30 de dez. de 2011

Indústria automobilística embala arrecadação recorde de impostos em 2011

 Ilustração: Afonso Carlos/CZN e Foto: Divulgação
Indústria automobilística embala arrecadação recorde de impostos em 2011
Impostômetro deve bater R$ 1,51 trilhão este ano – e cerca de 6% desse montante vem dos automóveis

por Túlio Moreira

O impostômetro é um instrumento criado pela Associação Comercial de São Paulo para medir o volume de tributos pagos no Brasil, considerando impostos, taxas e contribuições, incluindo aí multas, juros e correção monetária, arrecadados pelas três esferas de governo.
Este ano, o painel instalado no centro de São Paulo deve alcançar a impressionante marca de R$ 1,51 trilhão. É um montante 17,1% maior – ou 11%, descontando a inflação – que o valor indicado no último dia útil de 2010, quando o impostômetro registrou R$ 1,29 trilhão em tributos pagos pelos brasileiros.

Com este valor, é possível comprar mais de 55 milhões de carros populares. E é justamente do setor automotivo que boa parte deste montante chega aos cofres públicos. A indústria automobilística e sua cadeia de segmentos afins são responsáveis por aproximadamente 6% desta cifra trilionária.

Ou seja, a carga que incide sobre a produção e comercialização de carros, a arrecadação de tributos com licenciamento e abastecimento de combustível, como o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e o Imposto sobre Consumo de Mercadorias e Serviços (ICMS), os impostos gerados com gastos com reparo e manutenção de veículos e as multas significarão nada menos que R$ 90 bilhões para o governo. A cadeia de produção e serviços em torno dos veículos se torna responsável, assim, por cerca de 2% do Produto Interno Bruto brasileiro.

O IPI, por exemplo, é uma taxa federal que varia de acordo com o tamanho do motor do veículo – 7% até 1.0 litro, 13%, para motores a gasolina e 11% para flex, entre 1.0 litro e 2.0 litros, e 25% acima de 2.0 litros – e já rendeu R$ 6,6 bilhões aos cofres do governo nos 11 primeiros meses do ano. O montante é 22,21% maior que a arrecadação registrada entre janeiro e novembro do ano passado e corresponde a 0,75% do total de IPI gerado no período.

O Brasil aparece no topo do ranking mundial de participação dos tributos sobre automóveis no preço repassado ao consumidor, com média de 30,4%. Em seguida aparecem Itália e Reino Unido, com 16,7%, França com 16,4% e Alemanha com 16%. Isso explica o abismo entre os preços cobrados por um mesmo produto no mercado nacional e em outros países. Um sedã médio como o Toyota Corolla, por exemplo, recolhe 31% em impostos. O mesmo modelo paga apenas 6% nos Estados Unidos.

Moral da história: o sedã japonês parte de US$ 15.900 no mercado norte-americano, algo em torno de R$ 29.600, enquanto no Brasil a versão de entrada do líder do segmento dos três volumes médios sai por “módicos” R$ 63.570. A má notícia é que o governo não demonstra ter vontade política para mudar esta realidade. Como consequência, a indústria nacional perde competitividade em relação a países próximos, como a Argentina e o México.

 
 


Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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