6 de jun. de 2013

Guia: no Canadá, segue a discussão sobre os pneus


Guia Canadá
Os testes secretos da Pirelli com a Mercedes e Ferrari devem voltar a ser um dos principais assuntos durante o final de semana do GP do Canadá. Inclusive, na sexta-feira, na tradicional coletiva da FIA com dirigentes, estarão presentes os principais envolvidos na polêmica: Paul Hembery (Pirelli), Ross Brawn (Mercedes), Stefano Domenicali (Ferrari), Christian Horner (Red Bull), Monisha Kaltenborn (Sauber) e Martin Whitmarsh (McLaren). Será uma discussão interessante.

Dentro da pista, a prova de Montreal normalmente é de muita ação, acidentes e com chances de safety car. Para se ter ideia, em cinco dos últimos nove GPs no Circuito Gilles Villeneuve o carro de segurança foi acionado pelo menos uma vez.
A McLaren tem dominado a prova nos últimos anos, com quatro vitórias em cinco edições. Isso acontece muito por conta das longas retas, que exigem dos motores, o que dá alguma vantagem para os carros equipados pela Mercedes. Com o time de Woking em baixa, a equipe própria da montadora alemã pode aparecer novamente como uma das forças. Especialmente com Lewis Hamilton, que já venceu em três oportunidades lá.
Claro que Red Bull, Ferrari e Lotus também devem estar fortes. A última, novamente apostando na capacidade de seu carro e de Kimi Raikkonen em administrar o desgaste dos pneus, para tentar dar o bote nas rivais e conquistar uma boa posição na prova.

PONTOS CRÍTICOS

O Circuito de Montreal tem longas retas, em que os carros alcançam velocidades bastante altas, sempre com fortes freadas no final. Em quatro pontos, os pilotos chegam a um ponto de frenagem acima dos 300 km/h. E como os muros são muito próximos da pista, um pequeno erro ou problema no carro normalmente prova um grande acidente.
Curva 1: muitas vezes os pilotos chegam disputando posição e os toques, especialmente na largada, são comuns. Antes dela, existe uma leve puxada à direita que faz com que os carros cheguem lado-a-lado nela, com o que está tentando defender a posição por dentro.
Curvas 8 e 9: erros na freada para a chicane são comuns. Existe uma caixa de brita na parte de fora da 8 que pode representar o final de corrida para quem ficar por ali. Na saída da 9, o muro é colado à pista, o que também pode acabar em acidente.
Curva 10: um dos pontos mais característicos do circuito, é uma forte freada a 300 km/h para entrada no hairpin. As manobras de “xis” são comuns, já que muitos pilotos exageram ao tentar atrasar a freada. Muitas vezes, a saída da curva é mais importante do que a entrada, já que existe um trecho de aceleração maior depois. Por isso, nem sempre um primeira defesa neste ponto quer dizer tranquilidade naquela volta.
Curvas 13 e 14: mais do que a chicane, o muro que fica em sua saída talvez seja um dos lugares mais famosos e temidos no circuito canadense. Os diversos acidentes com grandes pilotos resultaram no apelido de “Muro dos Campeões”. É um ponto de ultrapassagem importante, mas onde o ataque exagerado na zebra da segunda perna, a curva 14, normalmente acaba em batida.Montreal circuito

PNEUS

O desgaste em Montreal não é muito acentuado, mas o traçado tem particularidades que fazem com que a administração dos pneus seja importante. Primeiro, as fortes freadas provocam muitos travamento de rodas, deixando o pneu “quadrado”, ou seja, o composto fica com algum lado reto, o que causa vibrações no carro e uma degradação irregular.
O segundo fator é que a pista é semipermanente, ou seja, apesar de receber outras competições durante o ano, não é muito utilizada, já que fica em um parque. Nos primeiros treinos, o asfalto normalmente está bem “verde”, como os pilotos costumam dizer. Isso quer dizer que não existe muita borracha. Assim, os carros escorregam nas curvas e isso faz com que os pneus também se desgastem mais que o normal.
Em 2012, Lewis Hamilton venceu a corrida com duas paradas. Só que a escolha entre um e dois pitstops ficou bem dividia entre os dez primeiros. Romain Grosjean e Sergio Pérez, de Lotus e Sauber, respectivamente, pararam apenas uma vez. Como as chances de um safety car são grandes, é sempre preciso deixar a estratégia em aberto para uma possível mudança durante a prova.
É bom lembrar que, em 2012, a escolha dos pneus para o GP do Canadá foi dos macios e supermacios. Desta vez, a Pirelli preferiu levar os médios (brancos) e supermacios (vermelhos), com o intuito de aumentar o leque de táticas. É a segunda vez que esta combinação é utilizada em 2013, sendo que a primeira foi na Austrália, prova vencida por Kimi Raikkonen.

