5 de set. de 2011

Mercado nacional de motos: volta por cima e novo recorde

Ilustração: Afonso Carlos/Carta Z Notícias
Mercado nacional de motos: volta por cima e novo recorde Segmento de motos no Brasil se recupera e aponta para um novo recorde histórico

por Alessandro Lo-Bianco
Auto Press


O mercado de motocicletas no Brasil é outro em relação à situação vivida em 2009 e 2010. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motos – Abraciclo – o país fechou o primeiro semestre de 2011 com 1,3 milhão de motos vendidas, um número bem próximo ao 1,78 milhão no ano de 2008, o melhor do segmento. A previsão é que o Brasil venda dois milhões de motos até o fim de dezembro. Por isso, 2011 é considerado o ano da virada.Com a crise do final de 2008, vieram dois anos de restrição ao crédito e juros altos. Uma situação nada confortável para um mercado que mantém atualmente 86% de vendas concentradas em modelos de 51 a 150 cilindradas. “Chegaram a cogitar uma compensação elevando as vendas de motocicletas acima de 450 cilindradas, bem mais caras. Apesar de apresentarem tecnologias novas que serão refletidas nos modelos menores, não passou de uma alternativa ilusória, com apenas 2% de consumidores concentrados neste segmento”, explica Jair de Oliveira, gerente nacional de vendas da Yamaha.

Mas isso não foi suficiente para desaquecer a demanda do brasileiro que, além do baixo poder aquisitivo, vê nas motos de 150 cilindradas a melhor alternativa para fugir do trânsito e das falhas do transporte público. Foi pensando nisso que a Dafra, por exemplo, continuou investindo em modelos de menor preço, como as scooters. “O mundo ficou mais ágil e a tendência continua sendo essa. Elas estão sendo fabricadas cada vez mais completas e com o preço mantido lá em baixo”, aposta Haroldo Barroso, diretor comercial da marca.

Com a demanda em alta, a produção começou aos poucos a ser elevada novamente. No varejo, as vendas atingiram até julho uma média diária de 7.653 motos, com um aumento de 5% do primeiro para o segundo trimestre. “Houve um aumento significativo de mais de 34% em comparação com o mesmo período anterior. Pretendemos ultrapassar a barreira das cinco mil motos vendidas neste ano de 2011, ou seja, pretendemos atingir mais de 42% de crescimento com relação a 2010. Com isso, queremos crescer acima de 20% em 2012” afirma o diretor e porta-voz da BMW Motorrad Brasil, Rolf Epp.

Na exportação, ainda há muito para recuperar em relação a 2008, quando 57.467 motos saíram daqui para outros países no primeiro semestre. Neste mesmo período em 2011, foram exportadas apenas 32.506 unidades. Houve baixa de 50% de 2008 para 2009, com um crescimento inexpressivo de 13% entre 2009 e 2011. Isso porque durante a crise, a produção nacional encareceu e perdeu espaço para fabricação em outros países.

Com o reaquecimento do mercado neste ano, a distribuição geográfica de vendas apresentou uma novidade: segundo o Departamento Nacional de Trânsito – Denatran – o Nordeste detém hoje 34,10% da fatia do bolo. As regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste permaneceram estáveis, registrando leva queda na região Sul do País. No total, as habilitações relacionadas às motocicletas representam 39% das carteiras emitidas no Brasil.

Ainda de acordo com o Denatran, 82% são homens e 18% mulheres. Outra novidade é que o número de empregos no setor também subiu. Em 2010, mantinham-se 18.380 empregados, enquanto em 2011 registra-se 20.062, um aumento de 7%. Além disso, os fabricantes estão investindo mais em tecnologias verdes e ações sustentáveis. Houve um aumento na participação do motos abastecidas com bicombustível, que representavam 12% em 2009, 18,5% em 2010 e, agora, 47% em 2011.
Fonte: motordream
Disponível no(a)http://motordream.uol.com.br

Nenhum comentário: