10 de mar. de 2013

Os tesouros automotivos do Museu Petersen — parte 1

porao museo abre - Cópia

Já estive no porão do Museu Automotivo Petersen antes, há muitos anos, ilegalmente. Foi quando eu conheci minha esposa (é uma história engraçada).
Mas estava escuro, e eu precisava fugir dos seguranças. Então quando tive a chance de dar um passeio de verdade pelo lugar, fiquei bem empolgado. Especialmente quando me confirmaram que seria com as luzes acesas e que os seguranças iriam me deixar em paz – contanto que eu não tirasse as calças e não agisse feito um lunático. Foi incrível.
Este museu é um verdadeiro tesouro para um entusiasta, e agora até o porão está aberto a visitas por tempo indeterminado. Então eu sugiro que, se você for a Los Angeles, consiga um tempo para dar uma passada lá. Enquanto isso, eu adoraria dar a vocês um gostinho do meu passeio. Tirei muitas, muitas fotos mesmo, então vou dividir tudo em algumas partes.
Fui guiado pelo curador do museu, Leslie Kendall. Ele é um um cara extremamente bem informado e sabe tudo a respeito dos carros, e me deu todo tipo de informação que eu pudesse querer. É uma coleção diversa e fascinante.
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Mesmo as áreas que não fazem bem parte da visita são fascinantes. Como este encontro notável entre um King Midget e dois midgets de corrida Jurtis Kraft. Para um encontro casual, até que são muitos midgets.
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Como eles sabem o que fazer para conservar e dar manutenção a todos os carros na coleção? Da mesma forma que eu e você: com pilhas e pilhas de manuais de serviço e guias de reparo.
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Este é um Mercer Type 35-J 1913, provavelmente o mais próximo da originalidade existente. Leslie me contou que este carro era o “Lambo de sua época”. Por incrível que pareça ele não está restaurado, apenas muito bem conservado. Nos anos cinquenta era um dos carros mais valiosos do mundo.
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Adoro o painel do Mercer, principalmente porque o acelerador e o câmbio estão fora da cabine.
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Também é interessante considerar que na época dos faróis de acetileno você precisava parar, descer do carro, abrir o farol e acender a luz manualmente. Me sinto afortunado por ter um botão.
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Outro carro de 1913 é este belo De Dion. Adoro aqueles retrovisores desajeitados. Eles parecem ter sido roubados de alguma barbearia.
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Além disso, veja as cores desse motor.
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Este Chevrolet 1914 é interessante porque deve ser o carro mais antigo do acervo que pode ser facilmente operado por um motorista moderno. Ele tem um arranjo de pedais e marchas compreensível para qualquer um acostumado com câmbio manual.
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Dá pra ver o padrão H do câmbio. O avanço de ponto manual no meio do volante pode ser confuso, mas certamente é fácil de se acostumar.
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Este é um carro fascinante. É um Ped Roso 1927 feito em Portugal. Nunca tinha visto um caro português, e ele tem um imenso oito-em-linha sobrealimentado sob aquele longo capô vermelho.
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Veja só isso. É tão limpo e bonito. E que surpresa: como muitos motores modernos ele tem comando variável de válvulas…
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… mas a variação do tempo é controlada por alavancas no painel. Ajustar o tempo de válvulas enquanto dirige é algo que não entra na minha cabeça, mas certamente alguém conseguia fazer isso. Talvez com uma ajuda do passageiro.
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Gosto muito de carros arrefecidos a ar, e este Franklin é um dos poucos modelos americanos desse tipo. Este leão que orna o capô é incrível.
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Viaje nesse detalhe; o desenho gravado no vídeo deste Pierce-Arrow. Que detalhe elegante e charmoso. Por que os fabricantes não voltam a fazer detalhes bonitos como este em certos modelos especiais?
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Há muita coisa boa sobre este DuPont Speedster 1929. A fabricante foi formada pelo filho do fundador da DuPont química, e apenas três desses carros foram produzidos. Eram embalados por um oito-em-linha de 125 cv e o ornamento de cristal, a pintura em vermelho e preto, e os faróis ameaçadores formam um conjunto memorável.
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Estes? Ah, são apenas as limousines Mercedes de Jack Nicholson e de Saddam Hussein estacionadas juntas. Sabe como é… estamos em Los Angeles.
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Um adorável exemplar do Toyota 2000GT.
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Parece apenas um belo trio de antigos 911 e 356, não é? Quase isso. Os detalhes são a chave aqui. O 911 é na verdade um 901, um dos poucos feitos antes de a Peugeot obrigar a Porsche a mudar o nome para 911. E o cinza parece um 356 conversível? Na verdade é um Continental. Hã?
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A explicação é bizarra: o importador da Porsche para os EUA, Max Hoffman, achou que os americanos iriam preferir comprar um carro com um nome que evocasse refinamento em vez de um número bobo, então ele sugeriu que a Porsche vendesse o 356 nos EUA como Continental. Claro que a Ford não gostou muito da ideia, então não durou muito. Mas é no mínimo interessante ver este emblema em um 356.
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Eu sou um esquisitão, e naturalmente este Fiat Shellette 1970 é um dos meus favoritos. Ele é meio que o sucessor do Fiat Jolly, baseado no 500 (lembram dele?) O Shellette é baseado no Fiat 850, e seu visual é obra da Michelotti. Este aqui era usado diariamente por uma mulher de Beverly Hills que o doou para o museu porque, acho, ela ficou cansada das marcas de vime nas coxas.
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Com ou sem coxas marcadas, esse painel todo de vime é sensacional. Esse carro tinha que ser um anfíbio, isso sim.
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Ainda não vou falar de todos os carros personalizados, mas não resito a esse aqui, o famoso Mach 5 do Speed Racer. Esta réplica está mesmo muito bonita, e foi construída muito rápido em 2000. Muito rápido mesmo — em questão de semanas. Como resultado, me disseram, esse carro de motor central é absolutamente assustador de se dirigir. E não estou só falando do comportamento dinâmico…
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… mas também do fato de ter uma polia de motor girando a dois centímetros da sua espinha, que fica protegida apenas por um pouco de espuma e couro falso. Olhe a foto: aquele é o encosto, e sim, tem um buraco na parede corta-fogo para acomodar a polia. Credo.
Tem muito mais a caminho, então fiquem ligados.
Disponível no(a):www.jalopnik.com.br

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