11 de fev. de 2012

automobilismo - 1987, uma odisseia no automobilismo



Se tivesse que escolher uma época para acompanhar de perto o automobilismo de ponta mundial, certamente essa seria o fim da década de 80. Se a pergunta fosse mais específica eu também não precisaria refugar: 1987 estaria na ponta da língua. Acompanhe, veja e concorde por que escolher esta data para representar o suprassumo da velocidade no mundo.

Fórmula 1


Grid da Fórmula 1 era recheado de estrelas. Consegue identificar cada uma delas na foto?

Vivendo a conhecida, saudosa, insana e amada “era turbo”, a Fórmula 1 do fim da década de 80 reunia grandes equipes, vários pilotos de ponta e inúmeros times garageiros, que enchiam o paddock e faziam com que os GP’s tivessem que ter até uma pré-classificação, tamanho o número de carros inscritos.
Figurando nos boxes e na pista estavam pilotos da estirpe de Ayrton Senna, Alain Prost, Nigel Mansell, Nelson Piquet, Gerhard Berger, René Arnoux, Michele Alboreto entre outros. E mesmo no fundo do grid apareciam equipes que os fanáticos pela Fórmula 1 nunca esquecem, como a Minardi e a Zakspeed.

Impossível não se apaixonar por isso…

Acima: acidentes fortes marcaram o ano. Abaixo: até as equipes do fim do grid tinham charme

E ainda tinha um detalhe muito legal nesta época. Queria comprar um carro de Fórmula 1? Fácil! Era só juntar dinheiro, porque a oferta era explícita a todos…

Que tal comprar um F-1? Têm muitas opções de escolha!

Cart


Emerson Fittipaldi e Michael Andretti eram apenas duas estrelas na constelação da Cart

Opções de chassis e de motores, mesclagem de pistas, grandes equipes, publico assíduo e pilotos de renome faziam da Cart uma categoria de muito respeito no mundo. Michael e Mario Andretti, Al Unser Jr., Arie Luyendyk, Rick Mears, Bobby Rahal e Emerson Fittipaldi faziam da Fórmula Indy a segunda maior categoria de monopostos de 87.

F-3000


Largadas da categoria eram sempre cheias e com muita confusão. Moreno voou em 87

Categoria de acesso, funcionou como o último passo de um piloto rumo à F1 até a metade da década de 90. Normalmente tinham arquibancadas lotadas, e o público ia assistir corridas com o grid cheio em belas pistas e autódromos. Quem pilotavam nesta época na categoria eram: Stefano Modena, Roberto Moreno, Maurício Gugelmin, Luiz Perez Sala, Andy Wallace, Marco Apicella, Gabriele Tarquini, Pierluigi Martini, Gregor Foitek, Eliseo Salazar, Mark Blundell, entre outros.

F-3 Inglesa


Damon Hill lutou com unhas e dentes contra Johnny Herbert pelo campeonato

Carros rápidos e esguios com uma competitividade alta só podia dar um resultado: sucesso. Ainda mais quando se tinha briga entre chassis, motores e pilotos. Que tal escolher entre Reynard’s, Ralt’s ou Swallow’s com motores VW, Alfa ou Toyota. E quando nos damos conta dos pilotos… Damon Hill, Johnny Herbert, Bertrand Gachot, Martin Donnelly …

Mundial de Esporte Protótipos


O belíssimo Jaguar da Silk/Cut levou Raul Boesel ao título do Mundial

A FIA acertou em cheio nesta. O Mundial de Esporte Protótipos era uma categoria que, mesmo não sendo de monopostos, rivalizava com a Fórmula 1 tanto no desempenho quanto nas máquinas e pilotos. Para se ter uma noção da velocidade que esses carros chegavam, um Jaguar da TWR/Silk Cut virava em Silverstone um tempo de volta igual aos carros com motores aspirados da F-1. Fantástico!

Provas longas e duras maltratavam os carros em várias etapas pelo mundo

Pilotando máquinas da Jaguar, Porsche e Sauber-Mercedes, por exemplo, estavam Eddie Cheever, Jonathan Palmer, Henri Pescarolo, Raul Boesel (campeão da temporada), Derek Bell, John Watson, Klaus Ludwig, Mike Thakwell, Jan Lammers, Jochen Mass, Hans Stuck, Mauro Baldi… E a lista de circuitos então? Só o filé: Monza, Silverstone, Brands Hatch, Nürburgring, Spa…

WRC


Saltar é com o Mundial de Rali. Beleza em cada pulo (e com o público colado!).

Mesmo que 87 não fizesse mais parte do famoso Grupo B do WRC, o Mundial de Rali continuava com grandes máquinas e pilotos acelerando por clássicos estágios mundo afora. Quem não queria ver Juha Kankkunen, Ari Vatanen, Markku Allen e Hannu Mikola saltando e “entortando” Lancia’s, Audi’s, Mitsubishi’s, Ford’s e Opel’s nas etapas de Monte Carlo, Kenya Safari, Acropolis e 1000 Lagos na Finlândia?

FF-2000


Pneus estreitos e radiais faziam da Fórmula Ford uma categoria muito competitiva

Categoria de base para quem sobe do kart, a Fórmula Ford 2000 é uma verdadeira escola para os monopostos, e em 1987 agregava pilotos do naipe de J.J. Letho, Damon Hill e Derek Warwick. Não era fraca não, hein?

