6 de jan. de 2013

Os Ícones do Hammond: Citroen DS

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Não estaria mentindo se eu dissesse que sempre gostei do Citroen DS, mas a melhor parte é que o carro sempre gostou de mim, também. E de você e de qualquer outro sortudo o bastante que pôde andar em um e curtir a sensação de andar em uma macia nuvem de penas de ganso e de teias de aranha.

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Tudo graças à essa famosa suspensão “esquisita”, “complicada” ou simplesmente “estranha”. O meu pai não chegaria nem perto dela. Esferas hidropneumáticas auto-nivelantes e cheias de nitrogênio? Pô, claro que algo vai acabar dando errado. Mas ela funciona, e brilhantemente.
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É uma experiência que só pode ser descrita como andar num tapete voador. E assim que você finalmente perceber que está realmente dentro de um carro, no mundo real, ao invés de flutuando em um barco de marzipã em um rio de mel, você precisa se lembrar que este carro foi lançado em 1955. Enquanto o resto do mundo tinha que contentar-se com carros enfadonhos dos anos 1950, esta coisa chegou com suas esferas cheias de nitrogênio e sua tração dianteira, e ele deve ter maravilhado a todos na época.
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Dsenhado por Bertoni, ele ainda é bonito hoje em dia: fluído e futurista, mas de certo modo contido e elegante ao mesmo tempo. Os bancos largos e macios complementam a suspensão hidropneumática auto-nivelante. Ele não passa a sensação de ser velho, mas sim de fora deste planeta.
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O volante fino e comandos bem espaçados acrescentam à sensação de que isto é algo diferente de tudo. Ele alcança 172 km/h, apesar do motor 2.2 de 4 cilindros sofrer para chegar à 96 km/h em menos de 15 segundos. Dito isso, ele teve seus momentos de fama: Charles De Gaulle estava em um quando o “pseudo-assassino” Jean-Marie Bastien-Thiry furou dois pneus a tiros, mas De Gaulle escapou porque a suspensão permitiu que o carro continuasse andando. Foi uma bela ação de marketing. Não que eu esteja sugerindo que o monsieur Bastien-Thiry trabalhava para a Citroen, obviamente.
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Este é um belo carro francês de se dirigir. Dito isso, apesar das inovações tecnológicas e as idéias brilhantes inseridas neste carro, ele não é uma máquina sem propósito. Viajar em um carro francês é sempre mais sobre o que você fará quando você chegar aonde quer que você queira chegar – pois o que você está fazendo, aonde você está indo e com quem você está indo são preocupações muito, muito mais importantes do que a máquina que você está utilizando. Algo que fica bem claro quando a máquina é algo tão discretamente elegante quanto isto e que pode levá-lo por aí silenciosa e suavemente sem interromper qualquer conversa. Andando nele, não consigo deixar de imaginar quais tipos de conversas urgentes, declarações apressadas de amor ou de guerra foram feitas em seu interior macio e estreito. Por outro lado, este carro provavelmente nunca transportou filósofos e estrelas de cinema por Paris; ele foi feito em Slough, assim como centenas de outros exemplares entre 1955 e 1956.
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Imagino que ele rapidamente ficaria muito, muito caro de manter se você for usá-lo todo dia. Tudo nele é complicado e único ao carro. Uma versão conversível foi lançada, a Décapotable, que hoje é fantasticamente valiosa, mas um sedã como este pode ser comprado por menos de £20 mil (R$67.380). Mas minha maior preocupação, além da preocupação de ter que manter um carro tão velho e complicado funcionando, e das despesas, seria a pressão de sempre pensar em algo filosófico, veemente ou inteligente o bastante para dizer enquanto o dirijo. Isso tornaria qualquer viagem uma experiência esclarecedora.
Fotos: Justin Leighton

Fonte: Topgear
Disponível no(a): http://topgearbr.wordpress.com/
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