
Com a saída de Maurício Neves da equipe oficial da Volkswagen para 2011, Guilherme Spinelli e seu navegador Youssef Haddad herdaram uma missão das mais difíceis: serem os únicos brasileiros na principal categoria de carros do Rally Dakar, a Open.
Na prática, os carros da Open monopolizam as primeiras posições na classificação geral, e Guiga mostrou em 2010 que, mesmo sem tanta tradição no off-road, os brasileiros podem incomodar – o 10º lugar conquistado na edição passada foi a melhor performance de um piloto verde-amarelo na história do principal rali do mundo.
Em 2011, Guiga acredita que repetir o desempenho do Dakar 2010 já será uma grande vitória.
O nível das equipes e pilotos na categoria principal aumentou bastante; neste ano teremos mais equipes com apoio e investimento de montadoras – e portanto a concorrência será mais dura – pondera o carioca de 38 anos, momentos após a vistoria técnica final de seu Mitsubishi Lancer, na sexta-feira.

Modificamos o sistema de alimentação, que na edição passada fazia com que o combustível esquentasse demais com o tanque vazio e provocasse falhas no motor. Fizemos testes pré-Dakar no Marrocos, onde optamos por mudar também o acerto de suspensão. Fora isso, é o mesmo Lancer de 2010, com motor 4.0 de seis cilindros, a gasolina – diz Spinelli.
Gasolina, aliás, seja talvez a principal desvantagem da dupla brasileira frente às equipes de ponta da Volkswagen e BMW. Ambas se utilizam de motores a diesel, combustível beneficiado pelas atuais regras do Dakar, que limitam mais a preparação de propulsores a gasolina. O Lancer de Guiga e Haddad tem aproximadamente a mesma potência dos Touareg e X3 que brigarão pela vitória no geral (cerca de 300cv), mas com menos torque e consumo maior.
O Dakar é um evento muito caro; para se andar entre os 10 primeiros é preciso gastar cerca de 1 milhão de euros por carro. Infelizmente, no Brasil é muito difícil obter patrocínio suficiente. Mas acredito que esse cenário tende a mudar – desde a mudança para a América do Sul três anos atrás, o brasileiro está conhecendo o Dakar cada vez mais. Se realmente o evento vier para o nosso país em 2012, tenho certeza que o número de pilotos, equipes e patrocinadores brasileiros crescerá bastante.
Disponivel em:http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo
Nenhum comentário:
Postar um comentário