5 de set. de 2011

Teste: Nissan Leaf roda no ritmo da bateria

Fotos: Divulgação
Teste: Nissan Leaf roda no ritmo da bateria
Apesar de ser prático, Nissan Leaf ainda é um carro de poucos

por Nelson Oliveira
da AutoMotor/Portugal
exclusivo para Auto Press


Mesmo com a falta de ruído do motor a combustão, o Nissan Leaf chegou fazendo bastante barulho. O primeiro veículo elétrico a ser fabricado e vendido em massa foi apresentado mundialmente como versão de produção no final de 2010, e logo em seguida, começou a ser vendido no Japão e nos Estados Unidos. Em 2011, foi a vez da Europa receber o médio da marca japonesa.
Apesar do pioneirismo, o desempenho de vendas do Leaf não foi dos melhores. Até julho deste ano, foram vendidas pouco mais de 10 mil unidades em todo o mundo. Mas grande parte da recepção do mercado pode ser explicada pela dificuldade que os consumidores têm em conseguir uma infraestrutura decente para a utilização diária dos elétricos.

A grande maioria da população não possui uma garagem  com boas condições para o processo de recarga da bateria, e não tem condições de comprar um outro veículo para ser usado no lugar do Leaf para percursos mais longos. A única condição da "vida elétrica" que é comum a grande parte da população é a de efetuar percursos diários dentro da autonomia de 160 km proposta pela Nissan. Mas, para ser um cliente ideal do Leaf, é necessário comprar os cabos de recarga específicos da empresa japonesa, que custam cerca de 400 euros, algo em torno de R$ 750.

Mesmo sendo atualmente um carro que, pelo menos por enquanto, seja destinado a uma clientela exclusiva, o Leaf é um veículo com grande potencial. Ao contrário de outros automóveis elétricos já disponíveis no mercado, o Leaf é um carro para família, permitindo acomodar, com vontade, cinco ocupantes. Atrás, o espaço para as pernas dos passageiros é generoso e até mesmo o lugar do meio que tem espaço suficiente para um quinto ocupante.

Outra arma de sedução do Leaf é sua lista de equipamentos de série. Particularmente os dispositivos tecnológicos, como a tela touchscreen de sete polegadas, na qual é possível supervisionar e ajustar algumas das funções elétricas. No sistema de navegação, é possível conferir um ponto de recarga mais próximo, ao simples toque de um botão. Fator importante para quem se torna um proprietário desses dois volumes.

O cliente deste Nissan vanguardista tem ainda direito a um sistema exclusivo, chamado CarWings, que conecta o carro a um computador ou Iphone para que, remotamente, o motorista possa conferir a duração de recarga de bateria ou ativar o ar condicionado antes mesmo de chegar ao veículo.

 
Impressões ao dirigir

Eletricidade suave

Lisboa/Portugal – A primeira impressão do Leaf na estrada é bastante positiva. Graças, principalmente, a um fenômeno típico dos motores elétricos: a rápida descarga de energia logo que se pisa no acelerador, fruto do seu torque constante, disponível desde o arranque. "Motivado" por essa entrega enérgica, o condutor se sente tentado a imprimir um ritmo bastante rápido até uma rápida olhada no painel. Lá fica um medidor que supervisiona o uso de energia e o consumo do Leaf. Sempre que se pisa fundo no pedal da direita ou se encara subida íngremes, o valor da autonomia cai de forma dramática e inibe o ímpeto gastador. Especialmente se não existir um local de recarga próximo.

A Nissan anuncia que o Leaf anda cerca de 170 km, com carga completa, o que parece suficiente para o uso diário. Entretanto, devido ao extenso tempo de recarga numa tomada de 110 volts, e o reduzido número de postos de carga rápida, esta limitação impede a realização de grandes viagens. O que obriga que todos os itinerários sejam cuidadosamente calculados.

Para ajudar a economizar, é possível acionar o modo ECO que restringe substancialmente a sensibilidade do pedal do acelerador e retira toda a vivacidade do Leaf. Outro "truque" para estender a autonomia é desligar o ar-condicionado – o painel mostra imediatamente quantos quilômetro extras se ganha com a ação.

Como ainda são poucos os pontos de recarga na Europa, a opção foi por usar o modo ECO durante o teste, sob a ameaça de ficar a pé. Neste ritmo mais tranquilo, é possível adotar uma atitude praticamente "zen" no interior graças a suavidade do Leaf e do silêncio a bordo. No entanto, caso o motorista tenha o seu percurso bem definido e as condições necessárias para a a recarga da bateria, o ideal é usar o carro no modo "natural" e apreciar a agradável experiência de condução que o Leaf proporciona.

Além do comportamento dinâmico, o Leaf é um carro com design muito interessante, dotado de linhas irreverentes. O interior tem um toque glamouroso, com bastante espaço interno, deixando os ocupantes bem confortáveis.
   
Ficha Técnica

Nissan Leaf

Motor: dianteiro, transversal, elétrico; Bateria: íons de lítio, 48 módulos de 4 células.
Transmissão: Manual com uma marcha, tração dianteira. Oferece controle de tração e de estabilidade.
Potência máxima: 107 cv.
Aceleração 0-100 km/h: 11,9 segundos.
Velocidade máxima: 145 km/h.
Torque máximo: 28,6 mkgf.
Suspensão: Dianteira indepdendente, do tipo McPherson e traseira do tipo eixo de torção.
Pneus: 205/55 R16.
Freios: disco ventilado na dianteira e disco sólido na traseira. Tem ABS com EBD.
Carroceria: Hatch com quatro portas e cinco lugares. Com 4,45 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,55 m de altura e 2,70 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais e de cortina.
Peso: 1.531 kg.
Capacidade do porta-malas: 330 litros.
Autonomia: 160 km.
Recarga: 8 horas em tomada 220 volts.
Produção: Oppama e Yokohama no Japão; Sunderland na Inglaterra e Tennessee, nos Estados Unidos.
Lançamento mundial: 2010.
Itens de série: Airbags dianteiros, laterais e de cortina, controle de tração e estabilidade, banco com regulagem de de altura e profundidade, ar-condicionado, som com MP3 e entrada USB, sistema de navegação e computador de bordo.
Preço: U$ 35.200, algo em torno de R$ 56 mil.


Fonte: motordream
Disponível no(a)http://motordream.uol.com.br

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