Há 10 anos atrás… O mercado automobilístico brasileiro era outro, é claro. Mas o quanto ele evoluiu neste espaço de 120 meses, 87600 horas e 3.153.600.000 minutos? Há 10 anos, tomando como exemplo a revista Quatro Rodas, a capa de Julho de 2001 é o 206 1.0 nacional, que começou a ser vendido naquele ano. Strada Adventure e comparativo entre a Parati e Quantum (!) também eram destaques. Na seção de comentários de leitores, uma reportagem sobre o Marea automático. Hoje, os Fiat (por enquanto) só tem câmbios automatizados. O que mais acontecia há 10 anos atrás?
O mais interessante talvez seja a seção dos flagras: haviam fotos de protótipos do Fiesta 2002, o RoCam vendido aqui no Brasil, ainda sendo testado na Europa na época. A reportagem apontava também um fora de estrada baseado no Fiesta. Ele se concretizou e veio um ano mais cedo do que o esperado, chamado de EcoSport. Só não foi vendido nos EUA, mas será em sua segunda geração, que será lançada no fim do ano que vem. Havia também a suspeita de uma versão minivan e uma duas portas, que substituiria o Ka lá e cá. Hoje, ele continua sendo vendido tanto no Brasil quanto na Europa, mas ambos tomaram rumos diferentes (o Ka aqui é “mesmo”, e lá, um compacto que compete com o 500).
Haviam outros rumores como uma versão minivan do Golf, que aqui não se concretizou, e a versão perua do Stilo, que não teria espaço entre as peruas da Fiat na época (Palio Weekend e Marea Weekend).
A tabela de preços seria um sonho caso fosse a utilizada atualmente e com carros mais atuais. Na tabela da Fiat, uma Marea Weekend Turbo custava R$ 51.297, preço de uma Palio Weekend bem equipada atualmente. A economia era outra, tudo bem, mas a supervalorização dos carros atualmente assusta. O carro mais barato da Fiat era o Uno Smart 2 portas, que custava R$ 12.207. O mais caro era o Ducato Minibus 2.8, que custava R$ 53.547. Sem considerar os utilitários, a Marea Weekend Turbo seria a mais cara. Integravam a linha Fiat o Brava, o Ducato, a Fiorino, o Marea, a Marea Weekend, o Palio, a Palio Weekend, o Siena, a Strada, o Uno e o Uno Furgão. E o Doblò ainda estava por vir.
Já na Chevrolet, o mais barato era o Celta 3 portas (o quatro portas só foi lançado algum tempo depois), que custava R$ 14.099. O mais caro era a Blazer DLX 2.8 4x4, que custava R$ 74.681, e não oferecia airbag duplo, equipamento oferecido no Clio 1.0 que custava R$ 17.190. A linha era bem parecida com a atual: Astra, Blazer, Celta, Corsa Pick-up, Corsa hatch, Corsa Wagon, Corsa Sedan, S10, Silverado, Tracker, Vectra e Zafira. Destes, o que mais se aproxima dos preços atuais é a Tracker, que era vendida por R$ 61.900 e saiu de linha em 2009 por um preço semelhante.
A Ford tinha o Fiesta GL como o carro mais barato, que custava R$ 15.220. O mais caro era a F250 XLT 4.2 4x4, vendida por R$ 66.835. Hoje, uma versão semelhante custa R$ 135.870. A linha difere um pouco da atual. Faziam 4 anos que a Pampa havia saído de linha; portanto, a Courier era um dos modelos mais recentes, fazendo companhia ao veterano Escort, a F250, o Fiesta, o Focus, o Focus Sedan, o Ka e a Ranger. Destes, só o Escort não é mais oferecido, e há modelos adicionais como o EcoSport e o New Fiesta, isso entre os modelos produzidos no Brasil, Mercosul e México.
Na Volkswagen, o mais barato era o Gol Special, idêntico ao Gol G2 lançado em 1994. Ele custava R$ 14.329, enquanto o mais caro era o lendário Golf GTI 2.0, nacional e produzido na mesma fábrica que o Audi A3. Seu preço era R$ 48.261. Hoje, um Golf 1.6 custa a partir de R$ 54.320. A linha era composta pelo Gol, Golf, Kombi, Parati, Quantum, Santana, Saveiro e Van. Vale lembrar que a Van, mais moderna que a Kombi, custava praticamente o mesmo em relação à Kombi versão “Lotação” e não conseguiu substituir a veterana.
Isso, claro, citando apenas as quatro grandes montadoras nacionais. Ainda tínhamos a Alfa Romeo, Dahiatsu, Daewoo, Lada e a Seat, os Kia eram basicamente utilitários (desde o Bongo até a Sportage, apesar da presença da Carnival) e o preço de vários importados era dado em dólar.
Em resumo, o mercado mudou bastante, os carros custam muito mais e muitos carros da época convivem com o mercado do jeito que eram ou com leves mudanças até hoje, como o Astra, o Fiesta, a Blazer, a S10… Em compensação, marcas como Kia e Hyundai mudaram radicalmente, marcas apostaram em novos segmentos como o do EcoSport, populares estão se renovando, como no caso do Uno… Como já disse certo historiador, é necessário conhecer o passado para evitar os erros do futuro. Que as montadoras se esforcem para em 2021 terem só elogios a comentar em textos como esse, principalmente em relação aos preços. Com o perdão do “Lula Feelings”, naquela época, o Brasil ainda devia ao FMI. Hoje, é uma das 10 maiores economias do mundo. E o mercado automobilístico está a todo vapor, fora as montadoras chinesas, que não estão aqui para brincadeira…
Sexta Marcha
-> A Chevrolet está realizando uma pesquisa em seu site www.chevrolet.com/100-years/, com enquetes onde as pessoas elegem os carros mais importantes dos 100 anos da marca. O site está em inglês, mas é de fácil compreensão e é um instrumento interessante para se informar sobre o passado da marca.-> A Ferrari prepara sua primeira boutique oficial no Brasil. Será ambientada no Rio de Janeiro, e seus principais produtos serão vendidos lá, tais como roupas, perfumes, miniaturas… O local ainda não foi revelado, mas os fãs podem preparar os bolsos, pois a loja é um prato cheio para os entusiastas.
-> Alguns sites revelaram o preço do Hyundai Veloster: a partir de R$ 63 mil. Apesar disso, o Autos Segredos apurou que já há concessionárias cobrando R$ 70 mil por uma unidade na cor branca (contrariando a informação de que só carros pretos e pratas seriam vendidos). Seria ágio ou concessionárias aproveitando-se da novidade?
Fonte: NA
Disponível no(a):http://novidadesautomotivas.blogspot.com
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