com sua já conhecida sorte. Quando era pressionado pelo surpreendente Sergio Pérez, da Sauber, ela entrou na pista. O mexicano cometeu um erro, passou reto e ajudou o bicampeão a assegurar a vitória. O milagre de Sepang: obra de “Magic Alonso”, como é chamado pelos fãs. Apesar do erro no fim, Pérez também merece muito destaque. Com a Sauber, um dos carros em ascensão nesta temporada, o mexicano ficou muito próximo de ser o primeiro piloto do país a vencer desde o GP da Bélgica de 1970, quando Pedro Rodríguez triunfou com a BRM. Pilotou como gente grande em Sepang. Parecia um piloto experiente, com muito mais tempo de estrada do que seus dois anos na Fórmula 1. Quando perseguia Alonso, o “Ligeirinho” fez uma sequência de NOVE voltas mais rápidas. Mas o mais impressionante mesmo é que Pérez fez o gélido suíço Peter Sauber chorar nos boxes. Já adianto que não acredito em teorias de conspiração sobre o erro e a relação da Ferrari com a Sauber.
Sergio Pérez comemora na Malásia
E Bruno Senna, hein? Como o mundo dá voltas… Lembro que, na semana passada, tive de ler uma série de comentários enterrando a carreira do brasileiro após apenas uma corrida. E a reação veio em pista molhada, onde ele tem muita habilidade. Com a Williams em franca ascensão, ultrapassou pelo menos cinco carros na parte final da corrida: Daniel Ricciardo (STR), Michael Schumacher (Mercedes), Nico Hulkenberg (Force India), Jean-Eric Vergne (STR) e Paul di Resta (Force India). E foram manobras ousadas, quase todas por fora. O sobrinho do tricampeão Ayrton Senna tem potencial sim para superar – e com folga o “jardineiro” Pastor Maldonado. Aliás, bastou as condições ficarem um pouco mais complicadas para o venezuelano sumir de cena. E quem sai com uma situação preocupante da Malásia é Felipe Massa. Fritado em óleo quente pela imprensa italiana, principalmente a revista “Autosprint”, na semana passada, o brasileiro se viu em uma situação complicada. Com o mesmo carro de Alonso, fez uma corrida ruim. Ao menos admitiu que errou na escolha do momento de fazer suas paradas nos boxes. Para completar, Pérez, membro da Academia de Pilotos da Ferrari, teve um desempenho excepcional. E o mexicano é um dos especulados para assumir a vaga do brasileiro. Ou seja: promessa de mais tempestades na passional mídia italiana nas próximas semanas. Não tem jeito: as críticas virão fortes. Agora é se resignar e se esforçar mais do que nunca para reagir rápido.
Bruno Senna no GP da Malásia
A McLaren acabou sendo a grande vítima da chuva. Com um carro que sobrava em pista seca, a equipe não apresentou o mesmo desempenho sob chuva. Além disso, o sempre equilibrado Jenson Button ainda cometeu um erro primário que estragou sua corrida, ao acertar o indiano Narain Karthikeyan, da HRT, e danificar sua asa dianteira. Apesar disso, merece destaque a calma de Lewis Hamilton. Quando notou que não tinha carro para brigar pela ponta, o campeão de 2008 foi inteligente. Manteve a calma e não se expôs a riscos desnecessários. Pensou no campeonato e garantiu uma excelente terceira posição. Ele agora é o vice-líder da temporada 2012, apenas cinco pontos atrás de Alonso, o novo líder. Aliás, é impressionante como a chuva consegue movimentar uma corrida. A pista de Sepang não é conhecida por proporcionar muitas ultrapassagens, mas a pista molhada sempre torna as coisas animadas por lá. As tempestades tropicais tumultuam muito a ordem natural da prova. De qualquer forma, foi uma decisão arriscada neste ano. Com a largada às 16h locais, o risco de a chuva encerrar a prova é enorme, principalmente por causa da luz natural, já escassa a essa hora. Mas o saldo acabou positivo em 2012. Fonte: voandobaixo
 Disponível no(a): http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/
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