22 de abr. de 2013

Teste: BMW K1600 GTL - Primeira classe

Fotos: Pedro Paulo Figueiredo/Carta Z Notícias
Teste: BMW K1600 GTL - Primeira classe
BMW K1600 GTL abusa da tecnologia para oferecer luxo e conforto


As vendas de motocicletas no Brasil se concentram em modelos de baixa cilindrada, focados para o transporte urbano. Mas lá na outra extremidade, o mercado é  frequentado pelas superesportivas mais potentes, as maxitrails mais robustas e as touring mais luxuosas do planeta. É nesta casta que surgem motos impresionantes como a BMW K 1600 GTL.
Além de todo o requinte exigido naturalmente pelo segmento, a marca alemã injetou no modelo uma dose cavalar de tecnologia. Com um novíssimo motor de seis cilindros, sistema de som embarcado de primeira linha, controle de tração, suspensão com ajuste eletrônico e outros “mimos”, é uma das maiores traduções do que a BMW pode fazer quando resolve investir em duas rodas.

A empresa alemã já tem alguma tradição no segmento de touring, mas em “escala” menor. Até 2011, os seus modelos tinham motores de quatro cilindros e tamanho entre 1.000 e 1.200 cc. Há dois anos surgiu a necessidade de fazer um ataque mais agressivo ao segmento liderado por Honda Goldwing e Harley-Davidson Electra Glide Ultra Limited. O mercado norte-americano, por sinal, é o principal destino desses modelos, geralmente dotados de um ótimo desempenho em estradas retas e menor agilidade para lidar com sinuosas serras.



A linha K1600 hoje é composta de dois modelos. A GT é uma espécie de sport touring. Uma abordagem menos “séria” do conceito de moto estradeira. O rádio é opcional e a posição de pilotar é um tanto mais voltada para a esportividade. A GTL é o “pacote completo”. Traz para-brisa eletricamente ajustável, três cases de bagagens, assento duplo, manoplas e assento do piloto aquecido, controle de cruzeiro, computador de bordo e sistema de som com entradas auxiliares.

A linhagem K da BMW significa motores com cilindros em linha. No caso da 1600, são seis deles. Para alinhá-los em uma área tão estreita, a engenharia tomou várias providências. A construção traz pouco espaçamento entre os cilindros e a própria arquitetura do propulsor o transforma em um motor extremamente estreito. A economia de espaço acarretou uma economia de material e o resultado foi um propulsor com pouco mais de 100 quilos – cerca de 20% abaixo de um motor 1.6 normal, utilizado em automóveis. A diferença é que este gera 160 cv de potência a 7.750 rpm e 17,9 kgfm de torque a 5.250 rotações.



O controle de tração oferece três ajustes para dosar a forma que o motor atinge a roda traseira, tracionada por cardã. O mais suave é o “Rain”, para chuva. O “Road” permite uma certa filtragem da potência e é para o uso cotidiano. A configuração “Dynamic” é a mais esportiva e promove um despejo de potência bastante “cru”. A suspensão também é ajustável de acordo com o peso e a distribuição dele sobre a moto. Um sistema eletrônico consegue alterar propriedades como amortecimento e pré-carga das molas, além da rigidez do conjunto em si. Também são três modos: Sport, Normal e Comfort.

A pequena hélice estilizada encravada no tanque e a alta tecnologia embarcada geram um preço bem alto para a K1600 GTL. A touring da BMW custa R$ 108.500, valor significativamente superior ao de seus concorrentes. A Honda cobra R$ 92 mil pela Goldwing, a Kawazaki pede R$ 74.990 pela Concours 14 e a Harley-Davidson tabelou sua Electra Glide Ultra Limited em R$ 70.900. Custo alto que não impediu um bom desempenho de mercado da K1600 neste ano. De acordo com dados da Fenabrave, já foram 52 unidades vendidas no três primeiros meses de 2013, uma média de 17 por mês que a coloca como segunda de seu segmento. A líder é a Harley-Davidson, com média de 36 mês. A Goldwing emplaca oito unidades mensalmente enquanto a Concours vendeu as mesmas oito unidades em todo o primeiro trimestre. Em um segmento tão exclusivo, o preço acaba se tornando apenas mais um detalhe.



Impressões ao pilotar

Passeio hi-tech

por Eduardo Rocha
Auto Press


Parada, a BMW K 1600 GTL impressiona pelo enorme aparato tecnológico que dispõe. No primeiro contato, é preciso consumir um tempo para conhecer os sistemas que ela oferece e personalizar as regulagens. A partir daí, a GTL se torna uma motocicleta extremamente simples. Os quase 350 kg de peso desaparecem assim que ela é posta em movimento. O banco baixo, de apenas 75 cm de altura, e o escudo formado pela carenagem frontal e pelo para-brisas deixa o piloto confortável e protegido – sob chuva em movimento, quase não se é atingido pela água. É quase como se estivesse numa scooter, com diversas vantagens.

Nas várias situações enfrentadas em mais de 1 mil km de teste, a GTL saiu-se bem em praticamente todas. Em estradas e em vias expressas é onde ela fica mais à vontade. As acelerações e retomadas são extremamente ágeis e ela é capaz de enfrentar curvas sem qualquer reserva. A boa altura para o solo e a suspensão regulável mantém o conforto e a estabilidade mesmo em pavimentos irregulares.

A GTL também se dá bem em ruas e áreas urbanas menos rápidas, desde que haja caminho livre à frente. As limitações da touring da BMW só aparecem mesmo no trânsito pesado. A tarefa de andar entre os carros é inglória. E não só pela larga área frontal, capaz de cobrir o motor de seis cilindros em linha, mas principalmente pelos enormes baús laterais, que ancoram a moto entre os carros. O melhor desta BMW é seguir à risca a vocação touring e aplicá-la em passeios não muito apressados. E assim poder usufruir do ótimo sistema de som, dos assentos confortáveis e do suave e agradável ruido do motor seis cilindros.



Ficha técnica

BMW K1600 GTL

Motor: A gasolina, quatro tempos, 1.649 cm³, seis cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial.
Câmbio: Manual de seis marchas com transmissão por eixo cardã. Controle de tração com três modos de operação.
Potência máxima: 160 cv a 7.750 rpm.
Torque máximo: 17,9 kgfm a 5.250 rpm
Diâmetro e curso: 72,0 mm X 67,5 mm.
Taxa de compressão: 12,2:1.
Suspensão: Dianteira com braço de controle longitudinal duplo. Traseira com braço único e mola de suporte central. Regulagem eletrônica de rigidez com três modos de atuação.
Pneus: 120/70 R17 na frente e 190/55 R17.
Freios: Disco duplo 320 mm na frente e atrás. Oferece ABS de série.
Dimensões: 2,35 metros de comprimento total, 0,98 m de largura, 1,62 m de distância entre-eixos e 0,75 m de altura do assento.
Peso: 348 kg.
Tanque do combustível: 26,5 litros.
Produção: Berlim, Alemanha.
Itens de série: Controle de tração e suspensão ajustáveis em três modos, faróis de xenônio adaptativos, faróis de neblina, visor central de 5,7 polegadas, computador de bordo, rádio/USB/Aux/Bluetooth, para-brisa com ajuste de altura elétrico e memória, assento e apoios de pé ajustáveis, controle de cruzeiro, manoplas e banco do piloto aquecidos e três baús de armazenamento.
Preço: R$ 108.500.
 






Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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