9 de dez. de 2011

Vitória e vaga para o francês por Rafael Lopes

Romain Grosjean na Lotus
Eis que, no início da manhã desta sexta-feira na Inglaterra (madrugada no Brasil), a Lotus (antiga Renault-Lotus) resolveu acabar com o mistério sobre sua dupla de pilotos para 2012. Após o surpreendente anúncio de Kimi Raikkonen, campeão de 2007, na terça-feira após o GP do Brasil, última corrida da temporada 2011, a equipe anglo-francesa não conseguiu esconder o segredo tanto assim desta vez. O francês Romain Grosjean será o titular do time ao lado do finlandês no próximo ano. Vaga conquistada com o apoio da petrolífera francesa Total, citada no título, na primeira linha e em boa parte do comunicado. Bruno Senna e Vitaly Petrov, que apareciam como favoritos na luta pelo cockpit, ainda estão a pé.









Bem, não sejamos hipócritas. Desde o início, a luta pela segunda vaga na Lotus dependia do aporte financeiro dos patrocinadores pessoais dos pilotos. Senna e Petrov largavam na frente, com boas quantias de seus respectivos apoiadores. Grosjean, entretanto, tinha a seu favor apenas o fato de ser francês e ser piloto da Gravity Sport Management, empresa do Grupo Genii, dono da equipe na Fórmula 1 e que pertence ao empresário Gerard Lopez. Só que a Total, que é a marca oficial de gasolina e de lubrificantes dos motores Renault dos carros do time, resolveu entrar na parada e resolver o problema do francês. O dinheiro bateu na conta e o cockpit ficou com ele.

O currículo do francês nas categorias de base é bom. Membro do extinto Renault Driver Development (RDD), o programa de desenvolvimento de pilotos da marca francesa, ele foi campeão da Fórmula 3 Europeia e da GP2 Asia. Em 2011, levou o título da GP2, principal categoria de acesso, com muita facilidade correndo pela equipe DAMS. Entretanto, Grosjean esteve na Fórmula 1 em 2009, pela própria Renault, e decepcionou bastante. Na ocasião, ele assumiu a vaga de Nelsinho Piquet, demitido pelo então chefe Flavio Briatore. Ao lado de Fernando Alonso, disputou sete GPs e não marcou pontos. De quebra, ainda enfrentou toda a pressão do “Cingapuragate”, que estourou no fim daquele ano, e deixou o time francês em maus lençois na F-1.

Romain Grosjean na Lotus













Sobre o desempenho de Romain Grosjean, confesso que não sei o que esperar. Apesar dos títulos, sempre considerei o francês afobado demais, característica essa que parece ter sido corrigida em sua temporada na GP2. E ele não deixa de entrar “verde” na Fórmula 1, apesar dos sete GPs disputados por ele em 2009: a pré-temporada neste ano terá apenas três testes antes da primeira corrida. Em relação àquela temporada, entretanto, ele tem uma enorme vantagem: o companheiro de equipe. O primeiro deles foi Fernando Alonso, sempre forte no jogo político interno em seus times. Agora, Grosjean estará ao lado de Raikkonen, que não é exatamente um cara de grupo, além de ter muito contato com o chefe Eric Boullier por causa da relação com a Gravity Sport. Estes fatores poderão ser boas vantagens para sua readaptação à categoria.

Bruno Senna e Vitaly Petrov, por sua vez, vivem um momento muito delicado na Fórmula 1. Os dois ainda não têm vagas para 2012 e as boas vagas estão cada vez mais escassas na categoria. O russo, que teve seu contrato encerrado com a Lotus apesar de ainda ter mais um ano de duração, pode se arrumar na Marussia, equipe de seu país. Com isso, quem sairia perdendo seria o alemão Timo Glock. Já o brasileiro negocia com a Williams e algumas outras equipes. Na próxima temporada, o panorama para os dois não é nada bom.
Fonte: voandobaixo
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/

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