4 de abr. de 2011

Ford desenvolve bonecos digitais para crash test que simulam crianças

A Ford iniciou o desenvolvimento de bonecos virtuais que reproduzem com precisão a reação do corpo de uma criança a impactos. O modelo digital recria estrutura óssea, órgãos internos e cérebro. Dessa forma, será possível estudar as diferentes reações entre crianças e adultos em um acidente de carro. O projeto é pioneiro no setor.
O atual modelo adulto digital levou mais de uma década para ser desenvolvido. Os pesquisadores começaram o projeto após o monitoramento e análise de tendências de danos para as crianças, que geralmente são mais vulneráveis em acidentes.
Ford desenvolve na China boneco virtual que reproduz o corpo de uma criança (Foto: Divulgação)
Ford desenvolve na China boneco virtual que reproduz o corpo de uma criança (Foto: Divulgação)
"Estudamos as tendências de lesões e sabemos que acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre pessoas de idades entre 1 e 34 anos," disse em nota o líder técnico sênior para segurança, pesquisa e engenharia avançada da Ford Motor, Dr. Steve Rouhana. "Queremos entender melhor como as lesões aos ocupantes mais jovens podem ser diferentes."
O trabalho ajudará a desenvolver sistemas de retenção para veículos, como airbags, que reduzam ferimentos graves e mortes de pessoas em qualquer faixa etária. “Quanto mais você sabe sobre o corpo humano, mais podemos considerar como tornar os nossos sistemas de retenção ainda melhor”, ressaltou Rouhana.
"O corpo de uma criança é muito diferente de um adulto. Construir um modelo digital de uma criança vai nos ajudar a projetar futuros sistemas que ofereçam a melhor proteção para os passageiros mais novos", completou.
Crash test (Foto: Divulgação)
Modelo virtual não substitui bonecos em crash tests,
mas ajudam na eficácia de sistemas como airbags
(Foto: Divulgação)
Complexidade do projeto
A construção de um modelo digital não é uma tarefa simples. O trabalho sobre o modelo adulto da Ford foi iniciado em 1993 e só concluído em 2004, após extensivas validações. Os modelos digitais são utilizados em pesquisa, não no desenvolvimento de veículos. Eles não substituem os manequins (dummies) usados em crash tests, que medem o efeito das forças sobre o corpo. Em vez disso, eles são usados para entender como melhorar a eficácia do sistema de retenção através de uma melhor compreensão dos mecanismos de lesão.
O modelo digital é construída componente por componente - cérebro, crânio, pescoço, tórax, membros superiores e inferiores etc. "Construir o modelo de uma pessoa é como construir um modelo de carro", disse Rouhana.
Após a coleta desses dados através de exames médicos, bem como literatura sobre anatomia, os pesquisadores criam virtualmente cada região do corpo. Os componentes são então unidos em um corpo humano virtual, que é extensivamente validado. Em seguida, utilizando ferramentas matemáticas e analíticas combinadas com dados do corpo disponíveis, os pesquisadores são capazes de determinar os efeitos de um acidente — e a pressão de um sistema de retenção — sobre o corpo.
Para obter informações científicas sobre a anatomia das crianças, a Ford fechou acordo de um ano, na China, com a Tianjin University of Science and Technology, que trabalha diretamente com o hospital infantil Tianjin Children's Hospital. "Este é apenas o começo", disse Ruan. "Estamos dando o primeiro passo para a construção de um futuro modelo digital de corpo de criança."

Fonte: G1
Disponível no(a):http://g1.globo.com/carros

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