23 de jan. de 2012

Teste: Suzuki Boulevard M1500 tem visual imponente e estratégia de vendas inspirada

Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/CZN
Teste: Suzuki Boulevard M1500 tem visual imponente e estratégia de vendas inspirada  
M1500 se destaca no segmento das customs e Suzuki fica atrás apenas da Harley Davidson

Eduardo Rocha
Auto Press


Em diversos segmentos, a Suzuki consegue emplacar bem suas motocicletas. Casos da Bandit entre as nakeds, a V-Strom no nicho de big trails e as GSX em meio às esportivas. E, mesmo em um campo em que a batalha é bem mais complicada, como entre as customs, a Suzuki consegue não se tornar vítima tão indefesa.
A primeira parte da estratégia da marca japonesa é brigar em dois subsegmentos distintos. A Boulevard M800 enfrenta as conterrâneas Yamaha Midnigth Star 950 e Honda Shadow 750, que em 2011 emplacaram 1.218 e 1.163 unidades, respectivamente, enquanto a Suzuki ficou com 989 unidades. Com a M1500, encara a poderosa Harley-Davidson, que disputa com nada menos que três modelos diferentes no subnicho: Fat Boy, Heritage e Softail, que em 2011 somaram 1.867 unidades, contra 384 da Boulevard de maior cilindrada.

Ou seja, são três M800 para cada M1500 vendida. Mas não se pode negar que a tática da Suzuki dá resultado. A marca somou nada menos que 1.373 unidades entre as custom em 2011 e só perdeu mesmo para a marca-ícone norte-americana. Tanto que resolveu lançar no Brasil uma nova versão da Boulevard, chamada de M1500R. As diferenças para o modelo normal são mínimas. Mudou apenas carenagem dianteira, farol, posição do painel e guidão. Mas foi o suficiente para assemelhar o visual do modelo às V-Rod da Harley – este visual é “exclusivo” do mercado brasileiro.



A “surra” de mercado que a M1500 tomou nem foi tão categórica assim, já que o modelo da Suzuki tem até preço semelhante aos pedidos pela Fat Boy, em torno dos  R$ 45.900 na tabela da Suzuki. Mas a marca japonesa tem outros argumentos para convencer mais de um motociclista por dia a comprar a Boulevard M1500. O primeiro é a confiabilidade que as motocicletas japonesas usufruem no mercado – independentemente de ser ou não verdade, as japonesas têm fama de não quebrar enquanto a marca norte-americana tem um anedotário completo a respeito de sua mecânica. Outro ponto a favor da Suzuki é o visual encorpado do seu modelo, que tem um perfil bem baixo e imponente.

A Boulevard em uma grande quantidade de carenagem. A dianteira é marcada pelo grande para-lama e pelo farol bastante pronunciado. A lateral mostra o vistoso tanque em formato de gota e o tanque de óleo sob o assento. Tudo coberto com bastante cromado. Outro destaque são os grandes canos do escapamento que percorrem de forma paralela toda a lateral da motocicleta. O banco é duplo e a traseira traz a laterna com formato triangular incrustrada no para-lama.

Mecanicamente, a Boulevard M1500 traz um motor de 1.462 cc com comando simples e oito válvulas. No total, ele consegue gerar 81 cv a 4.800 rpm e 12,8 kgfm a 2.700 rotações. O propulsor é dotado de um sistema digital de injeção eletrônica com dupla válvula de borboleta. De acordo com a marca, aliado com a central eletrônica do motor, o sistema melhora a resposta da aceleração e a eficiência do conjunto mecânico.

 

Ficha técnica

Suzuki Boulevard M1500

Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.462 cm³, dois cilindros, quatro válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote.

Câmbio:
Manual de cinco marchas.

Potência máxima: 81 cv a 4.800 rpm.

Torque máximo: 12,8 kgfm a 2.700 rpm

Diâmetro e curso: 96,0 mm X 101,0 mm.

Taxa de compressão: 9,5:1.

Suspensão: Dianteira do tipo telescópica invertida de amortecimento hidráulico com mola helicoidal. Traseira com balança articulada de monoamortecimento hidráulico com mola helicoidal.

Pneus: 120/70 R18 na frente e 200/50 R17 atrás.

Freios: Dianteiro por disco duplo e traseiro por disco simples.

Dimensões: 2,41 metros de comprimento total, 0,87 m de largura, 1,11 m de altura, 1,69 m de distância entre-eixos, 0,14 m de altura do solo e 0,71 m de altura do assento.

Peso: 328 kg.

Tanque do combustível: 18 l.

Produção: Manaus, Amazônia.

Preço: R$ 45.900.





Impressões ao pilotar

Custom de cabo a rabo

Um dos pontos fracos de uma custom é a maneabilidade. Afinal, é uma motocicleta grande, que deixa o piloto espichado no banco e que tem um centro de gravidade baixíssimo. Esta enorme estabilidade é ótima numa estrada lisa, bem desenhada e pavimentada, mas transforma a motocicleta em um trambolho na hora de movimentá-la na garagem ou de passar entre os carros na rua. Alguns modelos até resolvem bem esse dilema, conseguem manter as qualidades rodoviárias e não maltratar tanto o piloto quando em baixas velocidades. Não é esse o caso da Suzuki Boulevard M1500. Nesse aspecto, ela é uma típica custom: boa de estrada, ruim de manobra. Em parte, por culpa de seus mais de 300 kg. Mas também por conta da ciclística, menos equilibrada que o desejável. Mesmo para uma custom.

O jeito desajeitado da M1500 se mantém até 20, 30 km/h. Só a partir daí ela começa a mostrar alguma destreza para rodar. E, conforme a velocidade vai subindo, mais à vontade a motocicleta vai ficando. Nas curvas mais abertas, a custom da Suzuki transmite bastante confiança a quem pilota, mas basta encurtar um pouco o raio para tornar a experiência menos agradável, pois a M1500 exige correções constantes. A distância entre banco e guidão poderia ser um pouco maior – apesar da alta cilidrada, a ergonomia da moto parece mais própria para pessoas com até 1,70 metro. A suspensão também reage mal às irregularidades do piso. A Boulervard é imponente, bonita, tem assentos confortáveis e ótimo torque em qualquer faixa de giro. Mas, como uma típica custom, seu uso deve ser evitado fora das condições ideais.










Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br
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