Sem o Bahrein e com o Carnaval pela frente, a Fórmula-1 deve ficar em segundo plano neste fim de semana para o torcedor brasileiro. Mas na quarta-feira de cinzas os carros já estarão de volta à pista de Barcelona para os últimos dias de testes de preparação para a abertura do campeonato.
As equipes treinam de quarta-feira a sábado. Aí terão o domingo para levar os carros de volta às sedes (com exceção de Ferrari, Sauber e Hispania, todas ficam na Inglaterra) e, seis dias depois, 30 toneladas de equipamento serão embarcadas para a Austrália, palco de estréia de um campeonato cheio de novidades técnicas.
Asa traseira móvel, volta do kers, proibição do difusor duplo e do duto frontal com passagem do ar pelo cockpit, aumento de 20 quilos no peso mínimo dos carros, uma nova marca de pneus e, mais do que isso, novo conceito na produção de pneus que, por serem menos duráveis, visam o show. Estas são as novidades com as quais os pilotos terão de lidar de agora em diante, gostando ou não. Porque é assim que Bernie Ecclestone quis, na tentativa de criar mais disputas e mais ultrapassagens nas corridas. E tomara que dê certo porque, se não der, ele tem idéias ainda mais mirabolantes na cabeça.
Quem conhece Bernie, sabe que não lhe faltam idéias e ele gosta de jogá-las no meio da fogueira para se divertir com as opiniões, principalmente as desfavoráveis. Na obsessão por criar mais oportunidades de ultrapassagens, no ano passado ele chegou a falar em criar atalhos nas pistas, que poderiam ser usados por um piloto até cinco vezes em cada corrida. A mais recente extravagância de Ecclestone tem cheiro de piada. Mas, acreditem, pode não ser. Ele fala na criação de um “botão de chuva”, um mecanismo para molhar o asfalto em determinado momento de uma corrida e, mais, todo mundo seria avisado disso dois minutos antes. Pilotos, engenheiros e até o torcedor que está em casa assistindo à corrida pela TV. Tudo em nome do suspense.
Delírio ? Pode ser. Mas o homem não é de desistir fácilmente de suas idéias. Até aquela de definir o campeão pelo número de medalhas de ouro conquistadas em cada vitória, que foi rejeitada pelas equipes depois de previamente aprovada pela FIA, ele jogou de volta na fogueira. Nada é previsível na cabeça do homem que quer tornar as corridas imprevisíveis a qualquer custo. Desta vez ele pode até mesmo estar apenas preparando o campo para uma batalha que tem pela frente, que é convencer as equipes a aceitarem uma mudança no calendário para realocar o GP do Bahrein ainda no campeonato deste ano. A idéia é quebrar ao meio a pausa de quatro semanas sem corrida em agosto, um período em que as equipes dão folga aos funcionários da base, enquanto o alto escalão aproveita para repensar projetos. Trocar esta pausa por um pulinho no Bahrein carregando 30 toneladas de equipamento e duas mil pessoas em aviões fretados para uma viagem de, no mínimo, dez dias não será engolida sem muita negociação. Mas como se trata do Bahrein, pode pintar aí um bônus de verão. Isso se o rei Hamad bin Isa Al-Khalifa e o príncipe herdeiro Salman bin Hamad Al-Khalifa ainda tiverem o controle do país até lá.
Gerações diferentes – Numa única semana tive longas conversas com Emerson Fittipaldi e com Bird Clemente. Dois grandes ídolos que, em épocas diferentes, plantaram em minha geração a paixão pelo esporte a motor. O motivo básico que me levou a esses dois encontros é a elaboração de um livro que está sendo editado pela mesma equipe que produz o meu anuário AutoMotor, em comemoração aos 50 anos de fundação da Confederação Brasileira e Automobilismo. São impressionantes os depoimentos que estamos coletando de um período pré-fundação da CBA (até 1961) e o que o automobilismo ganhou com a criação de uma entidade que veio tornar oficiais os nossos campeonatos, possibilitando a pilotos brasileiros o sonho de correr na Europa.
