Conheça a nova safra de SUVs que vem por aí

Entre as novidades estão modelos compactos e mais eficientes

por Gustavo Henrique Ruffo - Projeções: João Kleber Amaral - publicado na edição nº 60 (dez/2012)

Conheça os utilitários esportivos que estão sendo pensados para chegar às lojas nos próximos dois anos. Acionamos nossas fontes, apuramos as informações e juntamos as peças deste quebra-cabeça para apresentar os modelos já definidos para o Brasil.

Para o site, selecionamos apenas os modelos que ainda não foram lançados no exterior e, portanto, estão sendo mostrados aqui por meio de projeções. É muito provável que o seu próximo carro esteja nesta lista: confira!

• Preço estimado: R$ 60 mil 
• Motor: 1.6 de 117 cv 
• O que é novo:

A Fiat até pode ter lançado o segmento dos aventureiros, com a Palio Adventure, mas foi a Ford que achou o pote de ouro no final do arco-íris com o EcoSport. E é atrás disso que todo mundo anda hoje em dia. O SUV compacto da marca italiana já é esperado há alguns anos. E ele nunca poderia ser mais italiano do que o 500X promete ser.

Criado sobre a base modificada do Punto (a SUSW, ou Small United States Wide, mais larga que a original), o 500X pega carona no carisma e no sucesso do Fiat 500. A família do carrinho precisava crescer, como aconteceu com a do Mini. E não bastava que o 500 tivesse versão Abarth e C, conversível. Era preciso focar novos públicos.
O primeiro foi o familiar, com a apresentação da minivan 500L, de cinco lugares. Foi durante sua apresentação oficial que o 500X apareceu pela primeira vez. Curiosamente, nenhum dos dois tem relação com o urbaninho que não seja a aparência e alguns motores. O patriarca da família tende a virar exceção, já que a plataforma do utilitário também está em uso pela 500L e estará na XL, minivan de sete lugares.
Com comprimento estimado em 4 m, o 500X terá linhas mais arredondadas e esportivas que as da minivan, com colunas A e C mais inclinadas.  Além da altura extra em relação ao solo, o carro traz mais elementos que o colocam como um fora de estrada. Faixas de plástico sem pintura na base das portas e nos arcos dos para-lamas são um bom exemplo disso. Só não espere por estepe na tampa traseira. Apesar da roda sobressalente aparente estar presente em versões Adventure dos carros da Fiat, como Idea e Doblò, o 500X reconhecerá que isso é anacronismo: só facilita a vida do ladrão e atrapalha a de quem quer carregar o porta-malas ou ter uma visão traseira melhor. O SUV será feito em Pernambuco e na Itália, de onde será exportado para o resto da Europa e EUA.

• O mais legal:

Se você queria um utilitário pequeno com uma pegada mais luxuosa, o 500X deve fazer bem este papel. Não necessariamente por acabamento ou itens de série, mas pelo desenho refinado.

• Preço estimado: R$ 200 mil
• Motor: 3.0 de 272 cv 
• O que é novo:

Em um passado já distante, a Porsche se viu ameaçada de perder sua independência. Vendia 911 e Boxster, sim, mas era só. Foi quando ela contratou Wendelin Wiedeking, antigo presidente da empresa, e ele percebeu que era preciso diversificar. O resultado disso foi o Cayenne. Mal recebido pelos puristas, o utilitário vendeu tão bem que até a Ferrari cogitou fabricar o seu. Isso em um modelo que custa, no Brasil, a bagatela de R$ 340 mil. Com um vendido a R$ 200 mil, os volumes seriam ainda maiores. E é nessa direção que a marca irá com o Macan.
Batizado com a palavra indonésia para “tigre”, o caçulinha da Porsche será construído sobre a mesma base do Audi Q5, a MLP (Modular Longitudinal Platform, ou plataforma modular para motores longitudinais), a exemplo do que já ocorre com seu irmão maior, que divide plataforma com Q7 e com Volkswagen Touareg. A PL71. O motor de entrada, um V6 3.0, também virá do Audi, talvez com um pouco mais de potência do que a oferecida pelo “irmão” com as quatro argolas.
Se o Cayenne nasceu para manter a Porsche independente, o Macan chega em um cenário diferente. Wiedeking saiu da empresa em 2009 e ela agora faz parte do portfólio da Volkswagen. Mas ficará ainda mais lucrativa do que antes.

