Segundo o “Estado de São Paulo”, Bernie Ecclestone teria perdido a paciência com a demora na reforma do autódromo de Interlagos
De acordo com o diário paulista, que afirma ter ouvido fontes próximas à FOM (Formula One Management), o acerto é iminente. Para receber a F1, o governo catarinense estuda construir um autódromo próximo ao parque de diversões Beto Carrero World, em Penha, interior do Estado. Não foram informados detalhes sobre o prazo de construção do circuito.
O motivo por trás da transferência seria o descontentamento de Bernie Ecclestone com a demora na reforma do autódromo de Interlagos. No fim do ano passado, o dirigente conversou com o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e o novo empossado Fernando Haddad, mas nenhuma decisão foi assumida.
Para piorar, no orçamento da Prefeitura, nenhuma verba para a modernização de Interlagos foi incluída, embora a SPTuris, empresa municipal responsável pelo autódromo, tenha apresentado em maio de 2012 um projeto que previa a criação de uma nova área de boxes e de arquibancada para a atual temporada. O plano inclusive agradou Ecclestone, que estaria inclinado a estender o contrato com os paulistas até 2020.
Meses depois, no entanto, o chefão da F1, convidado pelo presidente do parque Alex Murad, visitou as instalações do Beto Carrero e ficou animado com a boa infraestrutura do local.
Ainda naquele mês, o dirigente disse ao Tazio que tinha interesse em promover um GP com melhor estrutura e apoiou a ideia de migração. “Por quê não? Vimos isso acontecer entre Rio e São Paulo [no passado]”, explicou, durante coletiva de imprensa na capital paulista.
Segundo o “Estadão”, Murad espera até março uma afirmativa da FIA quanto à aprovação ou não do projeto em Santa Catarina. O governo de São Paulo, por sua vez, considera as chances da F1 sair do estado como “mínimas”. A vice-prefeita Nádia Campeão será a responsável pela renovação do contrato com a FOM – que se encerra no fim do ano que vem.
ANÁLISE
Não se enganem: por mais que a audiência da tevê não se compare à dos anos 1990 e 2000, a F1 quer permanecer no Brasil. Interlagos, no entanto, o maior autódromo da história nacional, necessita urgentemente de reformas.
Não há área suficiente para as equipes montarem suas instalações, falta espaço adequado para coletivas e, mais do que isso, o velho hábito no Brasil de convidar entidades chamadas no Ocidente como “VIPs” a qualquer evento – ainda que o último não esteja interligado com o visitante em questão – dificulta a circulação do povo.
Vamos pôr os pingos nos is: ninguém também quer deixar Interlagos (do ponto de vista esportivo). Constantemente, os pilotos citam o circuito paulista como um dos cinco melhores no atual calendário da F1 pelo seu desafiador traçado e sua rica história.
Por outro lado, há muita gente interessada em levar o GP ao sul do país. Especialmente Penha, conhecida pelos seus 31 quilômetros de orla marítima e 19 praias propícias para surfe, pesca, trilhas ecológicas, entre outros. Prato cheio para turistas.
Inclua na equação os planos de Alex Murad, que tem Hermann Tilke ao seu lado e possui ideias para futuras expansões, incluindo uma prova para a Indy e o Mundial de Motocross. Quanto à F1, a ideia é construir algo nos moldes de Suzuka, um misto de parque temático com autódromo.
Se as autoridades paulistas quiserem, o GP provavelmente continua em Interlagos. Apesar dos altos valores ligados à reforma do autódromo e ainda se ouvir murmúrios na F1 contra os constantes causos ligados à falta de segurança pública ao redor do circuito, a prova ainda é rentável para o estado. Nelas reside, portanto, a definção sobre a permanência de São Paulo na rota da F1. (LB)
Fonte: Tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
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