24 de fev. de 2012

Acessorios-Jaqueta com airbag para motociclista

Acessório promete proteção contra 80% das lesões mais graves




 Pense naqueles carros com os mais variados tipos de airbags (de motorista, passageiro, laterais...). Agora pense num carro sem airbag nenhum. Mesmo sem essas bolsas de ar, que já salvaram a vida de muita gente, o carro ainda é um meio de transporte muito mais seguro do que a mais segura das motocicletas. Afinal, o carro tem uma célula de sobrevivência, tem componentes na carroceria que absorvem a energia do impacto e ainda tem cinto de segurança. A moto não tem nada entre o condutor e a pista... Pior: só tem duas rodas.
Colete airbag para motoqueiro
A boa notícia é que tem engenheiro tentando compensar um pouco essa falta de segurança.
A Leroup, uma empresa brasileira especializada em equipamentos de proteção individual, associou-se à japonesa Mugen Denko para a criação de uma jaqueta que vem com airbag embutido. Ou seja, se não dá para evitar o tombo, a saída é, pelo menos, minimizar o impacto da queda.

Entenda o processo

O equipamento funciona da seguinte forma: uma trava de segurança liga a jaqueta à estrutura da moto. Quando o motociclista é arremessado, a trava é liberada, acionando um cilindro de gás carbônico que infla as câmaras de ar da jaqueta instantaneamente. O processo todo leva menos de meio segundo, mal dá para piscar.
Proteção airbag para motoqueiro
As câmaras, espalhadas pela jaqueta, abrangem as áreas do pescoço, costas, tórax, abdômen, coluna cervical e cóccix. Segundo Vanderley Almeida, diretor da Leroup, a “jaqueta-airbag” protege contra 80% das lesões críticas que o motociclista pode sofrer.

Ele explica ainda que é necessário um puxão equivalente a 30 quilos para que o cilindro seja ativado, o que impede que o motociclista acione o airbag por engano, ao descer da moto sem destravar o cabo que liga a jaqueta ao veículo de duas rodas.

Diferentemente do que acontece com o airbag de carro, esse da jaqueta pode ser reaproveitado depois de um primeiro impacto.


“Só precisa trocar o cilindro de CO2, que custa em torno de 60 reais”, explica Almeida.
A jaqueta também foi feita com material antiescoriação, para minimizar o “esfolamento” do motociclista que acaba rolando pela pista. Ainda conta com material refletivo aprovado pelo Denatran.

Mais airbags para o motoqueiro

Embora os veículos de quatro rodas já tenham airbags desde os anos 1970 (é isso tudo mesmo), foi só em 2005 que lançaram um sistema parecido para as motocicletas. Foi quando a Honda instalou o recurso em sua Gold Wing. Nesse caso, a bolsa de ar infla sobre o tanque; o objetivo é proteger o motociclista em caso de colisão frontal.

Um ano antes, a empresa espanhola APC Systems já havia lançado um airbag de capacete, para proteger o motociclista de lesões na região cervical. Embora a ideia fosse ótima, ainda não vingou, por tornar o capacete muito pesado. Mas é um primeiro passo para novos desenvolvimentos visando à segurança sobre duas rodas.

Para a proteção do trabalhador

Vanderley Almeida aponta que o objetivo é difundira jaqueta entre as empresas que contam com motociclistas profissionais em seus quadros. Ele acredita que o governo deve indicar a obrigatoriedade da empresa fornecera jaqueta a seus empregados motorizados, assim como qualquer oficina tem o dever de fornecer equipamentos de proteção individual a seus pintores e funileiros – para ficar num exemplo próximo do CESVI.

“Estamos pleiteando junto ao governo a criação de uma norma específica, que dê diretrizes para a profissão de motociclista profissional”, afirma Almeida. “Ele tem de receber equipamento de segurança como um trabalhador comum. Então não se deve classificar essa jaqueta como um equipamento de trânsito, e sim associar com a lei trabalhista, porque é um equipamento de proteção individual.”

Brasil no “top 5” das mortes no trabalho

A Leroup tem toda a razão de mostrar preocupação com a segurança de quem pilota a trabalho. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil é o quarto país com mais óbitos provocados por acidentes de trabalho. Só perde para a China (a “campeã”), Estados Unidos e Rússia. E, coincidência ou não, a área de transportes está entre as que mais matam, junto com armazenagem e comunicações.

Vale ou não vale a pena, sair da empresa mais protegido?
  • Texto: Alexandre Carvalho dos Santos

  • Fotos: Alexandre Martins Xavier

Fonte: webmotors
Disponível no(a): http://www.webmotors.com.br
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