19 de out. de 2011

Personagens da F-1: Adrian Newey


Adrian Newey é considerado um dos maiores projetistas de Fórmula 1 de todos os tempos. Pai de sete máquinas campeãs do mundo, se seus números fossem colocados como números de uma equipe, estaria entre as melhores da história.

Quando garoto, passava seu tempo construindo miniaturas de carros de corrida, mostrando que aquilo era o que gostava. Apesar de não ter dinheiro para correr de kart, comprou um não muito bom, porém, fazendo mudanças no acerto do veículo melhorava o seu desempenho. Também não era muito bom aluno, mas conseguiu ingressar na Universidade de Southampton para estudar aeronáutica. Lá conheceu o engenheiro da March, Ian Reed, que lhe ofereceu um emprego como projetista. Newey recebeu o First Class Honours Degree por uma tese escrita sobre o efeito solo.
Al Unser em Long Beach, 1986 - Carro projetado por Newey
Quando deixou a faculdade foi trabalhar na Copersucar Fittipaldi, mas logo deixou a escuderia brasileira para se juntar à March, em 1981. Foi o engenheiro de Johnny Cecotto quando o venezuelano alcançou o segundo lugar na F2 Europeia e comandou o projeto bicampeão da IMSA GT (International Motor Sports Association), uma categoria norte-americana. Recebeu, em 1984, a função de desenhar o March 84C, bólido que disputaria a Fórmula Indy. Em 84, o carro venceu 7 de 16 provas, incluindo as 500 Milhas de Indianápolis, e Tom Sneva foi o segundo colocado no campeonato. Nos dois anos seguintes, Al Unser conquistou o título da principal série estadunidense.
Entretanto, antes da conquista do segundo título, ele retornou a F-1, pela equipe Force, de Teddy Mayer. Não ficou muito por lá, pois no fim do ano a equipe fechou as portas e Adrian foi contratado para ser o engenheiro de corrida de Mario Andretti, na CART. A carreira continuou agitada em termos de transferências, sendo recontratado, ainda em 1987, pela March, para participar da volta do time à F-1. Em 1988 até conseguiram bons resultados, seguidos por dois anos não tão bons. Com a compra da March pela Leyton House, ele acabou sendo demitido na metade de 1990.
Quem não perdeu tempo foi Patrick Head, sócio de Frank Williams. Contratou Adrian para desenvolver os FW que se tornariam tão vitoriosos na década de 90. O primeiro já era o melhor do grid, e tinha um potente motor Renault como aliado, mas perdeu para um Ayrton Senna genial naquela temporada. O segundo, com a suspensão ativa bem desenvolvida, era espetacular, imbatível, venceu 10 das 16 provas e viu Nigel Mansell, pole position por 14 vezes, ser campeão com cinco provas de antecipação, no Grande Prêmio da Hungria. O FW15, de 1993, também era muito bom. Apesar de Senna fazer frente a ele na primeira metade da temporada, deslanchou a partir do GP do Canadá, vencendo 7 GPs consecutivos. Alain Prost sagrou-se tetracampeão do mundo a bordo daquela máquina.
Newey e Head em 1996
1994 era para ser o ano. Com o melhor piloto do grid pilotando um FW16, esperava-se que a melhor equipe ganhasse tudo. Mas o carro não era o mesmo dos anos anteriores. O banimento da suspensão ativa, do controle de tração e de tantos outros artifícios eletrônicos que haviam dado uma boa vantagem ao time resultou em um carro instável, difícil de dirigir, mesmo que ainda superior aos demais. Porém, havia outro carro rápido na pista. A Benneton de Schumacher era uma ameaça. O campeonato foi aberto no Brasil, com Senna na pole, mas o brasileiro perdeu a posição na parada de box. Mais tarde, acabou rodando e abandonando. Depois veio o GP do Pacífico, Senna, pole de novo, envolveu-se em um acidente na largada. A terceira, o GP de San Marino, e todos conhecem a história. Foi um choque muito grande ao time. A reação veio com Damon Hill, que perdeu o título na última prova para o alemão.
95 foi o pior ano da parceria, mas em 1996 veio a reação. Damon Hill sagrou-se, com facilidade, campeão mundial, disputando o título com seu companheiro de equipe, o estreante Jacques Villeneuve. A última temporada na Williams também viu a dobradinha no resultado final do campeonato. O canadense garantiu o título na última prova, também contra Schumacher. Com a exclusão de Michael do campeonato, o segundo piloto da Williams, Frentzen, tornou-se vice-campeão.
Newey e Hakkinen em 1999
O ano seguinte foi de novos ares, na McLaren, que queria mostrar porque era a maior vencedora da Fórmula 1. E Newey continuou a ampliar a sua lista de vitórias. Os carros de 1998 e 99 não eram espetaculares, mas vencedores, e deram a Mika Hakkinen os títulos das duas temporadas. Em 200o, o time disputou novamente o título, mas desta vez perdeu. 2001 já não foi um ano tão bom, dominado por Schumacher, e a partir de 2002 a McLaren perdeu terreno para a Williams-BMW, voltando a disputar o título apenas em 2005, depois de mudanças no regulamento. Porém, o carro não era tão bom quanto o da Renault, e acabou com o vice-campeonato.
2005 foi o ano de estreia da Red Bull, uma equipe que não parecia querer muito na Fórmula 1, até que, para 2006, anunciou motores Ferrari e Adrian Newey. Era difícil para o engenheiro fazer um carro espetacular logo de cara, era necessária uma mudança no regulamento para que uma equipe média pudesse se tornar grande. A chance veio em 2009. E Newey aproveitou, só perdeu para outro carro espetacular, o da BrawnGP. 2010, com outra mudança nas regras, a equipe se manteve no topo e finalmente alcançou a consagração.
Consagração também de Newey, um dos poucos a conquistar títulos por três equipes diferentes, e a ser campeão na Fórmula 1 e na Fórmula Indy.


Fonte: porforadosboxes
Disponível no(a):http://porforadosboxes.wordpress.com

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