NADA É PREVISÍVEL NA CABEÇA
DO HOMEM QUE QUER TORNAR
AS CORRIDAS IMPREVISÍVEIS
Fonte:sinalverdeAs equipes treinam de quarta-feira a sábado. Aí terão o domingo para levar os carros de volta às sedes (com exceção de Ferrari, Sauber e Hispania, todas ficam na Inglaterra) e, seis dias depois, 30 toneladas de equipamento serão embarcadas para a Austrália, palco de estréia de um campeonato cheio de novidades técnicas.
Asa traseira móvel, volta do kers, proibição do difusor duplo e do duto frontal com passagem do ar pelo cockpit, aumento de 20 quilos no peso mínimo dos carros, uma nova marca de pneus e, mais do que isso, novo conceito na produção de pneus que, por serem menos duráveis, visam o show. Estas são as novidades com as quais os pilotos terão de lidar de agora em diante, gostando ou não. Porque é assim que Bernie Ecclestone quis, na tentativa de criar mais disputas e mais ultrapassagens nas corridas. E tomara que dê certo porque, se não der, ele tem idéias ainda mais mirabolantes na cabeça.
Quem conhece Bernie, sabe que não lhe faltam idéias e ele gosta de jogá-las no meio da fogueira para se divertir com as opiniões, principalmente as desfavoráveis. Na obsessão por criar mais oportunidades de ultrapassagens, no ano passado ele chegou a falar em criar atalhos nas pistas, que poderiam ser usados por um piloto até cinco vezes em cada corrida. A mais recente extravagância de Ecclestone tem cheiro de piada. Mas, acreditem, pode não ser. Ele fala na criação de um “botão de chuva”, um mecanismo para molhar o asfalto em determinado momento de uma corrida e, mais, todo mundo seria avisado disso dois minutos antes. Pilotos, engenheiros e até o torcedor que está em casa assistindo à corrida pela TV. Tudo em nome do suspense.
Delírio ? Pode ser. Mas o homem não é de desistir fácilmente de suas idéias. Até aquela de definir o campeão pelo número de medalhas de ouro conquistadas em cada vitória, que foi rejeitada pelas equipes depois de previamente aprovada pela FIA, ele jogou de volta na fogueira. Nada é previsível na cabeça do homem que quer tornar as corridas imprevisíveis a qualquer custo. Desta vez ele pode até mesmo estar apenas preparando o campo para uma batalha que tem pela frente, que é convencer as equipes a aceitarem uma mudança no calendário para realocar o GP do Bahrein ainda no campeonato deste ano. A idéia é quebrar ao meio a pausa de quatro semanas sem corrida em agosto, um período em que as equipes dão folga aos funcionários da base, enquanto o alto escalão aproveita para repensar projetos. Trocar esta pausa por um pulinho no Bahrein carregando 30 toneladas de equipamento e duas mil pessoas em aviões fretados para uma viagem de, no mínimo, dez dias não será engolida sem muita negociação. Mas como se trata do Bahrein, pode pintar aí um bônus de verão. Isso se o rei Hamad bin Isa Al-Khalifa e o príncipe herdeiro Salman bin Hamad Al-Khalifa ainda tiverem o controle do país até lá.
Gerações diferentes – Numa única semana tive longas conversas com Emerson Fittipaldi e com Bird Clemente. Dois grandes ídolos que, em épocas diferentes, plantaram em minha geração a paixão pelo esporte a motor. O motivo básico que me levou a esses dois encontros é a elaboração de um livro que está sendo editado pela mesma equipe que produz o meu anuário AutoMotor, em comemoração aos 50 anos de fundação da Confederação Brasileira e Automobilismo. São impressionantes os depoimentos que estamos coletando de um período pré-fundação da CBA (até 1961) e o que o automobilismo ganhou com a criação de uma entidade que veio tornar oficiais os nossos campeonatos, possibilitando a pilotos brasileiros o sonho de correr na Europa.
NADA É PREVISÍVEL NA CABEÇA
DO HOMEM QUE QUER TORNAR
AS CORRIDAS IMPREVISÍVEIS
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/sinalverde
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