18 de mai. de 2011

Importações de carros têm alta de 97,1% no quadrimestre

Segundo a Abeiva, foram emplacadas 52.074 unidades entre janeiro e abril. Mudança de regras nas importações não prejudica o setor, afirma entidade.

Priscila Dal Poggetto
Kia Soul Flex é estratégia para aumentar vendas no Brasil (Foto: Divulgação)
Kia Soul Flex, da Kia Motors, associada da Abeiva
(Foto: Divulgação)
Os veículos importados pelas 30 marcas que não possuem fábricas no Brasil e estão filiadas à Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) somaram no quadrimestre 52.074 unidades. De acordo com dados da Abeiva divulgados nesta quarta-feira (18), o crescimento foi de 97,1%.
Apesar da alta significativa, o presidente da entidade, José Luiz Gandini, destaca que as importações das empresas associadas à entidade representam 21,32% do volume total de 244.275 veículos trazidos ao país entre janeiro e abril.

No mercado total de carros, que soma 1,05 milhão de unidades, essa participação é de 5%. A maior parte das importações é feita pelas próprias montadoras com fábricas no país. "Por isso defendemos alíquota única de importação no país", reclama Gandini sobre os acordos comerciais que isentam as montadoras da alíquota de importação de 35% sobre o preço dos veículos.
No mês de abril, o crescimento foi de 18,6% na comparação com março, de 13.993 para 16.593 emplacamentos. No mercado geral, o volume representa 6% de participação, segundo a entidade. "Entre os motivos que contribuem para o crescimento estão o início de operações de novas empresas importadoras, a participação expressiva de veículos de 'entrada' e o avanço significativo dos automóveis do segmento B e de utilitários esportivos", afirma Gandini.
De acordo com a Abeiva, a previsão de vendas para este ano continua a ser de 165 mil carros. Entre as associadas à entidade estão Kia Motors, Audi, BMW, JAC Motors, Volvo, Ferrari, Land Rover, Suzuki e Chrysler.
Novas medidas para importações
Para a Abeiva, a decisão do governo que passa a exigir aviso prévio para a liberação das guias de importação - antes feita de forma automática - não atrapalha os negócios. Segundo Gandini, a medida não é protecionista contra a Argentina, mas sim uma forma de o governo monitorar e acompanhar o setor. "Não faltarão veículos no mercado e os preços não serão alterados por causa dessa medida", ressalta o presidente da entidade.
Segundo ele e presidentes de marcas como Sergio Kakinoff, da Audi, e Sergio Habib, da JAC Motors, serão necessários 15 dias para as empresas adaptarem suas operações, mas nada que afete o desempenho do negócio. "É uma questão de adaptação para os carros que estão agora nos navios, por exemplo. O governo também está se adaptando, se você ligar hoje lá ninguém sabe te dizer o que fazer", explica Habib.
"É só mais uma licença, já tínhamos que fazer isso com o Ibama para conseguir importar", complementa Gandini. Apesar da posição da Abeiva, quando a mudança foi anunciada, a entidade havia defendido que a mudança fosse adotada exclusivamente para os veículos vindos da Argentina.
A liberação não automática das guias de importação para veículos montados, dentro das regras da OMC, começou a ser aplicada em 1990, com a abertura do mercado brasileiro para produtos estrangeiros. A partir de 2001, o governo autorizou a liberação automática, o que durou até agora.
Segundo a Abeiva, as associadas empregam 27 mil pessoas e vão recolher mais de R$ 5 bilhões de impostos neste ano.
Confira o ranking das marcas de modelos importados até abril1º Kia Motors: 25.038 unidades
2º Chery: 3.478 unidades
3º BMW: 3.074 unidades
4º Effa Hafei: 2.715 unidades
5º Jac Motors: 2.556 unidades
6º Hafei Motor: 2.212 unidades
7º Suzuki: 1.999 unidades
8º Land Rover: 1.996 unidades
9º SsangYong: 1.556 unidades
10º Volvo: 1.145 unidades

Fonte: G1
Disponível no(a):http://g1.globo.com

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