8 de set. de 2011

O dia em que a Ferrari correu de luto por Rafael Lopes

Ferrari de luto no GP da Itália de 2001
Fotos: Mark Thompson e Clive Mason (Allsport/Getty Images)

Há 10 anos, a Fórmula 1 viveu um momento diferente. O GP da Itália, em Monza, marcado para o dia 16 de setembro de 2001, foi realizado em um enorme clima de incerteza e insegurança. Tudo por causa dos terríveis atentados terroristas de 11 de setembro aos Estados Unidos, quando aviões atingiram o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, em Washington.
Por causa disso, vários eventos esportivos tornaram-se alvos em potencial para possíveis ataques e acabaram cancelados ao redor do mundo. Entretanto, a maior categoria do automobilismo manteve sua programação no circuito localizado na cidade próxima a Milão.
O clima, como era de se esperar, não era dos melhores. Consternação e medo pairavam sobre torcedores, equipes e pilotos. Alguns times chegaram a ameaçar não participar da prova, mas desistiram. A maioria resolveu fazer homenagens. E a mais tocante dela veio da Ferrari, equipe muito conhecida por se preocupar apenas com o seu umbigo. Em um gesto nobre dos dirigentes e dos patrocinadores, todas as marcas comerciais foram retiradas do carro. As asas traseira e dianteira ficaram brancas e o restante do carro, vermelho. No bico, todo pintado de preto, o sinal de luto pelas vítimas dos atentados nos Estados Unidos.
Ferrari de luto no GP da Itália de 2001
Para completar o clima de consternação, no sábado, o italiano Alessandro Zanardi sofreu um gravíssimo acidente durante a primeira corrida da Cart (também conhecida no Brasil como Fórmula Mundial) na Alemanha, no oval de Lausitzring. No choque, o bicampeão da categoria americana perdeu as pernas. Seus amigos na F-1 ficaram bastante abalados e as homenagens, no domingo, foram estendidas a Zanardi, que continuava internado em estado grave na UTI. Antes da largada, um minuto de silêncio foi realizado com todos os pilotos fora dos carros, cabisbaixos. O desejo era que tudo passasse o mais rápido possível, sem incidentes.
Juan Pablo Montoya no pódio do GP da Itália de 2001
E após 1h16m58s493, a corrida chegou ao fim com a vitória de Juan Pablo Montoya, da Williams. A prova, aliás, foi dominada pelos fortes motores da BMW, que equipavam os carros do time inglês. Com a Ferrari de luto, Rubens Barrichello conseguiu superar Ralf Schumacher, companheiro do colombiano e chegou em segundo. O alemão foi o terceiro, à frente de seu irmão Michael, que já tinha o título daquela temporada garantido. Um detalhe: o brasileiro fez uma tática de duas paradas para tentar vencer. Só que, no segundo pit stop, a equipe se atrapalhou e tirou as chances dele. No pódio, apesar de alguns breves sorrisos de Montoya, que usava uma braçadeira negra, o clima não era dos melhores. Nem o tradicional champanhe foi estourado em tributo às vítimas do 11 de setembro.
A Ferrari só repetiria tal homenagem quase quatro anos depois, no GP do Bahrein de 2005. A corrida foi disputada no dia 3 de abril, dia seguinte à morte do papa João Paulo II. A equipe voltou a pintar o bico de preto, mas, desta vez, manteve os adesivos dos patrocinadores na carenagem. E não venceu de novo: Schumacher foi o segundo, atrás de Fernando Alonso.
Ferrari de luto no GP da Itália de 2001

Fonte: voandobaixo
Disponível no(a)http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/

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