1 de jan. de 2011

Via Crúcis por Rafael Lopes

Miniheader Contos do Dakar

Nossa Amarok, finalmente nos trinques após ser aprovada na inspeção técnica
FOTOS: Cassio Cortes
Só existe uma coisa mais difícil que completar o Dakar: completar a inspeção técnica para o Dakar. Foi com isso que ocupamos nossa quinta-feira entre 11h e 16h locais – e foi prevendo a burocracia que saímos correndo do treino das motos KTM em um areal ao lado do aeroporto de Ezeiza, que havia começado às 8h.
Para quem não conhece o Dakar, algumas explicações: jornalistas que desejarem ter acesso ao trechos cronometrados por onde passam os competidores precisam ter um carro preparado dentro das especificações técnicas da categoria T2. Na prática, isto significa que nossa VW Amarok teve de receber no Brasil uma gaiola de proteção, bancos e cintos de competição, e dois estepes, entre outras coisas.
Carro preparado, é necessário cumprir uma extensa, exigente e nem sempre lógica lista de obrigações de segurança. São mais de 30 itens, variando entre pedidos racionais e outros nem tanto. Veja a lista completa:
A longa lista de exigências para imprensa
1 isqueiro estilo pocket torch (semelhante aos utilizados para acender charutos);
- 3 sinalizadores de emergência;
- 1 espelho para emergências (a explicação: caso os sinalizadores não funcionem, você pode incorporar o MacGyver e usar o espelho para sinalizar para o helicóptero de resgate refletindo a luz do sol);
- 1 bússola;
- 1 isqueiro normal (o que ele faz que o pocket torch não faria, ninguém sabe explicar);
- 1 mapa completo da América do Sul;
- 1 cobertor de sobrevivência para cada integrante do time (dois, no nosso caso);
- 1 kit de primeiros socorros;
- 1 galão de água de 5 litros por integrante do time;
- 1 cortador de cinto de segurança;
- 1 triângulo de emergência;
- 1 telefone via satélite;
Só o aluguel do Tripy, em cima, e do E-track, embaixo, emagrece a conta bancária em 800 euros- 1 GPS da marca Tripy (fornecido exclusivamente pela organização, e cujo aluguel custa €450 – totalmente imprescindível, já que o Tripy conterá todas as informações do trajeto do rali);
- 1 E-track (outro telefone via satélite, este para emergências, fornecido exclusivamente pela organização, a “módicos” €350);
- 2 coletes refletivos (estilo marronzinho da CET, para os paulistas);
- Cintos de segurança de quatro pontos em todos os bancos;
- 2 extintores de incêndio de 2 quilos;
- 2 espelhos retrovisores (esses nossa Amarok já tinha!);
- 2 ganchos para reboque, um na frente e outro atrás;
- Parabrisa laminado (novamente, o original de fábrica já atende às especificações);
- Buzina de ar estilo caminhão (extremamente divertida para assustar motoristas no trânsito de Buenos Aires);
- Assentos de competição individuais;
- Luzes traseiras adicionais (quatro ao todo);
- 2 estepes;
- Apara-barro nas quatro rodas;
- 2 pranchas de desatolamento;
- 2 pás;
- 1 corda de 5 metros;
- Tanque de combustível com autonomia mínima de 800 quilômetros.
Interior com assentos e cintos de competição e gaiola de proteção
Todos os itens são checados na inspeção, e “ticados” por um funcionário da organização. Resumo da ópera: para deixar nossa Amarok “nos trinques”, a conta superou os R$ 12 mil. Não surpreende que o número de pilotos brasileiros no Dakar esteja em queda (serão só nove em 2011): o evento é simplesmente caro demais.

Fonte:voandobaixo
Disponivel em:http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo

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