Estamos em uma época de aumento de potência exagerado e desenfreado. Por que um carro de família precisa de 300 cv? Por que seu primeiro carro tem que ter 90 cv?
Sei onde isso vai parar. É como a guerra dos megapixels ocorrida há alguns anos com as câmeras, ou com a resolução das telas de smartphones. Já temos potência além do suficiente para satisfazer nossas necessidades automotivas básicas. Por que quadruplicar isso?
Não me entendam errado, adoro andar rápido – até mais do que eu deveria. Minha história de multas de trânsito fala por si, mas chegamos a um ponto onde tudo isso está um pouco… ridículo.
Meu 318ti tem 140 cv, posso afundar o pé em praticamente qualquer lugar (e é isso o que eu faço). Há algo de fascinante em reduzir marchas e afundar o pé em uma subida que nunca enjoa – embora ache que isso está se tornando coisa do passado. Aquelas pequenas nuances e técnicas que são necessárias se você estiver tentando correr com um carro pouco potente são algo que certamente se perderá nas futuras gerações.
Simplesmente não será mais necessário.
Em um tempo no qual você tem 200 cv por menos de 100 mil, não é mais preciso se preocupar com técnica ou sincronismo – basta afundar o pé e ficar na pista.
Redução de marchas? É isso que faz meu carro fazer mais barulho na subida do viaduto? Que m*** é pum tataco? Você só deveria pisar em um pedal por vez, cara! Sobre-esterço? Basta esterçar menos.
Potência é como dinheiro: você deveria ganhar mais por merecimento, como recompensa e de pouco em pouco, e não simplesmente arrombar o cofre e gastar tudo de uma vez.
É assim que as coisas perdem seu valor.
Este texto foi escrito pelo leitor Garrett Davis em resposta ao nosso artigo sobre o Fiat 127 Sport 1977 intitulado “Quando 70 cv te colocavam no topo do mundo”.
Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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