14 de ago. de 2011

Bricklin SV1: a segurança que ninguém queria



Malcom Bricklin fundou a Subaru of America na tentativa de vender o pequenino 360  para um pouco receptivo mercado consumidor americano. O pequeno Subaru era tão assustador de se dirigir entre carros três ou quatro vezes maiores que suas vendas nunca decolaram por lá. Por isso foi uma surpresa que quando o sr. Bricklin resolveu construir um automóvel com seu nome ele optou por destacar a segurança. Eis a história do estranho SV1.

Construído no Canadá, o SV1 chegou ao mercado em 1974 e oferecia apena cor e transmissão como opcionais. Nem mesmo um acendedor de cigarros e cinzeiro eram opções, uma vez que Bricklin dizia que fumar ao volante era algo inseguro e, portanto, incoerente com sua proposta de construir um carro realmente seguro. O projeto de Bricklin é creditado ao criador do primeiro Batmóvel, Herb Grasse, e tinha imensos parachoques retráteis que absorviam choques a até 8 km/h – e o traseiro era tão grande que parecia tirado de um ônibus.

O Bricklin também tinha portas asa-de-gaivota eletro-hidráulicas, que se tornaram uma característica icônica, repetida por John Delorean quando este tentou seguir os passos de Bricklin. O resto do carro, contudo, era mais baseado no passado que inspirado no futuro. O chassi de aço e a combinação de braços triangulares no eixo dianteiro com suspensão traseira de feixe de molas equipou inúmeros grandes carros da década anterior à do Bricklin.
Este modelo 74 foi restaurado como novo, e sua carroceria de fibra com acrílico não tem o aspecto craquelado típico. A parte superior do capô, contudo, evidencia alguma ondulação comum a esses carros. Parte de sua condição imaculada deve-se à baxíssima quilometragem – 7.676 mi/12.353km rodados desde o dia em que saiu da fábrica. O interior está igualmente impecável, embora o nível dos materiais da Bricklin sejam próximos aos de kit cars e haja parafusos expostos.

Depois temos aquelas portas. Uma das razões pelas quais vários Bricklins são tão pouco rodados é o medo dos usuários de ter a porta caindo em suas cabeças ou acabar presos dentro do carro por uma pane eletro-hidráulica. Estas portas parecem funcionar muito bem, embora ninguém tenha mencionado nada sobre a propensão a infiltrações – outro ponto fraco do projeto. E caso você ficasse preso lá dentro, o Bricklin ao menos tinha ar-condicionado para te refrescar enquanto espera por seus salvadores.

Outra falha do Bricklin, especialmente nos modelos 1974, era o sistema de arrefecimento subdimensionado que fazia os carros superaquecerem mais que o gordinho nas aulas de educação física. Muitos instalaram radiadores extras, mas uma espiada sob o capô mostra que não é o caso desta unidade.
Apesar das portas, do arrefecimento e da transmissão errada, há muito o que apreciar aqui, e o Bricklin sem dúvida representa um papel importante na história automotiva. Infelizmente, muitos dos quase 1200 carros que ainda rodam por aí não foram conservados como este foi.

Fonte: .jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br/page/1

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