• O mais legal:

O Macan será o modelo mais barato da Porsche. Pelo menos até a chegada do sucessor do 914, um roadster que poderia nascer sobre a base do conceito Bluesport, mas que foi adiado pela crise internacional.

• Preço estimado: R$ 50 mil 
• Motor: 1.6 de 115 cv 
• O que é novo:

A gente chegou a cogitar isso no site de C/D logo que soubemos do Duster DCross, o conceito que a marca colocou no Salão do Automóvel: ele poderia antecipar a primeira reestilização do utilitário da Renault. Dito e feito. Depois de confirmarmos a informação, projetamos como o Duster ficará em 2014.  Apesar de ser filho da Dacia, o SUV seguirá a nova identidade visual da Renault, assim como nosso Clio. O resto fica igual.

• O mais legal:

A nova frente do utilitário o deixará mais forte diante de uma competição agressiva. E ele continuará muito espaçoso.

• Preço estimado: R$ 60 mil 
• Motor: 1.0 turbo de 110 cv 
• O que é novo:

Ulrich Hackenberg, chefe mundial de desenvolvimento de novos produtos da Volkswagen, nos disse que a empresa já estuda aplicar injeção direta e turbo nos motores flex. Será a evolução de que eles precisam para serem eficientes tanto com etanol quanto com gasolina. Em desempenho e em consumo. Por coincidência, ou não, o primeiro conceito mundial da empresa a estrear no Brasil, o Taigun, tinha motor 1.0 turbo de três cilindros, capaz de gerar 110 cv. Será este o motor de estreia do carrinho?

Pelo que Hackenberg falou, sim, inclusive pelo histórico da marca em inovações mecânicas. Foi a primeira a adotar injeção eletrônica; a adotar motores flex; a eliminar o tanquinho de partida a frio, ainda que timidamente. A marca até terá um motor mais simples de potência equivalente, o 1.6 EA211, de 110 cv, que também estará sob o capô do novo Santana, mas o esforço da marca em adotar o downsizing não deve ser desprezado no Taigun. Até combina as dimensões do jipinho.
Essa inovação é apenas uma das que mostram que o Taigun não é um Tiguan em miniatura com o “A” no lugar errado. Construído sobre a plataforma do Up!, a NSF (New Small Family, ou nova família pequena), ele será bastante compacto, com apenas 3,86 m de comprimento. Isso também deve torná-lo leve, o que permitiria ao carrinho adotar motores realmente pequenos. Até o 1.0 sem turbo deve funcionar bem nele. O problema é que este segmento de mercado, mais caro, normalmente exige motores mais potentes.
O interior segue o que o Up! já oferece e é simples e minimalista, o que não quer dizer que seja pobre ou malcuidado. Pelo contrário. Como disse Richard Wooley, designer do novo Range Rover Vogue, a simplicidade chama a atenção para os detalhes. Se eles não forem bem cuidados, as falhas saltam aos olhos. E o Up! não pisa na bola. Pelo menos não na Europa, onde o avaliamos. Resta torcer para que o carrinho mantenha o mesmo padrão de qualidade que apresenta lá fora.
Vender o carro no Brasil exigirá as mesmas mudanças que o Up! terá de enfrentar. Para começar, o Taigun conceitual acomoda apenas quatro passageiros, solução que não é bem aceita por aqui. Carro barato nenhum vingou no Brasil com apenas quatro lugares. Outra coisa que precisa ser eliminada, tanto no Up! quanto no Taigun, são as janelas traseiras basculantes, uma solução que pode passar batida na Europa, mas que, aqui, dá uma impressão de pobreza quase aguda. Já há quem reclame quando os vidros não abaixam até o final...

• O mais legal:

Quem procura um utilitário pequeno não terá mais de recorrer ao CrossFox, que nem utilitário é. O Taigun será um mini-Tiguan, sem intenção de trocadilhos.

Fonte: Caranddriver
Disponível no(a): http://caranddriverbrasil.uol.com.br
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