8 de fev. de 2014

Teste: Chevrolet S10 LT 2.8 CTDI diesel - Dividir para conquistar

Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/Carta Z Notícias
Teste: Chevrolet S10 LT 2.8 CTDI diesel - Dividir para conquistar
Chevrolet S10 LT com motor diesel e tração 4X4 é “cavalo de força” com pitada de conforto
por Igor Macário
Auto Press

Um dos artifícios usados pelas fabricantes para conseguir elevar as vendas de um modelo é apostar na variedade de versões. É por aí que a Chevrolet consegue ganhar mercado para a S10. A líder de vendas do segmento de picapes médias tem nada menos que seis versões, com duas opções de motorização e de tração.
Nessa lista, a variante LT cabine dupla com motor diesel e tração 4X4 é a segunda na “hierarquia” da gama de picapes, abaixo apenas da topo de linha LTZ. Por R$ 114.190 com câmbio manual  – cerca de R$ 25 mil a menos que a LTZ –, ela oferece um pacote que inclui equipamentos importantes de série. Um dos mais relevantes é a valentia para encarar tanto trabalho pesado, com caminhos tortuosos e muita lama. De quebra, a S10 LT ainda proporciona algum conforto para levar as crianças na escola ou ir ao supermercado.
A versão é animada pelo motor diesel de 2.8 litros turbo CTDI que rende bons 200 cv a 3.600 rpm e 44,9 kgfm a 2 mil giros. Acoplado a ele, um câmbio manual de seis marchas, renovado na linha 2014, apresentada ainda em setembro de 2013. A transmissão foi modificada para tentar diminuir o nível de aspereza do conjunto e teve as marchas reescalonadas, a fim de aproveitar melhor a força do motor. Ainda há opção pelo câmbio automático, também de seis relações, que eleva em R$ 4.100 o preço da picape. Com ele, o torque é elevado aos 51 kgfm. Independentemente da transmissão, o desempenho é compatível com o segmento: aceleração de zero a 100 km/h em cerca de 12 segundos e máxima de 180 km/h limitada eletronicamente.
O visual é basicamente o mesmo de qualquer S10 de cabine dupla e pouca coisa indica a versão LT. Por fora, apenas as rodas de liga-leve em 16 polegadas – em vez das de 17 da LTZ – mostram que se trata de uma S10 mais simples. As linhas robustas e bem resolvidas do modelo se mantém, com a frente alta e faróis algo pequenos, mas que formam um pacote esteticamente agradável. A ausência também de cromados na carroceria deixam a picape com um ar mais rústico, condizente com o potencial do modelo. É um veículo grande, com 5,34 m de comprimento e 3,09 m de entre-eixos, que chama atenção mais por isso do que por algum arroubo de design. Atrás, toques estudadamente rústicos, como as lanternas verticais grandes e o enorme logo da Chevrolet ao centro da tampa da caçamba.
O interior também é outro ponto onde se nota o jeito simples do modelo. Os revestimentos são similares aos de um carro de entrada, sem opção por couro nos bancos ou superfícies emborrachadas no painel – algo que depõe contra os R$ 114.190 pedidos pelo modelo com câmbio manual. Ainda que itens como ar-condicionado, trio elétrico, direção hidráulica, o sistema MyLink e até controlador de velocidade de cruzeiro sejam de série, o conjunto ainda é um tanto espartano em relação ao valor cobrado. A S10 LT diesel 4X4 ainda é mais cara que a principal rival, a Ford Ranger XLS, que consegue os mesmos 200 cv de um cinco cilindros diesel e custa R$ 112.690. A Nissan pede mais contidos R$ 108.190 por uma Frontier SV Attack e a Mitsubishi ainda oferece uma L200 Triton GLS por R$ 101.900. 
Impressões ao dirigir
Rugido sob controle
Logo ao assumir o comando da S10 LT, a cabine deixa claro de que se trata de uma versão mais simples da gama. Há equipamentos interessantes, como o MyLink – igual ao de Onix e Prisma e com menos funções que o aparelho da versão LTZ –, e itens de conforto como conjunto elétrico e ar-condicionado. Mas a atmosfera expressa pelos bancos em tecido e o painel cinza, todo em plástico rígido, é quase a de um veículo de trabalho. Os ruídos e trepidações do motor diesel, sempre presentes, reforçam esse aspecto mais “proletário”. Ao menos, tudo é bastante funcional. Os principais comandos são praticamente à prova de erros e bem posicionados. O único mimo é o controlador de velocidade de cruzeiro, facilmente acionado pelos botões no volante. A cabine também é espaçosa e bem iluminada, sensação reforçada pelo revestimento claro usado no interior. 
Um motor 2.8 litros turbodiesel de 200 cv não poderia ter mesmo qualquer dificuldade para movimentar a picape. Os 44,9 kgfm de torque estão disponíveis por inteiro a 2 mil rotações e conseguem dar à S10 um desempenho bastante convincente. Apenas abaixo de 1.500 giros sente-se uma sutil indefinição do trem de força, sensação ligeiramente acentuada pelo curso longo do acelerador, que demanda uma “pisada” com mais decisão para tirar a caminhonete da inércia – o “efeito colateral” é fazer ecoar um ronco quase intimidador ao redor da picape. O câmbio manual de seis marchas é bem escalonado e aproveita bem a força do motor, mas tem engates um tanto duros – ainda que precisos. A transmissão exige mãos firmes e que conduzam a alavanca em cada troca.
A direção com relação desmultiplicada e a altura da carroceria desencorajam qualquer tipo de condução muito entusiasmada – ainda que o motor até tenha força para tal. A S10 inclina sem muita cerimônia em curvas mais fechadas e os pneus cantam, acusando um limite de estabilidade bem justo. Ainda assim, respeitadas as características do modelo, a S10 dificilmente dará algum susto no motorista, mesmo sem controles eletrônicos de estabilidade e tração – presentes somente na “top” LTZ. 
Ficha técnica
Chevrolet S10 LT 2.8 CTDI diesel

