1 de jul. de 2011

Duelo peso-pena: KTM X-Bow vs. Ariel Atom



O KTM X-Bow é um daqueles carros leves e perfeitos para track-days. O Ariel Atom também. Josh Decker da QuattroWorld e Ben Abrams do Garage.com foram privilegiados com uma tarde de pé embaixo a bordo dessas duas máquinas intensamente desejadas pela comunidade automobilística. Qual deles é o melhor?

O Ariel Atom 2 e o KTM X-Bow parecem ambos insetos mecânicos saídos de um filme de ficção-científica. Você não consegue dirigir um quilômetro sem que alguém quase cause um acidente por ficar olhando para eles. Ambos são pequenos demônios leves, feitos para as pistas, mas legalizados para as ruas, com motores de quatro cilindros sobrealimentados e relação peso/potência absurdamente baixa. É como ter tudo o que você sempre quis em um carro.
O campo de batalha escolhido para este desafio é a meca para todo o tipo de fã de velocidade: o Pacific Grand Prix, próximo a Seattle. Esta tímida pista tem pouco mais de 1,5 km de comprimento, 15 curvas excelentes e uma reta longa o bastante para passar dos 150. A pista recebe campeonatos de kart, corridas de motocross e eventos de drift. Aliás, o Pacific GP tem o tamanho perfeito para esta dupla.
Entro no Atom primeiro e imediatamente lembro de como ele é bom de controle. Tive a oportunidade de dirigir este mesmo carro brevemente nas ruas de Las Vegas e mal podia esperar para voltar ao seu cockpit. O Atom é equipado por um Ecotec quatro-cilindros do Chevy Cobalt, produzindo 300 cv. Coloque toda essa potência em um carro que pesa pouco mais de 500 kg e voce terá uma relação peso/potência igual à de um Bugatti Veyron. Seu tempo de aceleração de zero a 100 km/h é de três segundos, de acordo com a fábrica.
É incrível como o fim da reta chega rápido, e antes que eu perceba, estou lutando para manter o carro na direção certa. A direção requer total concentração. A combinação de pista lisa e pneus semi-slick deixam o Atom sensível demais a qualquer movimento de direção e acelerador que não seja exatamente perfeito. Mas quando você entra em uma curva ou toca o ápice e sai corretamente, ele é impecável. Com o compressor gritando atrás da minha cabeça imagino que isso seja exatamente como pular de um desfiladeiro amarrado a um jetpack.
O desafiante do Atom é produto da fabricante austríaca de motos KTM. É difícil imaginar um carro com um visual mais ameaçador que o Atom, mas com ajuda de designers da Kiska – uma empresa austríaca – e engenheiros da Dallara, a KTM não apenas o concebeu, como também executou muito bem este projeto. O X-Bow (pronuncia-se “Crossbow”) parece um filho ilegítimo do caça F-35 com o Lamborghini Aventador com o teto cortado.
Tal como o Audi TT e o A3, o X-Bow tira sua força de um quatro-cilindros TFSI de dois litros da Audi. Em sua forma original, esse motor produz 237 cv e 31,2 kgfm de torque. O dono desde modelo específio pagou uma visita à Addict Motorsport para fazer alguns ajustes, deixando o X-Bow mais próximo da faixa de potência do Atom (há um projeto em andamento para instalar um turbo maior, que produzirá mais de 300 cv). Também em sua forma original, o X-Bow vai de zero a 100 km/h em 3,9 segundos, mas se eu tivesse que adivinhar, diria que este aqui é alguns décimos de segundo mais rápido.
A KTM produz motos há mais de 50 anos, e com essa experiência somada à tecnologia de chassis da Dallara, o X-Bow é um roadster bem equilibrado e incrivelmente fácil de guiar. Tem o refinamento de carros como o Audi R8 GT e o Porsche GT3 RS e veste um chassi previsível, talvez até isolado. O X-Bow está calçando pneus de rua, o que ajuda a manter a tração no molhado, mas é duro demais nas curvas e muito mais fácil de dobrar quando o carro desliza de lado. É difícil não traçar comparações com o TT-RS ou mesmo o A4 Cabriolet usando uma capa de super-heroi e cinto se utilidades. Talvez seja o peso extra do X-Bow, talvez seja as paredes mais altas no cockpit, talvez seja seu escape silencioso, mas há algo sobre o KTM que permite que o motorista relaxe ao volante e esqueça que está pilotando um alienígena automotivo de carbono.




O X-Bow também é mais versátil que o Atom, em termos de dirigibilidade. Me imagino parando na lavanderia no caminho de volta para casa depois de um dia de pista. Você sente a conformidade e os cálculos do pessoal da Dallara, embora a engenharia de quintal e o espírito “aperte os cintos e segure-se” do Atom faça mais o meu tipo de condução. Comparado ao Atom, achei que o X-Bow deixa um pouco a desejar. Os 181 kg a mais e os 50 cv a menos traduzem-se em uma experiência menos alucinante, mas não necessariamente menos recompensadora. Não foi uma briga justa, para dizer a verdade, já que o Atom não somente tinha mais potência, mas também pneus semi-slick. Me disseram que o Atom é mais civilizado com pneus de rua, e tenho certeza que pneus semi-slick no X-Bow aumentariam muito mais o fator alucinação.
Talvez seja por que eu curto Audis, mas acho que uns cavalos a mais no 2.0 TFSI ajudaria muito o X-Box a se tornar o brinquedo perfeito para as pistas. Por ora, dou meu voto ao Atom pelo desempenho e também ao X-Bow pelo estilo.
Agradecimentos especiais ao NorthWestAutoSalon.com e ao PacificGP.com por tornar este dia possível.
Fotos por Joshua Decker (QuattroWorld.com) e Drew Larrigan (eGarage.com)
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

Nenhum comentário: