7 de set. de 2011

O GP Rio em Jacarepaguá: 500cc e MotoGP



Após ver a Fórmula 1 voltar a correr em São Paulo a partir de 1990, o autódromo de Jacarepaguá viveu alguns momentos ingratos de esquecimento. De vedete do momento para quase nada! Aquele circuito que outrora sediava o maior evento a motor do mundo começava a viver um hiato profundo. Mas em 1995, motos com motores de dois tempos chegaram para movimentar aquelas bandas.

O mundial de motovelocidade, antes de chegar ao Rio de Janeiro em 95, passou por duas outras cidades. De 1987 até 1989, as corridas das 125cc, 250cc e 500cc do campeonato top do motociclismo eram disputadas no Autódromo Internacional de Goiânia, Goiás, a capital das belas morenas do Brasil. Astros como Randy Mamola, Wayne Rayne e Kevin Schwantz deslizavam na ensaboada e quente pista goiana – e curtiam uma bela duma farra.

Após 89, o Brasil ficou algumas etapas sem ter nenhuma prova no calendário. Antes de chegar à cidade do Rio de Janeiro, as motos passaram por São Paulo, em Interlagos, em 1992, para uma única prova. Naquela época, por motivos de segurança na já famosa – e hoje considerada ainda mais perigosa – Curva do Café, uma chicane provisória foi feita para cortar a velocidades destes “fumacentos” motores.
E quem pensa que essa chicane que é usada ultimamente nas provas de turismo em Interlagos é a mesma que o Mundial de Motovelocidade usou, acertou em cheio. A “famosa” chicane, que foi criada para preservar a segurança dos pilotos da época, hoje resguarda os pilotos da Stock Car, Racing Festival, Brasileiro de Marcas, entre outros.
Só que o Autódromo José Carlos Pace em São Paulo só viu o roncar dessas motos uma vez. Depois disso, o Brasil entrou novamente em um hiato até que, após boas reformas do asfalto, pista e circundâncias, o autódromo de Jacarepaguá finalmente conseguiu voltar a ter uma etapa de uma categoria mundial. Chegava à cidade a turma da motovelocidade para o GP Rio do Mundial.

1995, Cadalora na estreia


A chegada do Mundial de Motovelocidade na cidade viu um italiano dominando a prova. Luca Cadalora da Yamaha não enfrentou concorrentes à altura e venceu com certa folga a corrida carioca.
Em segundo chegou o campeão mundial Mick Doohan. O australiano, que competia de Honda, chegou à 5s569 de Luca. Fechando o top-3 estava o japonês que gostava de acelerar: Norifume Abe.
O brasileiro Alexandre Barros teve corrida sem maiores destaques e ficou em oitavo.

1996, a primeira de Doohan

O australiano, que na corrida de 95 conquistou o segundo lugar, venceu na edição seguinte. De tocada firma, não teve problemas para superar Alex Criville da Espanha e Norifume Abe do Japão. Alexandre Barros foi o quinto colocado.
A etapa carioca deu o tri de Doohan, que fez barba, cabelo e bigode com seus concorrentes, marcando a pole, volta mais rápida e vencendo tranquilamente.

1997, Doohan, o Rei do Rio


Por agora poderia até ser considerado, mas no futuro não seria, como você poderá ver aí em baixo. Novamente o australiano venceu o GP Rio das 500cc da Motovelocidade e rumava a passos largos para seu tetracampeonato.
Sempre andando bem no mundial, os japoneses novamente chegavam ao pódio. Todavia, diferentemente das edições anteriores, quem dava as cartas era Tadayuki Okada. Vencedor da primeira edição, Luca Cadalora foi o terceiro em prova que Alex Barros abandonou.
Nas 125cc um jovem italiano prometia ter um futuro brilhante. Ele ganhava com folga na categoria de acesso ao Mundial principal. Seu nome? Um tal de Valentino Rossi.

1999, Abe na cabeça


Após um ano sabático, a categoria retorna ao Brasil para mais uma etapa do mundial. Confirmando sua empatia com o circuito carioca, Norick Abe vence com Max Biaggi em segundo e Kenny Roberts Jr. em terceiro.
Em sua melhor atuação dentro de casa, Alex Barros chegou em uma honrosa quarta colocação.
Escalando alguns degraus, Valentino Rossi pulava de categoria (agora nas 250cc), mas continuava vencendo com sobras as provas cariocas. Será que teremos um novo Rei do Rio?

2000, Rossi, o Rei do Rio

Após vencer nas categorias menores, Rossi demonstrava todo seu valor na categoria máxima. Em um dos últimos anos das motos de 2 tempos e de 500 cilindradas, Valentino venceu uma grande batalha com o ídolo local Alex Barros, que chegou em segundo, fazendo desta sua melhor atuação em uma prova caseira. Gary McCoy, o sucessor de Doohan nos corações australianos foi o terceiro e fechou o pódio.

2001, fechando com chave de ouro


Já campeão da MotoGP, Rossi veio ao Rio na última etapa do ano só a passeio, mas mesmo assim não deixou sua competitividade em casa e venceu pela quarta vez na cidade.
Em uma prova marcada pela chuva que chegou a interromper a corrida, Rossi mostrou que dominava todas as curvas cariocas, vencendo as duas metades da prova.
O espanhol Carlos Checa foi o segundo e o conterrâneo de Rossi, Max Biaggi, o terceiro. Sempre namorando o pelotão dianteiro, Alexandre Barros chegou em quarto.

2002, dobradinha italiana


Na estreia do campeonato da MotoGP, os motores deixavam lentamente de ser os poluentes 2 tempos e passavam a ser os “roucos” quatro tempos, mas nada mudava na pista: Rossi vencia uma corrida no Brasil, mas desta vez teve seu compatriota Max Biaggi a seu lado. Em terceiro ficou o americano Kenny Roberts Jr. e ele, sempre ele, Alex Barros, foi o quarto.
“É como ver um sonho se tornar realidade, mas é difícil me conter agora depois da prova. Quero agradecer a Honda por me dar esta moto com que posso ganhar o campeonato”, disse Rossi muito satisfeito com a equipe na coletiva de imprensa depois da corrida.

2003, Rossi com facilidades

A etapa do Rio da MotoGP de 2003 foi uma das mais fáceis de Rossi em território brasileiro. O italiano soube manter boa distância a Sete Gibernau da Espanha durante toda a prova.
Barros foi quem não gostou nada da corrida e amargurou uma fraca 12ª colocação.

2004, sem Rossi na despedida


Makoto Tamada aproveitou a corrida brasileira que Valentino Rossi não completou para vencer. O japonês foi seguido pelo eterno segundo colocado Max Biaggi. Em terceiro, o americano Nicky Hayden já começava a aprontar das suas.
Barros, que nunca deu muita sorte em suas próprias terras, foi o quinto.
(Seu vacilo durante a treino classificatório)
Após a corrida de 2004, o Rio não mais sediaria provas da Motovelocidade. Nem o Rio de Janeiro, nem nenhuma outra cidade brasileira, diga-se de passagem.
Todavia, não foi só o Mundial de Motovelocidade que animou a vida de Jacarepaguá no final dos anos 90. A Cart esteve por lá e, em um circuito “oval” construído especialmente para ela, deu show para os cariocas.
Mas isso é caso para outro dia…
Fonte: jalopnik
Disponível no(a)http://www.jalopnik.com.br

Nenhum comentário: