31 de dez. de 2012

Os 20 melhores pilotos da história da F1

Lista traz as duas dezenas de competidores considerados os mais completos pela equipe de jornalistas do site, considerando os 63 anos de história oficial da categoria

Bruno Ferreira, Leonardo Felix, Lucas Berredo, Lucas Santochi e Ubiratan Leal, de São Paulo
Juan Manuel Fangio: o melhor pilotos de todos os tempos no ranking do Tazio (Arquivo/Tazio)Juan Manuel Fangio: o melhor pilotos de todos os tempos no ranking do Tazio (Arquivo/Tazio)
 
Criar uma lista de melhores ou piores, em qualquer área ou circunstância, sempre será algo polêmico. Por mais que se persiga um formato ideal, as maneiras de classificação dificilmente escaparão de alguma subjetividade.

Sendo assim, por que criar um ranking dos melhores pilotos da F1? Bem, faz parte do espírito de quem gosta especialmente de esportes em geral de querer comparar atletas, carros, cavalos, instalações, sejam da época que for. Recentemente, a inglesa “BBC” formulou o seu ranking dos 20 melhores da história da F1, o que causou alguma discussão do meio entre as pessoas que acompanham a categoria.
Por isso, a equipe do Tazio, formada pelos jornalistas Bruno Ferreira, Leonardo Felix, Lucas Berredo e Lucas Santochi, mais o editor-chefe Ubiratan Leal, resolveu formar sua própria listagem dos 20 competidores considerados por eles os melhores e mais completos que já passaram pela categoria nesses 63 anos. Para isso, cada membro do site criou seu próprio ranking individual com 20 nomes. A lista final saiu da soma delas seguindo a seguinte pontuação:
1º. 50
2º. 45
3º. 40
4º. 35
5º. 30
6º. 28
7º. 26
8º. 24
9º. 22
10º. 20
11º. 18
12º. 16
13º. 14
14º. 12
15º. 10
16º. 8
17º. 6
18º. 4
19º. 2
20º. 1
Também foi elaborada uma ordem de critérios para desempate, caso dois ou mais pilotos terminassem com o mesmo número de pontos:
Desempate 1 - piloto que apareceu em melhor posição em qualquer lista (exemplo: se ambos empataram em sétimo no geral, mas um foi avaliado em quinto numa das listas e o outro só em sexto); caso ambos tenham a mesma posição como a melhor, fica na frente aquele que constou nela mais vezes.
Desempate 2 - mesmo critério usado no primeiro item, porém levando em conta a segunda melhor posição de cada piloto.
Desempate 3 - mesmo critério usado no primeiro item, porém levando em conta a terceira melhor posição de cada piloto.
Desempate 4 - mesmo critério usado no primeiro item, porém levando em conta a quarta melhor posição de cada piloto.
Desempate 5 - mesmo critério usado no primeiro item, porém levando em conta a quinta melhor posição de cada piloto.
Desempate 6 - Caso o empate persista, prevalecem as maiores estatísticas alcançadas por cada piloto na F1, na seguinte ordem:
1 – títulos
2 – vitórias
3 – pole positions
4 – pódios
5 – voltas mais rápidas
Obviamente, a própria formação das listas individuais gerou discordâncias (no bom sentido) entre os jornalistas, o que corrobora a carga pessoal que existe em um exercício do tipo. Houve até quem colocasse nomes como Damon Hill e Chris Amon, que provavelmente não entrariam no ranking de nenhum outro habitante deste globo e, justamente por isso, ficaram fora do resultado final. Outros, é claro, foram mencionados por todos, numa clara indicação de que podem até estar num posto acima ou abaixo da média geral, mas com certeza estão bem próximos de uma colocação universalmente “correta”.
Também chama a atenção o equilíbrio de forças entre as diferentes décadas. Ao todo, há três representantes que viveram a fase mais vitoriosa de suas carreiras nos anos 50, três nos 60, quatro nos 70, dois nos 80, três nos 90, quatro nos 2000 e um a partir de 2010.
Sem mais delongas, apresentamos agora o resultado final. Eis os 20 melhores pilotos da história da F1, de acordo com o Tazio. É claro que este material não vale além da curiosidade. A própria equipe do site poderia considerá-lo “errado” daqui a um ano ou duas semanas. Portanto aprecie, avalie, concorde, discorde, critique, comente, faça a sua própria lista, mas não deixe de ter na cabeça que se trata de uma simples lista, um exercício de história daqueles que gostam de corridas.
Confira o ranking dos 20 melhores pilotos da história formulado pelo Tazio:

1º. Juan Manuel Fangio – 240 pontos

Fangio 1
Nome completo: Juan Manuel Fangio
Nacionalidade: argentina
Nascimento: 24 de junho de 1911
Morte: 17 de julho de 1995 (84 anos)
Estreia: GP da Grã-Bretanha de 1950
Retirada: GP da França de 1958
Equipes: Alfa Romeo, Maserati, Mercedes, Ferrari, Scuderia Sudamericana, Novi Auto
GPs disputados: 51
Títulos: 5 (1951, 1954, 1955, 1956 e 1957)
Vitórias: 24
Pole positions: 29
Voltas mais rápidas: 23
Pódios: 35
Quase uma unanimidade na votação, o primeiro colocado da lista do Tazio foi, por muitos anos, recordista absoluto de títulos na F1. Até a ascensão de Michael Schumacher, o pentacampeonato de Juan Manuel Fangio parecia uma marca inalcançável. Os cinco títulos do argentino se tornam ainda mais impressionantes pelo fato de terem sido conquistados em quatro equipes diferentes: Alfa Romeo, Maserati, Mercedes e Ferrari. Ao longo da carreira, o “maestro” conquistou 24 vitórias, 29 pole positions e 35 pódios, números que podem até parecer discretos, mas se destacam quandp constatamos que o piloto teve apenas 51 GPs no currículo, sendo praticamente imbatível nos dados percentuais.

2º. Michael Schumacher – 220 pontos

Schumacher
Nome completo: Michael Schumacher
Nacionalidade: alemã
Nascimento: 3 de janeiro de 1969
Idade: 43 anos
Estreia: GP da Bélgica de 1991
Retirada: GP do Brasil de 2012
Equipes: Jordan, Benetton, Ferrari, Mercedes
GPs disputados: 307
Títulos: 7 (1994, 1995, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004)
Vitórias: 91
Pole positions: 68
Voltas mais rápidas: 77
Pódios: 155
Em sua primeira passagem pela F1, Michael Schumacher foi o responsável pela mudança dos parâmetros na categoria. Ao todo, foram sete títulos mundiais, 91 vitórias e 68 pole positions, números que colocaram o alemão no topo de quase todas as estatísticas absolutas. Seu grande feito foi ter sido personagem-chave no processo de evolução de duas equipes: primeiro, tirou a Benetton do patamar de escuderia mediana para torná-la uma das grandes do grid; depois, capitaneou o processo de reestruturação da Ferrari, que passava por um longo e incômodo jejum de títulos. Junto com a trupe Todt, Brawn, Byrne e cia., o alemão não só encerrou a fila do time de Maranello, como também estabeleceu o maior período hegemônico de um mesmo conjunto piloto/equipe em toda a história.

3º. Ayrton Senna – 195 pontos

Senna
Nome completo: Ayrton Senna da Silva
Nacionalidade: brasileira
Nascimento: 21 de março de 1960
Morte: 1º de maio de 1994 (34 anos)
Estreia: GP do Brasil de 1984
Retirada: GP de San Marino de 1994
Equipes: Toleman, Lotus, McLaren, Williams
GPs disputados: 161
Títulos: 3 (1988, 1990 e 1991)
Vitórias: 41
Pole positions: 65
Voltas mais rápidas: 19
Pódios: 80
Um dos personagens mais idolatrados da história da F1 ficou com o terceiro lugar na lista do Tazio. Em dez anos de carreira, Ayrton Senna impressionou o mundo com sua velocidade e seu espírito de luta, especialmente nos anos em que dividiu a McLaren com Alain Prost e travou com o francês aquela que talvez tenha sido a maior rivalidade já vista. Sua morte prematura, aos 34 anos, durante o GP de San Marino de 1994, impulsionou o imaginário dos fãs, que se perguntam até onde o brasileiro teria chegado se sobrevivesse à batida em Ímola. Seja como for, mesmo sem poder concluir seu legado, Senna conseguiu se colocar de maneira perene como um dos maiores.

