31 de dez. de 2012

Rally-RETROSPECTIVA 2012: Dakar premia experiência com títulos de franceses

Despres fatura tetra de forma polêmica entre as motos, enquanto Peterhansel fatura 10º troféu; Patronellis seguem dominantes nos quadriciclos e De Rooy vence entre os caminhões

Peterhansel: décima vitória no Rally Dakar (Foto: Divulgação)Peterhansel: décima vitória no Rally Dakar (Foto: Divulgação)

Pela primeira vez na história da franquia, o Rally Dakar se encerrou em Lima, capital do Peru. Na quarta edição disputada na América do Sul, 443 veículos participaram do evento, desta vez disputadas entre os dias 1º e 15 de janeiro. No total, foram mais de oito mil quilômetros percorridos.

O itinerário mudou bastante em comparação com 2011. Largando de Mar del Plata, na Argentina, o pelotão se dirigiu a Santa Rosa, passando por San Rafael, San Juan, Chilecito e Fiambalá até alcançar Copiapó, na região do deserto do Atacama.
Após um dia de descanso na cidade chilena, os pilotos se dirigiram ao norte do continente, passando por Antofagasta, Iquique, Arica, Arequipa, Nazca, Pisco e finalmente Lima, no Peru. Os quatro últimos locais foram notados pela rica paisagem histórica – o deserto de Nazca, que abrigou a cultura homônima entre 300 a.C. e 800 d.C., abriga um dos mais extensos e interessantes sítios arqueológicos do planeta.
Na categoria motos, a vitória ficou com o experiente Cyril Despres, da KTM. O francês venceu três dos 14 estágios e só assegurou o título no último dia de competição, quando Marc Coma, do mesmo time, errou na especial e andou dois quilômetros fora da rota. Foi o quarto triunfo de Despres no evento.
Despres: título polêmico no Dakar 2012 (Foto: Divulgação)
Despres: título polêmico no Dakar 2012 (Foto: Divulgação)
A disputa entre as motos também será lembrado por um controverso episódio protagonizado pelo campeão. No oitavo estágio, disputado entre Copiapó e Antofagasta, Despres atolou sua moto num lamaçal e recebeu ajuda do português Paulo Gonçalves, da Husqvarna. Após remover seu veículo, o francês não retribuiu o auxílio a Gonçalves e proporcionou críticas de diversos pilotos.
Ainda naquele dia, a ASO (Amaury Sports Organization) descontou do resultado de Despres o tempo perdido no atoleiro e, desta forma, o futuro campeão ficou com dez minutos a menos no tempo acumulado em relação a Coma. Revoltado com a atitude antidesportiva e o favorecimento ao francês, Coma quase ameaçou abandonar a disputa.
Quatro estágios depois, Coma conseguiu recuperar a liderança graças a uma boa estratégia de navegação. Na última especial, entretanto, o catalão se perdeu no deserto de Nazca e chegou a ficar mais de dois quilômetros afastado da rota original. Com isso, o caminho ficou livre para o tetracampeonato do criticado Despres.
Nos carros, a lenda Stéphane Peterhansel obteve seu décimo título na competição – o quarto entre os automóveis. A bordo de um Mini Countryman, o veterano piloto encerrou o percurso com vantagem de 41s5 para o espanhol Nani Roma. O terceiro lugar ficou com o sul-africano Giniel de Villiers.
Sem as dominantes Volkswagens, que não participaram do evento em 2012, Peterhansel liderou boa parte da competição com tranquilidade. O polonês Krzysztof Holowczyc chegou a ameaçar o francês nos primeiros estágios, mas caiu de rendimento na metade final do percurso.
Ex-piloto de Nascar e Indy, Robby Gordon era outro potencial adversário até ser excluído por uma irregularidade técnica em seu Hummer. Desclassificado quando no segundo lugar da classe, Gordon ameaçou processar a ASO pela manobra.
De Rooy comemora vitória no Dakar (Foto: Divulgação)
De Rooy comemora vitória no Dakar (Foto: Divulgação)
Nos quadriciclos, o domínio continuou nas mãos da família argentina Patronelli. Alejandro, que vencera o rali no ano passado, bateu o irmão Marcos por 1min20s17 após vencer três dos 14 estágios disputados. A terceira posição ficou com o também argentino Tomás Maffei.
Entre os caminhões, a Iveco subjugou a favorita Kamaz e obteve título com dobradinha. Gérard de Rooy, Dariusz Rodewald e Tom Cosoul derrotaram o trio holandês formado por Hans Stacey, Hans van Goor e Bernard der Kinderen por 51s. A primeira Kamaz, liderada pelo cazaque Artur Ardavichus, apareceu apenas em terceiro.
Ainda na competição entre veículos multidimensionais, André Azevedo foi o melhor brasileiro na competição, terminando em oitavo. Nas motos, Felipe Zanol se destacou em sua primeira participação no evento e fechou em décimo, à frente de Zé Hélio Rodrigues, 19º, Denísio Nascimento, 24º, e Dimas Mattos, 57º.
Entre os carros, Jean Azevedo terminou em 22º, ao passo que Guilherme Spinelli não completou a prova depois de um problema técnico entre Chilecito e Fiambalá.
Três mortes ocorreram durante o evento. Logo no primeiro estágio, o argentino Jorge Andrés Boero morreu após sofrer um grave acidente no caminho de San Rafael.
Na prova seguinte, um avião ultraleve com dois espectadores (pai e filho) caiu no litoral de Orense. O pai, Luis Marcelo Soldavini, tinha 37 anos, e o filho, Tomás, 12.

André Azevedo (Foto: Divulgação)
André Azevedo (Foto: Divulgação)
Peterhansel desbanca Spinelli e estreia no Sertões com título entre os carros
O ano de 2012 marcou a 20ª edição do Rally dos Sertões, evento off-road mais tradicional do Brasil. Nesta temporada, os pilotos percorreram 4.840 quilômetros entre São Luís, capital do Maranhão, e Fortaleza, no Ceará. Ao todo, 220 veículos participaram da competição que se estendeu entre 18 e 29 de agosto.
Nos carros, a vitória ficou com Stéphane Peterhansel. Participando pela primeira vez do evento, o multicampeão do Dakar superou o favorito Guilherme Spinelli por uma margem de 23 minutos após vencer seis dos dez estágios. Riamburgo Ximenes cruzou em terceiro.
Entre as motos, Felipe Zanol obteve o título pela primeira vez. Mesmo cumprindo diversas penalidades no percurso, o paulista fechou a prova com uma diferença de 25min29s para Dario Júlio Souza. Nesta temporada, a classe contou com os desfalques do francês Cyril Despres e do catalão Marc Coma, frequentes frontrunners nas edições anteriores.
Nos caminhões, Carlos Policarpo venceu seu primeiro Rali dos Sertões na carreira, enquanto nas UTVs, Bruno Sperancini e Thiago Vargas levaram o título. Nos quadriciclos, o troféu ficou nas mãos de Marcelo Medeiros.

Felipe Zanol: primeiro título no Rali dos Sertões (Foto: Theo Ribeiro/Fotoarena)
Felipe Zanol: primeiro título no Rali dos Sertões (Foto: Theo Ribeiro/Fotoarena)

Fonte: Tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
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