NASCAR


Pelotão na Daytona 500 enquanto Earnhardt ainda nem tinha sua clássica pintura negra

A paixão pelos americanos pela NASCAR é indescritível. O público lota as arquibancadas para ver as corridas, e em 87 isso não era diferente. Mas também, ver pilotos como Dale Earnhardt, Richard Petty, Rusty Wallace, Stirling Marling, Terry Labont, Rick Rudd e Darrell Waltrip não era para qualquer categoria. E com uma grande vantagem: ao contrário de hoje, a NASCAR e seus carburadores ainda não ostentava o tom arcaico deslocado no tempo.

WTCC


Máxima categoria do turismo pelo mundo. Será que tinha muitos carros?

Muito melhor e mais importante do que é hoje, a primeira edição do Mundial de Carros de Turismo (WTCC) agregava uma nata de pilotos e mais de uma dezena de carros diferentes. Tudo isso espremido em um grid abarrotado e em provas de longa duração.

BMW M3 aspirado contra um Alfa Romeo 75 Turbo. Vai com qual?

A lista de carros é de arrepiar qualquer careca. BMW M3 E30, Mercedes 190E Evolution, Alfa Romeo 75 Turbo, Ford Sierra RS Cosworth, Maserati Biturbo, Holden Commodore… melhor parar por aqui.

DTM


DTM tinha casa cheia em todas as etapas. Grids também eram lotados

Outra categoria que bombava na Europa era a DTM, o campeonato alemão de turismo. Com quatro anos de idade em 1987, atingiu um nível de competitividade absurdo, mesmo sendo multimarcas. O título da temporada só foi entregue após a última volta da última prova da temporada. Eric van de Poele, Manuel Reuter e Marc Hessel se digladiaram em Salzburg.

IMSA


Clássicos Porsche 962 lado a lado com os belos GTO’s…

Uma espécie de Esporte Protótipos dos Estados Unidos, levava um grande público aos circuitos ao longo de 21 etapas – e nada de oval. E uma das coisas mais legais de se acompanhar era as quatro categorias que corriam na mesma prova. Destaque especial para as especificações GTP e GTO, que misturava protótipos como Porsche 962 e Jaguar XJR-7 e civis preparados como o Toyota Celica GTO, Mazda RX-7,  Camaros, Mustangs e Corvettes preparados. Animal!

F-3 de países


Jean Alesi na época que ainda corria em casa na Fórmula 3 Francesa

Além da renomada F-3 Britânica, que costumava aglomerar astros de países europeus e latinos, as F-3 regionais eram campeonatos acirradíssimos e que mostravam para o mundo grandes talentos. Em 1987 podíamos ver uma disputa na F-3 francesa entre Eric Comas, Jean Alesi e Eric Bernard, enquanto na F-3 alemã Bernd Schneider botava pra quebrar.

Dakar


Mestre Vatanen venceu de forma brilhante o Dakar de 87 com um carro do Grupo B

Sem um Mundial de Rali para os carros do Grupo B, o Paris Dakar de 1987 adotou alguns modelos do extinto campeonato. Resultado? Um viagem da França até o Senegal a bordo das máquinas mais legais do mundo. Méritos para Ari Vatanen, que a bordo de um ‘Peg’ 205 T16 foi o grande campeão. Hoje você imagina um “compacto” desses vencendo o Dakar?

Brasil: Brasileiro de Marcas, Rali de Velocidade, Fórmula Ford, Fórmula 3 Sul-Americano…


Ford Escort Turbo arrepiava no Brasil

No Brasil o Campeonato de Marcas e Pilotos bombava. Eram grids cheios e com carros como o Fiat Uno e o Ford Escort andando na base do turbo, com suspensão e mecânica trabahadas por dedicada equipes de box. Eram espirradas e ultrapassagens uma atrás da outra, e o que é melhor: com uma clara e próxima imagem em relação aos nossos carros daqueles duros dias.
Foi também em 87 que a Stock Car começava a mudar mais radicalmente. No chassi do Opala, eram inseridos carrocerias mais aerodinâmicas que o deixavam com um ar muito mais agressivo e até parecido com os bólidos da NASCAR de anos atrás.
E foi neste ano que uma importante categoria de monopostos foi criado no Brasil. A Fórmula 3 Sul-Americana vinha para formar campeões como Fittipaldi, Zonta, Junqueira, Piquet, Razia, entre outros.

Fórmula Ford também tinha grids lotados

A Fórmula Ford continuava  formar jovens pilotos, mas com um ar de menos importância do que a F-3, e se tornava uma espécie de meio termo depois do kart.
No off-road, o Brasil também era bem servido, tendo seu próprio campeonato de velocidade homologado pela FIA, como também sendo o país sede de várias etapas do Sul-Americano.

Plus: Mundial de Motovelocidade


Randy Mamola acelerando no GP do Japão da categoria 500cc

Mesmo o assunto só tangendo a esfera do automobilismo, não posso deixar de comentar sobre o mundial de motovelocidade, que reunia pilotos de nome como Wayne Gardner, Randy Mamola e Eddie Lawson.
E uma das coisas mais legais de se fazer é pegar e poder ver todas as categorias citadas acima e acompanhar como foi cada campeonato em publicações que tinham extensos e detalhados textos sobre cada prova de cada campeonato. Deus salve a Autosport!

E olha que essas são só de 1987…

Mas depois de ver tudo o que a temporada automobilística de 1987 oferecia, vocês ou corroboram minha opinião ou escolhem outro durante o ano? Deixe sua opinião nos comentários.

Fonte: jalopnik.
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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