4º. Alain Prost – 185 pontos

Prost
Nome completo: Alain Marie Pascal Prost
Nacionalidade: francesa
Nascimento: 24 de fevereiro de 1955
Idade: 57 anos
Estreia: GP da Argentina de 1980
Retirada: GP da Austrália de 1993
Equipes: McLaren, Renault, Ferrari e Williams
GPs disputados: 199
Títulos: 4 (1985, 1986, 1989 e 1993)
Vitórias: 51
Pole positions: 33
Voltas mais rápidas: 41
Pódios: 106
A carreira de Alain Prost, que durou entre 1980 e 1993, foi marcada pela inteligência e eficiência. O tetracampeão mundial foi o piloto mais cerebral de seu tempo, o que lhe rendeu o apelido de “Professor”. Preciso dentro da pista e extremamente político fora dela, o francês primava por uma constância quase irritante, estilo às vezes pouco chamativo para o público, mas que sempre lhe colocava na disputa por vitórias e títulos. Não à toa, seu recorde de triunfos durou até 2001, ano em que Michael Schumacher venceu nove vezes e superou sua marca no GP da Bélgica.

5º. Jim Clark – 160 pontos

Jim Clark
Nome completo: James Clark Jr.
Nacionalidade: britânica (escocesa)
Nascimento: 4 de março de 1936
Morte: 7 de abril de 1968 (32 anos)
Estreia: GP da Holanda de 1960
Retirada: GP da África do Sul de 1968
Equipes: Lotus
GPs disputados: 72
Títulos: 2 (1963 e 1965)
Vitórias: 25
Pole positions: 33
Voltas mais rápidas: 28
Pódios: 32
Filho de fazendeiro, Jim Clark era um homem de comportamento tímido e quieto. Dentro das pistas, no entanto, a história era diferente, já que o escocês foi considerado o melhor piloto de sua geração e um dos mais talentosos de todos os tempos. Sua parceria com Colin Chapman e a Lotus rendeu dois títulos mundiais, estabelecendo um novo parâmetro ao esporte. Assim como Ayrton Senna, Clark foi outro nome que teve sua carreira interrompida prematuramente na F1, falecendo em um acidente durante uma prova de F2, em Hockenheim, aos 32 anos.

6º. Jackie Stewart – 140 pontos

Stewart
Nome completo: Sir John Young Stewart
Nacionalidade: britânica (escocesa)
Nascimento: 11 de junho de 1939
Idade: 73 anos
Estreia: GP da África do Sul de 1965
Retirada: GP dos Estados Unidos de 1973
Equipes: BRM, Matra e Tyrrell
GPs disputados: 99
Títulos: 3 (1969, 1971 e 1973)
Vitórias: 27
Pole positions: 17
Voltas mais rápidas: 15
Pódios: 43
Tricampeão da categoria entre as décadas de 1960 e 1970, Jackie Stewart é apontado até hoje como um dos maiores pilotos de todos os tempos. Suas 27 vitórias ficaram por um bom tempo como o recorde absoluto da categoria, superadas apenas quando Alain Prost venceu pela 28ª vez, no GP de Portugal de 1987. A forma dominante como conquistou seus três títulos reforça a ideia de um competidor que estava o tempo inteiro no mais alto nível, mas seus feitos não se restringem às pistas: o escocês foi um dos pioneiros na luta pela melhoria da segurança no esporte, em meio a uma época marcada por vários acidentes fatais.

7º. Niki Lauda – 126 pontos

Nikki Lauda
Nome completo: Andreas-Nikolaus Lauda
Nacionalidade: austríaca
Nascimento: 22 de fevereiro de 1949
Idade: 63 anos
Estreia: GP da Áustria de 1971
Retirada: GP da Austrália de 1985
Equipes: March, BRM, Ferrari, Brabham e McLaren
GPs disputados: 171
Títulos: 3 (1975, 1977 e 1984)
Vitórias: 25
Pole positions: 24
Voltas mais rápidas: 24
Pódios: 54
O sétimo colocado do ranking do Tazio é outro piloto que tem três títulos mundiais em seu currículo. No caso de Niki Lauda, no entanto, há uma diferença: sua primeira conquista, em 1975, veio nove anos antes da última, ocorrida em 84. Apenas Michael Schumacher conseguiu algo parecido em um intervalo de tempo tão grande. Seu currículo poderia ser ainda mais recheado, mas um grave acidente sofrido em 1976, durante o GP da Alemanha, mudou os rumos de um campeonato que parecia reservado a ele e que acabou nas mãos de James Hunt. Além disso, um hiato de dois anos fora das pistas também atrapalhou o desenvolvimento de sua carreira.

