13 de jul. de 2011

Uma Forester para sanar os desejos de um pai



Pouco me importa o que dizem sobre os SUVs de luxo. A verdade é que após tornar-me pai e ter mais tralha para carregar do que meu simples sedan consegue, comecei a olhar com bons olhos alguns modelos maiores para transportar com mais conforto minha família e seus cacarecos. Mas  uma boa estabilidade, um bom nível de conforto ao rodar (sem parecer que estou em uma picape) e uma pitadinha extra de potência não fariam mal a nenhum tiozão.

Aqueles que chegaram um pouco mais longe de onde estou hoje ($$$) e que possuem praticamente o mesmo desejo de conciliar o conforto de um crossover com o desempenho de um carro de pista, sem ter que possuir dois carros (ou mais) na garagem, vão saber apreciar a Subaru Forester XT montada por Dave. A cor não poderia ser mais atraente: a clássica Blue Mica.

A perua com força de SUV foi equipada com um motor EJ255 aliado à um câmbio vindo de um Impreza STI Spec C RA, transmissão manual de seis marchas controladas por uma alavanca original das versões com direção à direita, já com engates encurtados. As buchas da transmissão são todas em poliuretano e garantem engates precisos. A embreagem ACT modelo Street com platô reforçado dá conta do recado e transfere toda a potência e torque para as quatro rodas através dos braços e homocinéticas herdados dos Imprezas STI. Para frear, Dave optou por pinças STI Brembo na dianteira e traseira com pastilhas Stoptech Street. Da mesma marca vieram os discos perfurados.

Com uma boa base para desenvolver upgrades, já era previsto que Dave não deixaria o motor original. O EJ255 (bloco curto) foi revisado e teve seus cilindros arrombados em 0,020mm para receber os pistões forjados da CP com base e saia tratados com aplicação cerâmica para reduzir a temperatura e o atrito. A bomba de óleo foi herdade de um STI’08 e o virabrequim ganhou uma polia do tipo damper da AR Fab para evitar vibrações em altos giros.
O cabeçote foi para as mãos da Slowboy Racing e saiu de lá com um belo trabalho de dutos e fluxos refeitos, além de cinco ângulos para as válvulas Ferrea em aço inox para a admissão e válvulas de inconel da Manley para o escape, utilizando molas Brian Crower. O comando é um Cosworth assimétrico 278/274° e a admissão engole ar pro meio de um corpo de borboletas Defiant Autospeed de alta vazão. A alimentação é feita por uma bomba Walbro GSS342, flauta e conduítes TurboXS e bicos Deatschwerks de 1000cc. Uma grande encomenda foi feita na TurboXS para um pacote de pressurização completo, com coletor e escape (inclusive com abafador e catalisador) e kit de intercooler, tudo em ao inox.
Uma wastegate TIAL de 44mm foi adaptada ao kit para dar vazão aos gases da pressurização. A turbina é uma Garret GT35R e teve sua parte fria polida, enquanto a parte quente ganhou uma manta térmica Protech para proteger os demais componentes do calor excessivo. Um anti-lag da Hallman modelo RX Pro foi instalado para tornar as saídas do SUV ainda mais rápidas. Como o motor funciona a gasolina, Dave optou por instalar um sistema independente de injeção de álcool (metanol e água) que ajuda a otimizar a queima, resfriando a mistura e é injetado por um bico controlado por solenóide toda vez que a pressão de trabalho da turbina atinge seus 0,9Bar.

A caixa de direção foi adaptada de um WRX’04 e ganhou buchas em PU (poliuretano) da Whiteline. Da mesma empresa ainda vieram barras estabilizadoras dianteira e traseira montadas com buchas de PU e barra anti-torção de desmonte rápido para a traseira. Da SPT veio a anti-torção dianteira para terminar de amarrar a carroceria e suspensão, dando ao SUV uma ótima estabilidade sem estuprar o conforto. As molas e amortecedores originais foram substituidos por um jogo de coiloivers da Tein, enquanto as rodas Rota modelo Formula Mesh de medidas 8,0×18″ calçadas com pneus Falken Azenis 245/40-18″ seguram como podem este mamute bailarino.

O visual foi incrementado com um conjunto de spoiler e pára-choque dianteiro integrados, contando ainda com um pequeno spoiler extra em borracha que além de ser funcional e discreto, agrega um charme a mais no projeto. O pára-choque traseiro foi personalizado e ganhou a inserção de um extrator pois o modelo original simplesmente derreteu com o calor do escape. Adesivos STI originais foram aplicados para diferenciar esta versão anabolizada do Impreza SW das demais Forester. As lanternas traseiras originalmente cromadas foram substituídas pela do modelo anterior com lente em vermelho, mais discreta e condizente com o visual.
Os bancos dianteiros agora são da versão STI dos Impreza, e os traseiros foram recobertos com a mesma padronagem. Da mesma versão ainda vieram os tapetes para combinar com interior esportivo. No painel estão instalados os manômetros Dèfi que apresentam a pressão do combustível, temperatura do óleo e água. Um hallmeter da TurboXS conectado à uma sonda wideband lê com precisão a queima de combustível.
Como o projeto não era única e exclusivamente para atender aos anseios do pai, uma unidade multimídia da Kenwood modelo DNX5120 foi instalada para controlar todo o sistema sonoro que conta com quatro kits de duas vias da Dynaudio, crossovers Zapco e dois módulos amplificadores da mesma marca, modelo DC350.2 para tocar estes componentes com uma qualidade incrível. Os graves ficam por conta do trio de subwoofers Dynamics Image de 12” montados em caixa selada, alimentados por um módulo Zapco DC500.1.

O acerto de todo o conjunto foi feito pela empresa Themadscientist utilizando uma UTEC (central) e um módulo de reflash (para obtenção de respostas), mas ainda precisa de algo mais fino para conseguir extrair todo o potencial dos equipamentos empregados. O sistema de sobrealimentação trabalha hoje com pico máximo de 1,75 bar, mas deve ser plenamente acertado com 1,82 bar. Dave não hesita em dizer que é fácil esta Forester bater além dos 500 cv, mas prefere esperar para ver como ela se sai com os números no rolo e com um bom acerto equilibrando potência e torque.
O que realmente nos interessa, porém, é como esse míssil se comporta num trajeto de verdade, com curvas, frenagens e aceleração propícias para a combinação de turbo + preparação + tração integral. Aguardemos.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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