16 de jan. de 2014

Teste: Nissan Note - Na pista certa

 Fotos externas de Luiz Humberto Monteiro Pereira/CZN e foto interna de divulgação
Teste: Nissan Note - Na pista certa
Note poderá ser um peça importante para alavancar vendas da Nissan no Brasil

por Igor Macário
Auto Press

A Nissan tem grandes ambições para o Brasil. Depois de consolidar sua presença nos segmentos de entrada, com o pequeno March e o sedã Versa, a marca japonesa mira diversificar seu portfólio.
Já renovou totalmente o sedã médio Sentra e começou a trazer o médio-grande Altima. Agora, é a vez de entrar em outro departamento: o de monovolumes compactos, onde o Honda Fit segue invicto. Para essa missão, a Nissan prepara o Note. O modelo ainda não tem data prevista para chegar ao país, mas sua importação aparentemente faz parte da estratégia da Nissan para o Brasil.
O Note segue a fórmula do Fit, ao oferecer espaço e versatilidade numa embalagem mais compacta. Nos Estados Unidos, ele substituiu o antigo Tiida hatch. Por lá, assim como o Fit, ele é um dos carros de entrada da Nissan, mas que já possui recheio suficiente – nas versões mais caras – para brigar pelo seu próprio espaço nas garagens brasileiras. O monovolume é baseado na plataforma V, a segunda geração da base B0 – B zero – desenvolvida pela Nissan em parceria com a Renault. Ela dá suporte a vários modelos, como os próprios March, Versa e Sentra já conhecidos. Além deles, outras derivações servem aos Renault Sandero, Logan e ainda à quarta geração do Clio europeu. 
A similaridade até permitiria a produção do monovolume na fábrica da Nissan em Resende, no Sul Fluminense, que já tem as linhas de montagem de March e Versa confirmadas para começar a produzi-los ainda em 2014. Mas o Note deve chegar mesmo importado do México, aproveitando as condições tributárias do Inovar-Auto e o acordo comercial entre os dois países. “Com a nacionalização de March e Versa, nossas cotas de importação para produtos feitos no México aumentam para outros modelos”, deixou escapar o presidente mundial e CEO da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, durante o anúncio da nova fábrica de motores da marca na cidade de Resende, no início de janeiro. 
Por enquanto, o Note é empurrado apenas pelo propulsor 1.6 litro de 111 cv e 15,1 kgfm de torque. Para o Brasil, poderá receber o motor flex que move o Livina. No mercado norte-americano, o propulsor é acoplado a um câmbio manual de cinco marchas na versão básica S, enquanto as SV rodam sempre com a transmissão CVT, de relações continuamente variáveis, que envia força às rodas dianteiras. Por lá, o Note é vendido em três versões: S, S Plus e SV. No entanto, a topo pode ser equipada com pacotes SL – que geralmente nomeiam as variantes mais caras. Eles adicionam equipamentos interessantes ao Note, como navegador por GPS e câmaras ao redor do carro para facilitar o estacionamento. 
No interior, mais semelhanças com os compactos da marca. A cabine é praticamente idêntica à do Versa – e do March –, com a mesma disposição de equipamentos. Comandos de ar-condicionado, vidros e até maçanetas internas e o cluster de instrumentos são iguais aos do sedã compacto já conhecido no Brasil. Os preços são coerentes com o posicionamento do carro no mercado norte-americano. Lá, um Note básico parte dos US$ 13.990, pouco menos de R$ 33 mil. As versões mais caras chegam aos R$ 43 mil, lotada de itens como partida por botão e bancos com aquecimento. No Brasil, a Nissan deve ser agressiva com a política de preços – comportamento já visto com o Sentra. A julgar pelo fato que um Honda Fit começa nos R$ 49.990 com motor 1.4, o modelo da Nissan deverá ficar abaixo desse patamar.
Primeiras Impressões
Caminho de vinda
por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press
Newport/Califórnia/Estados Unidos - A versão do Note avaliada era uma básica S com câmbio manual. Se a opção da Nissan for a mesma adotada ao lançar no Brasil modelos como March, Versa e Sentra – ou seja, ter preços bastante competitivos –, o Note S manual pode muito bem fazer parte do grupo de modelos importados do México pela marca.
Embora a versão S seja bastante despojada e os materiais internos não transmitam sensação de sofisticação, apesar de a montagem parecer bem precisa, a primeira impressão ao entrar a bordo é positiva. O teto elevado transmite a sensação de que o espaço interno é amplo – um efeito bastante similar ao obtido pelo concorrente Fit. Atrás, mesmo pessoas altas podem se acomodar sem riscos de “cabeçadas”.
O câmbio manual do Note S, por sinal, é um ponto alto do modelo. Bem justo e com engates precisos, permite tirar um bom desempenho do motor 1.6 de 111 cv a gasolina. Apenas em velocidades mais elevadas, faz falta um pouco mais de força ao conjunto. Para o mercado brasileiro, pode ser adotado o motor 1.6 16V flex de 108 cv com etanol, de origem Renault, que move o monovolume Livina feito no Paraná. O Livina, por sinal, vende pouco e pode até ter sua produção nacional descontinuada se a Nissan realmente optar por trazer o Note ao Brasil. Com o motor americano, em velocidades mais comedidas em perímetro urbano, o compacto circula lépido e fagueiro pelas ruas bem asfaltadas da cidade litorânea californiana. A suspensão macia ajuda a tornar o passeio bem agradável.
O volante é similar ao utilizado pelo Sentra e a direção elétrica do Note é bem direta – algo que transmite segurança em trajetos sinuosos. E, nas manobras de estacionamento, o volante fica levíssimo e permite entrar nas vagas sem esforços braçais. Surpreendentemente, não foi possível perceber sensação de flutuação nas retas ou instabilidade nas curvas, embora o monovolume tenha um perfil elevado que possa sugerir um certo “rolling”. Já o isolamento acústico do monovolume mexicano não é nada excepcional, pelo menos na versão básica S avaliada. Em suma, se realmente vier ao Brasil, o Note pode vir a dar muito trabalho à concorrência.

Ficha Técnica
Nissan Note S
Motor: A gasolina, dianteiro, transversal, 1.598 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando variável de válvulas na admissão e exaustão. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas (na versão S). Tração dianteira.
Potência máxima: 111 cv a 6 mil rpm.
Torque máximo: 15,1 kgfm a 4.400 rpm.
Diâmetro e curso: 78 mm X 83,6 mm. Taxa de compressão: 9,8:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira por eixo de torção com barra estabilizadora e molas helicoidais.
Pneus: 195/55 R16.
Freios: Discos ventilados na frente e tambor atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Monovolume em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,14 metros de comprimento, 1,69 m de largura, 1,54 m de altura e 2,60 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série.
Peso: 1.120 kg.
Capacidade do porta-malas: 272 litros.
Tanque de combustível: 41 litros.
Produção: Aguascalientes, México.
Itens de série: Ar-condicionado, banco do motorista com regulagem de altura, direção com assistência elétrica, airbags frontais, laterais e de cortina, espelhos elétricos, controles de estabilidade e tração, rádio CD/Aux.
Preço nos EUA: US$ 13.990, cerca de R$ 33 mil.

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