25 de fev. de 2013

NEGÓCIO DA CHINA: VEJA COMO ANDA O MINIUTILITÁRIO DA NOVATA RELY

Com motor 1.0 de 64 cv de potência, Pick-Up quer atender motorista de entrega urbana por R$ 29.990

Rely Pick-Up (Foto: Rely)
Enquanto os chineses enfrentam a desconfiança do consumidor no mercado de carros de passeio, no segmento de miniutilitários só dá eles. A categoria é tradicionalmente dominada por nomes como Shineray, Haffei, Effa e Changan e, agora, recebe mais uma marca diretamente da China.
A Rely foi apresentada no fim do mês passado. Com o slogan “Não viemos a passeio. Viemos a trabalho”, a empresa fez questão de mostrar a que realmente veio: anunciou que começou as operações com 30 concessionárias abertas e com o objetivo de alcançar 30% do mercado de comerciais leves importados.
A postura agressiva parece estar rendendo frutos. Até agora, a Rely, que faz parte do mesmo grupo da Chery, diz já contar com 43 lojas. O veículo de estreia, Pick-Up, emplacou 407 unidades. Restam somente 93 do lote de 500 unidades nacionalizadas para o início das operações, de acordo com a empresa. E eles ainda pretendem lançar, neste semestre, uma van, batizada de Link, e uma versão da Pick-Up com cabine estendida.
Interior da Rely Pick-Up  (Foto: Rely)
A receita, na boca da própria Rely, é oferecer itens que diferenciem seus carros no mercado. A novata Pick-Up aposta em uma motorização mais “forte”, com propulsor 1.0 de 64 cv de potência, o mais potente da categoria, garante a fabricante, além de itens que agregam conforto, como direção hidráulica e ar-condicionado de série. De fato, estes dois últimos são itens mais raros como opção de entrada no segmento, cujo foco é atender o condutor que trabalha com o automóvel, principalmente no ramo de entregas urbanas de itens que podem variar de galões de água a frutas e verduras. O preço é outro forte chamariz. A Pick-Up chega por R$ 29.990.
Na labuta
Testamos o carro chinês em Salto, cidade do interior de São Paulo, num trecho de pouco mais de 20 km. A primeira impressão ao entrar no veículo é boa. O modelo conta com um acabamento bem simples, porém honesto para o segmento.
Mas é ao assumir o assento do motorista que a pequena Pick-Up começa a incomodar. A posição de direção não possui um leque grande de opções de ajustes. Um condutor de estatura alta (1,80 m), por exemplo, pode viajar com os joelhos batendo no painel. A direção hidráulica cumpre seu papel, é leve e ajustada. Já o ar-condicionado, vendido como diferencial do modelo, não deu conta de resfriar o calor de mais de 30ºC dentro da cabine.
Rely Pick-Up (Foto: Rely)
Outro equipamento que não dá conta do recado é o motor de 64 cv, alimentado exclusivamente por gasolina. Rodando com a capacidade máxima de carga do veículo, 800 kg, a sensação é a de que o carrinho não vai sair do lugar. É preciso paciência após engatar a primeira. Na subida, esquece. É ir de segunda e aguentar o barulho do giro forte do propulsor até chegar à terra plana. Aí, a Pick-Up desenvolve bem até os 80 km/h, velocidade máxima que o VUC atinge antes de começar a espernear. O câmbio dá uma espécie de tranco a cada troca de marchas. É como se o motorista precisasse partir do ponto neutro para engatar cada marcha. O ajuste da suspensão, para o motorista acostumado a um veículo de passeio, causa estranheza. Cada declive do piso é sentido na cabine.
No fim, a Pick-Up é um carro bacana e honesto para atender ao comerciante de bairro, que trafega em velocidades baixas. Já para quem quiser cruzar a cidade a bordo do Rely, fica o aviso: é melhor sair cedo ou vai chegar atrasado.

Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com

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