8º. Sebastian Vettel – 110 pontos

GEPA-23091299064 - FORMULA 1 - Grand Prix of Singapore, Marina Bay Street Circuit. Image shows the rejoicing of Sebastian Vettel (GER/ Red Bull Racing) with the trophy. Photo: Getty Images/ Mark Thompson - For editorial use only. Image is free of charge
Nome completo: Sebastian Vettel
Nacionalidade: alemã
Nascimento: 3 de julho de 1987
Idade: 25 anos
Estreia: GP dos Estados Unidos de 2007
Retirada: ainda corre
Equipes: BMW, Toro Rosso e Red Bull
GPs disputados: 101
Títulos: 3 (2010, 2011 e 2012)
Vitórias: 26
Pole positions: 36
Voltas mais rápidas: 15
Pódios: 46
Rei da precocidade, nosso oitavo colocado já é detentor de várias marcas importantes, mesmo com a idade de um estudante universitário. Sebastian Vettel colocou seu nome na história em 2012 como o terceiro competidor a ter sido campeão três vezes consecutivas na F1, sendo o único a tê-lo feito em seus três primeiros títulos. Também é o mais jovem até o momento a ter pontuado, vencido e sido campeão, bi e tri da categoria. Discípulo de Michael Schumacher, surgiu como prova-mor do impulso que a era de domínio do heptacampeão proporcionou ao automobilismo da Alemanha e, com pelo menos mais dez anos de carreira pela frente, apresenta-se como o mais forte candidato a desbancar as monstruosas estatísticas obtidas por seu compatriota entre os anos 90 e 2000.

9º. Nelson Piquet – 104 pontos

Piquet
Nome completo: Nelson Piquet Souto Maior
Nacionalidade: brasileira
Nascimento: 17 de agosto de 1952
Idade: 60 anos
Estreia: GP da Alemanha de 1978
Retirada: GP da Austrália de 1991
Equipes: Ensign, BS Fabrications, Brabham, Williams, Lotus e Benetton
GPs disputados: 204
Títulos: 3 (1981, 1983 e 1987)
Vitórias: 23
Pole positions: 24
Voltas mais rápidas: 23
Pódios: 60
Último representante da chamada “era romântica” da F1, Nelson Piquet possuía um conhecimento técnico e mecânico que dificilmente foi ou será encontrado em outro piloto, de qualquer época. Por isso, teve papel fundamental para levar a Brabham a seus últimos momentos de glória na F1. Foi também campeão com três fabricantes diferentes de motor (Cosworth, BMW e Honda) e o primeiro piloto a ter conquistado um título com um propulsor turbo, em 1983. Sua personalidade peculiar o tornou um personagem ímpar no automobilismo, mas também provocou algumas antipatias e dissabores junto à imprensa, especialmente a brasileira e a britânica.

10º. Fernando Alonso – 96 pontos

Alonso pódio Coreia
Nome completo: Fernando Alonso Díaz
Nacionalidade: espanhola
Nascimento: 29 de julho de 1981
Idade: 31 anos
Estreia: GP da Austrália de 2001
Retirada: ainda corre
Equipes: Minardi, Renault, McLaren e Ferrari
GPs disputados: 197
Títulos: 2 (2005 e 2006)
Vitórias: 30
Pole positions: 22
Voltas mais rápidas: 19
Pódios: 86
Sucessor imediato de Michael Schumacher, Fernando Alonso parecia destinado a dominar a F1 nos últimos oito anos. Talento e inteligência para isso o espanhol nunca deixou de ter, mas o surgimento de dois desafiantes à altura, Sebastian Vettel e Lewis Hamilton, além de algumas escolhas e comportamentos equivocados, deixaram o piloto de 31 anos em um jejum que chegará em 2013 a sete temporadas sem títulos. O próprio Alonso confia piamente que pode estar bem mais acima nesta ou em qualquer lista, mas para isso precisará estancar a desordem da Ferrari e reverter um processo que está coroando Vettel com todas as láureas que, há alguns anos, qualquer um apostaria que seriam dele.

