23 de ago. de 2011

Uma chance preciosa Por Rafael Lopes

Bruno Senna deve ser confirmado na Renault-Lotus na vaga de Nick Heidfeld
Eis que, na calada da noite na Inglaterra (fim de tarde no Brasil), Eddie Jordan, antigo dono da equipe que levava seu nome e atual comentarista da rede de TV inglesa BBC, resolveu soltar uma bomba em seu blog. Tudo bem que era uma bomba esperada, mas que explodiu antes do que se imaginava: Bruno Senna deve substituir o criticado Nick Heidfeld na Renault-Lotus já no GP da Bélgica, marcado para este fim de semana em Spa-Francorchamps. É mais um capítulo no processo de fritura do experiente e criticado alemão, que entrou no lugar de Robert Kubica na equipe anglo-francesa após o acidente do polonês em um rali no início do ano.

Antes de entrar no assunto Bruno, tenho de escrever algumas linhas sobre o desempenho de Heidfeld nesta temporada. Eric Boullier, chefe da Renault-Lotus, claramente escolheu Heidfeld no início do ano porque achava que ele seria capaz de ajudar no desenvolvimento do carro, que tinha soluções aerodinâmicas interessantes, como o escapamento dianteiro. Entretanto, o alemão decepcionou e foi superado constantemente pelo companheiro, o russo Vitaly Petrov. Ele só conseguiu um pódio no GP da Malásia. E mais nada. A substituição era esperada mais para o final do campeonato, mas alguns acidentes bobos precipitaram a decisão do time.
Bruno, por sua vez, terá uma daquelas chances preciosas, que não aparecem a todo momento. É claro que entrar com dinheiro ajudou – nos bastidores, diz-se que a parceria da Genii Capital, dona da Renault-Lotus, com a brasileira WWI, com um portfólio de US$ 10 bilhões em investimentos, seria a chave para a entrada do piloto como titular já em 2011. Infelizmente, na Fórmula 1 atual, a grande maioria dos novatos precisa de um parceiro para começar na categoria. Ainda mais em uma vaga tão boa quanto a da equipe anglo-francesa. Se ele demonstrar um bom trabalho, tem tudo para assegurar um contrato para 2012. É, o dinheiro abre portas.
E não é vergonha ter a alcunha de piloto pagante. Fernando Alonso, por exemplo, começou bancado na Minardi e depois na própria Renault. O problema é pagar pela vaga e fazer vergonha na pista, cometer erros primários ou causar acidentes evitáveis. E nunca vi o Bruno fazer isso em nenhuma categoria. Agora, não é hora de cobrar vitórias ou pódios. Ele tem de se concentrar em trazer boas informações para os engenheiros e, sobretudo, andar próximo de Petrov, seu novo companheiro. O carro da equipe anglo-francesa não é dos melhores e a maior concorrência será interna. E se ele lidar bem com isso, terá boas credenciais para se firmar.
A informação da substituição de Heidfeld deve pintar oficialmente nesta terça-feira, quando a equipe anglo-francesa soltará seu informativo oficial para o GP da Bélgica. Mas fontes ligadas ao alemão já dão sinais de derrota. O alemão deve acabar mesmo na equipe oficial da BMW no Alemão de Turismo (DTM) em 2012. E Bruno, por sua vez, não pode entrar na euforia que, certamente, os brasileiros terão ao ver o sobrenome Senna em um carro preto e dourado com a inscrição Lotus. É hora de manter os pés no chão. E disso eu não duvido.

Fonte: voandobaixo
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/

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