29 de abr. de 2013

Biocombustíveis podem ameaçar países em desenvolvimento

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Um estudo realizado recentemente pela ONG ActionAid revelou que a proposta de sustentabilidade ligada ao uso de biocombustíveis não é tão sustentável quanto se imagina.
Se por um lado há emissão praticamente nula de poluentes durante a combustão, por outro há uma demanda enorme por matéria-prima para atender grandes produções e ocupação de extensas áreas cultiváveis em países ainda em desenvolvimento.
fábrica biocombustíveis
De acordo com a ActionAid, apenas o G8, grupo dos sete países mais ricos do mundo mais a Rússia, consome na fabricação de biocombustíveis uma quantidade de matéria-prima que seria suficiente para alimentar metade das pessoas famintas do planeta – hoje cerca de 870 milhões passam fome. Por ano, a frota dessas nações gasta nada menos que nove bilhões de litros de combustível vegetal.
Além disso, o ocupação de extensas áreas propícias à agricultura familiar por parte de grandes empresas estrangeiras também preocupa. Segundo a organização, a África Subsaariana tem hoje nas mãos de multinacionais aproximadamente seis milhões de hectares, sendo dois milhões dominados por empresas do Reino Unido.
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Conselheiro político da ActionAid, Anders Dahlbeck revela que o que poderia ter sido originalmente uma política bem-intencionada para tornar os combustíveis mais limpos acabou se tornando desastrosa para o combate à fome. “Os biocombustíveis elevam os preços dos alimentos, desviam o uso da terra e estão associados ao agravamento do aquecimento global”, revela.
“Será que podemos  justificar o uso de alimentos para abastecer nossos carros, enquanto uma em cada oito pessoas está passando fome?”, desabafa.

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