11º. Jack Brabham – 86 pontos

Brabham
Nome completo: Sir John Arthur Brabham
Nacionalidade: australiana
Nascimento: 2 de abril de 1926
Idade: 86 anos
Estreia: GP da Grã-Bretanha de 1955
Retirada: GP do México de 1970
Equipes: Cooper e Brabham
GPs disputados: 123
Títulos: 3 (1959, 1960 e 1966)
Vitórias: 14
Pole positions: 13
Voltas mais rápidas: 12
Pódios: 31
Responsável pelos dois únicos títulos da pequenina Cooper na F1, em 1959 e 60, Jack Brabham atingiu um feito ainda mais notório seis anos depois de seu segundo título, quando conduziu um carro de sua própria equipe rumo ao tricampeonato. Até hoje, o australiano é o único a ter sido campeão pilotando por uma equipe da qual era o dono, façanha que nomes do calibre de John Surtees, Graham Hill e Emerson Fittipaldi, por exemplo, tentaram copiar e falharam. E não para por aí: Sir Brabham foi o terceiro e último competidor a vencer uma temporada com mais de 40 anos, juntando-se a Giuseppe Farina e Juan Manuel Fangio, e o quinto mais velho até hoje a ter triunfado em um GP (África do Sul de 1970), aos 43 anos, atrás apenas de competidores dos anos 50.

12º. Emerson Fittipaldi – 74 pontos

Fittipaldi
Nome completo: Emerson Fittipaldi
Nacionalidade: brasileira
Nascimento: 12 de dezembro de 1946
Idade: 66 anos
Estreia: GP da Grã-Bretanha de 1970
Retirada: GP dos Estados Unidos do Leste de 1980
Equipes: Lotus, McLaren e Fittipaldi
GPs disputados: 144
Títulos: 2 (1972 e 1974)
Vitórias: 14
Pole positions: 6
Voltas mais rápidas: 6
Pódios: 35
Primeiro brasileiro a ter encontrado o sucesso no exterior, Emerson Fittipaldi colocou seu país natal de forma definitiva no mapa do esporte a motor mundial, como um celeiro de grandes talentos. Dono de uma pilotagem eficientemente limpa e refinada, além do ótimo conhecimento técnico, Emmo casava perfeitamente com o estilo exigido pelos carros dos anos 70 e poderia ter ido bem além dos dois títulos e 14 vitórias conquistados entre 1970 e 75, não fosse o desejo de interromper o auge de sua carreira para aceitar o desafio de construir e desenvolver sua própria equipe.

13º. Graham Hill – 70 pontos

Graham Hill
Nome completo: Norman Graham Hill
Nacionalidade: britânica (inglesa)
Nascimento: 15 de fevereiro de 1929
Morte: 29 de novembro de 1975 (46 anos)
Estreia: GP de Mônaco de 1958
Retirada: GP de Mônaco de 1975
Equipes: Lotus, BRM, Brabham e Embassy Hill
GPs disputados: 175
Títulos: 2 (1962 e 1968)
Vitórias: 14
Pole positions: 13
Voltas mais rápidas: 10
Pódios: 36
Detentor singular da chamada “Tríplice Coroa” do automobilismo (vitórias no GP de Mônaco, nas 500 Milhas de Indianápolis e nas 24 Horas de Le Mans), Graham Hill acumulou a incrível marca de cinco triunfos na corrida mais tradicional da categoria, algo que lhe rendeu o rótulo de “Mr. Monaco”. O recorde só seria superado 24 anos depois de sua última conquista no Principado, em 1993, por Ayrton Senna. Apesar de todo o prestígio, o britânico teve um fim de carreira tétrico, com passagens apagadas pelo time de Rob Walker e pela Brabham, além do projeto de sua equipe particular, a Embassy Hill, que terminou de forma tão catastrófica quanto o acidente aéreo que matou o bicampeão mundial, o chefe de sua equipe, Ray Brimble, alguns mecânicos e o primissor piloto Tony Brise, deixando sua família desamparada e atolada em dívidas.