PREVISÃO DO TEMPO

Sexta-feira: chuva (max. 15°C min. 12°C)
Sábado: chuva (max. 17°C min. 14°C)
Domingo: parcialmente nublado, com 20% de chance de chuva (max. 20°C min 16°C)

FIQUE DE OLHO

Mal no campeonato, normalmente a McLaren se dá bem em Montreal. É bom ficar de olho também na Mercedes de Lewis Hamilton, que sempre tem um bom desempenho nesta prova. Quem também deve estar esfregando as mãos é Kimi Raikkonen, que vem conduzindo bem a sua Lotus em 2013 e, com um ritmo, regular pode surpreender os principais rivais na parte final da prova.
E claro, Fernando Alonso e Sebastian Vettel estão sempre entre os favoritos. Em 2012, os dois brigavam pela vitória, mas acabaram errando na estratégia de paradas para troca de pneus e ficando fora do pódio. No ano anterior, o alemão dominou a prova e perdeu a vitória por causa de um erro na última volta.

HISTÓRICO DO GRID

Se tem um piloto que normalmente se dá bem em Montreal é Lewis Hamilton. São três vitórias em cinco participações no GP do Canadá. Ele é o único do atual grid com mais de um triunfo na prova. Os outros pilotos que já venceram no Circuito Gilles Villeneuve foram Jenson Button, Fernando Alonso e Kimi Raikkonen. Sebastian Vettel passou perto duas vezes, mas subiu ao pódio apenas uma, em 2011, quando entregou de presente a vitória para Button, com um erro na última volta.
Já Felipe Massa não tem boas lembranças. O brasileiro nunca subiu ao pódio e tem como melhor resultado um quarto lugar em 2005, ainda pela Sauber. Com a Ferrari, apenas dois quintos lugares.

RETROSPECTO BRASILEIRO

Os pilotos brasileiros já conquistaram seis vitórias no GP do Canadá, sendo a última com Nelson Piquet, em 1991, de Benetton. Este, por sinal, foi o último dos 23 triunfos da carreira do tricampeão. O carioca ainda ganhou em Montreal em 1984 e 82, ambos de Brabham. Ayrton Senna conquistou a prova em duas oportunidades: 88 e 90, sempre de McLaren.
Só que a primeira vez que um brasileiro venceu a etapa Canadense não foi no circuito de Montreal, mas em Mosport. Emerson Fittipaldi levou a melhor a melhor com sua McLaren em 1974. O triunfo o levou da terceira posição do campeonato para a liderança, ao lado de Clay Regazzoni, faltando apenas uma prova para o final da temporada, nos Estados Unidos. Um quarto lugar na corrida americano lhe valeria seu segundo título mundial, com três pontos de vantagem para o suíço da Ferrari.

FICOU PARA A HISTÓRIA

Quem não se lembra de Nigel Mansell ficando parado a poucos metros da bandeira quadriculada no GP do Canadá de 1991, e deixando a vitória de presente para Nelson Piquet? O inglês já vinha acenando para o público e celebrando o que seria a sua primeira vitória na temporada, já que tinha 57 segundos de vantagem para o brasileiro, segundo colocado.
O triunfo seria o sétimo consecutivo de um piloto brasileiro na F1, depois de dois do próprio Piquet, ainda em 90, no Japão e Austrália, e quatro em seguida de Ayrton Senna na abertura do campeonato de 91, nos Estados Unidos, Brasil, San Marino e Mônaco.


ZONA DE ASA MÓVEL

Seguindo a filosofia da FIA para 2013, o GP do Canadá vai ter duas zonas de asa móvel para todos os treinos livres, classificação e corrida. No entanto, assim como na Austrália, haverá apenas um ponto de detecção, o que significa que um mesmo piloto terá chance dupla de usar o dispositivo para ultrapassar os rivais, enquanto aquele que defende não poderá acioná-lo para dar o troco caso seja ultrapassado ainda na primeira zona.
A aferição ocorrerá 110 metros após a curva 9, com a primeira zona sendo estabelecida 55 metros antes da curva 12, uma pequena puxada para a direita dentro da longa reta. O segundo trecho começará 70 metros após a saída da curva 14, a segunda perna da chicane que leva à reta dos boxes.

COMISSÁRIO CONVIDADO

MARTIN DONNELLY (GBR)
Data de nascimento:
 26 de março de 1964 (48 anos)
GPs na F1: 13
Equipes: Arrows (1989), Lotus (1990)
Melhor resultado: 7º (GP da Hungria de 1990)
Pontos marcados: 0

PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira
11h – 12h30 – primeiro treino livre (Sportv)
15h – 16h30 – segundo treino livre (Sportv)
Sábado
11h – 12h – terceiro treino livre (Sportv)
14h – classificação
Domingo
15h – 70 voltas (Globo – até às 16 horas, quando a emissora passa a transmitir o amistoso de futebol entre Brasil e França)

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Disponível no(a):http://tazio.uol.com.br

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