Motor: Diesel, dianteiro, longitudinal, 2.776 cm³, turbo, com intercooler, com quatro cilindros em linha e 16 válvulas. Injeção direta e acelerador eletrônico.
 
 
Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma atrás. Tração integral com seletor eletrônico rotatório.
Potência máxima: 200 cv a 3.600 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 10,3 segundos.
Velocidade máxima: 180 km/h.
Torque máximo: 44,9 kgfm à 2 mil rpm.
Diâmetro e curso: 94,0 mm X 100,0 mm. Taxa de compressão: 16,5:1.
Suspensão: Dianteira independente, com braços articulados, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e pressurizados e barra estabilizadora. Traseira com feixe de molas semielípticas de dois estágios e amortecedores hidráulicos e pressurizados.
Ângulo de ataque: 30,7º.
Ângulo de saída: 16,1º.
Pneus: 245/70 R16.
Freios: Dianteiros por discos ventilados e traseiros a tambor. ABS com EBD de série.
Carroceria: Picape montada sobre longarinas com quatro portas e cinco lugares. Com 5,34 metros de comprimento, 1,88 m de largura, 1,82 m de altura e 3,09 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais de série.
Altura mínima do solo: 22 cm.
Peso: 2.061 kg.
Capacidade da caçamba: 1.061 litros.
Tanque de combustível: 76 litros.
Produção: São José dos Campos/SP, Brasil.
Lançamento no Brasil: 2012.
 
 
Itens de série: Airbags frontais, ABS com EBD, faróis de neblina, seletor eletrônico de tração, sistema de deslizamento limitado do diferencial, trio elétrico, rodas de liga leve de 16 polegadas, ar-condicionado, direção hidráulica, computador de bordo, cruise control e sistema My Link com tela de sete polegadas. 
Preço: R$ 114.190.
 

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