Motor seis em linha N54 biturbo, três litros, 340 cavalos a 7000rpm; 1520 quilos, entre-eixos 10cm mais curto que o BMW M3… e preço de R$268.800 por estas bandas, a partir de agosto. Salgado, curto, potente, ágil, mas não exatamente leve, o 1m se tornou o queridinho das revistas automotivas de todo o mundo – eufemismo para “todos querem ver sangue”. Neste post, vocês conferem seis vídeos dos comparativos que rolaram por aí. Até Porsche o coitado teve de enfrentar…
Isso é interessante. O 1M tem o mesmo conjunto de rodas e pneus do M3, um acerto de suspensão agressivo, é mais curto, menor e mais leve. No papel, engoliria o M3 em qualquer teste que fosse, não fosse a decisão da BMW em limitar o 1M a “apenas” o motor N54 biturbo do BMW z4 – 34cv mais potente que o 135i, muuuuuito pouco acréscimo para um carro da série M.
Alguém teria de comparar o M3 ao 1M para o tira-teima do mundo real, e felizmente, os caras da Motor Trend o fizeram, de uma forma inusitada. Considerando a posição de cada um na tabela de preços, a conclusão faz sentido: falta refino de conjunto ao 1M para ele vencer o M3. E isso não foi por acaso.
O Auto Bild comparou o 1M aos very hot hatches Focus RS500 e ao RS3. Só que eu não entendo um cazzo de alemão – e se você for como eu, vai ficar sem saber quem venceu o comparativo. Podem me xingar, mas em português.
De francês, só entendo abajour, Alain Prost, Citroën, Peugeot e Renault; mas a linguagem de uma má pilotagem é universal. Se você se propõe a comparar dois carros na pista, no limite, e um dos pilotos é muito pior que o outro, não tem como um comparativo desses funcionar. O cara ao volante do M1 guia muito. Muito mal. Falta suavidade e fluidez em um carro de natureza traiçoeira (entre-eixos curto, biturbo, 340 cavalos e caixa de direção rápida)… e o resultado é o que vocês vêem em 1:07, 1:20, 1:29, 1:37, 1:45, 1:53 e em praticamente todas as curvas de média/baixa. Ao menos o pangaré sabe fazer um bom drift. Sabe-se lá como, o 1M ainda foi 0,07s mais rápido. Com certeza, os tempos não foram baseados nesse vídeo.
Ética no trabalho é tudo. Por isso, não vou dizer que você encontra essa matéria animal completa na Car and Driver Brasil que está nas bancas. Não poderia haver percurso melhor para carros curtos (bem, ignore o Infinity), potentes e de suspensão travada: a estrada batizada como Dragon Tail, no Tennessee (pense em uma palavra com letras repetidas).
Ao volante do Audi TT RS, você tem um clone de Jeff Goldbum (“A Mosca”, “Jurassic Park”); no BMW 1M algum primo perdido de Zakk Wylde, e no Infinity, o Chewbacca em “pessoa”. Em resumo, o TT RS é potente, foi o mais veloz no teste em circuito, acelera na casa dos três segundos… mas não exige muito do piloto. Para alguns, isso é bom; para outros, tira a diversão. O 1M foi elogiado extensivamente pela C/D, mas não pelo motor (N54, igual ao Z4), e sim pelo conjunto de pneus, rodas, suspensão e diferencial. Já o Infinity agradou John Nobody, porque é apenas um Infinity G37 com suspensão mais dura – mas é divertido de ser guiado.
Não perca os dados do teste, próximo a 2:00 do vídeo.
Para encerrar, uma covardia e tanto: Steve Sutcliffe, da Auto Car, pôs o pequeno apimentado da BMW frente a frente com um Porsche Cayman R. Nas palavras dele, a dinâmica do 1M é muito boa, mas à moda antiga: rápido, arisco e levemente temeroso – você precisa saber o que está fazendo para guiá-lo velozmente. Já o Cayman R é mais visceral em termos de ruído e conforto, mas dinamicamente é mais preciso e comunicativo. Mas para Sutcliffe, a maior diferença é sentida no peso – o Cayman R pesa 225 quilos a menos que o tijolinho bávaro de 1520 kg.
Apesar de custar 20.000 libras (R$50 mil) a mais na Inglaterra, Steve deu a vitória ao Porsche – mais pelo refino do acerto e comunicabilidade dinâmica, algo que poderia ser obtido sem o aumento do preço. Concordo com ele.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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