14º. Stirling Moss – 68 pontos (desempate: melhor posição nas listas – 7º)

Moss
Nome completo: Sir Stirling Crawford Moss
Nacionalidade: britânica (inglesa)
Nascimento: 17 de setembro de 1929
Idade: 83 anos
Estreia: GP da Suíça de 1951
Retirada: GP dos Estados Unidos de 1961
Equipes: HW Motors, ERA, Connaught, Cooper, Maserati, Mercedes, Vanwall, RRC Walker e BRM
GPs disputados: 66
Títulos: 0
Vitórias: 16
Pole positions: 16
Voltas mais rápidas: 19
Pódios: 24
Dos 20 presentes na lista do Tazio, Stirling Moss é o único a não ter sido campeão mundial. Não que o britânico (o primeiro a vencer um GP oficial na F1) não tenha chegado perto do título – pelo contrário -, mas uma série de fatores e azares (um deles, ter sido contemporâneo de Fangio) relegaram-no à agridoce condição de tetra vice-campeão, feito obtido de forma “real” entre 1955 e 58. Nada que afete o cavalheirismo e a grandeza de alguém que deixou de lado o espírito de competição a qualquer custo para ajudar seu arquirrival na luta pelo título de 58, Mike Hawthorn. No GP de Portugal daquele ano, disputado nas ruas de Porto, o piloto da Ferrari rodou sozinho em um trecho de subida e deixou o carro morrer. Passando pelo local, Moss reduziu a velocidade e sugeriu que o colega deixasse o carro rolar no sentido inverso, em descida, para religar no tranco. A tática deu certo e Mike seguiu para completar em segundo, logo atrás do oponente. Depois da prova, os comissários ameaçaram desclassificá-lo por andar na contramão, mas Stirling assumiu a responsabilidade pela ideia, preservando o resultado e os seis pontos marcados pelo compatriota. Duas rodadas depois, no Marrocos, Hawthorn seria campeão sobre Moss pela margem de um tento.

15º. Alberto Ascari – 68 pontos (desempate: melhor posição nas listas – 10º)

Ascari
Nome completo: Alberto Ascari
Nacionalidade: italiana
Nascimento: 13 de julho de 1918
Morte: 26 de maio de 1955 (36 anos)
Estreia: GP de Mônaco de 1950
Retirada: GP de Mônaco de 1955
Equipes: Ferrari, Maserati e Lancia
GPs disputados: 32
Títulos: 2 (1952 e 1953)
Vitórias: 13
Pole positions: 14
Voltas mais rápidas: 12
Pódios: 17
Mesmo antes da criação de um campeonato oficial da F1, Alberto Ascari já havia mostrado seu potencial com algumas vitórias circuito europeu de GPs, correndo com a Maserati. O desempenho chamou a atenção do comendador Enzo Ferrari em 1949, dando início à primeira grande parceria entre a Scuderia e um piloto de ponta na recém-formada categoria mundial. Juntos, os italianos venceram nada menos do que nove GPs seguidos entre 1952 e 53, chegando a 11 triunfos em 15 participações nesses dois anos e ao consequente bicampeonato. Ascari foi o primeiro piloto a conquistar mais de um título na F1 e, embora fosse relativamente novo em relação aos outros pilotos de sua época, deixou de se dedicar à F1 com o mesmo afinco a partir de 54 e teve passagens frustradas por Lancia e Maserati. Acabou falecendo em maio de 55, vítima de um acidente com um carro esportivo da Ferrari em Monza, na curva que hoje é uma variante de três pernas, rebatizada com seu sobrenome.

16º. Lewis Hamilton – 32 pontos

Lewis Hamilton comemora vitória em Austin (Foto: Timothy A. Clary/AFP Photo)
Nome completo: Lewis Carl Davidson Hamilton
Nacionalidade: britânica (inglesa)
Nascimento: 7 de janeiro de 1985
Idade: 27 anos
Estreia: GP da Austrália de 2007
Retirada: ainda corre
Equipes: McLaren
GPs disputados: 110
Títulos: 1 (2008)
Vitórias: 21
Pole positions: 26
Voltas mais rápidas: 12
Pódios: 49
Lewis Hamilton espantou o mundo ao mostrar maturidade, frieza e, acima de tudo, velocidade para peitar e desbancar o bicampeão Fernando Alonso em seu primeiro ano de F1. Chegou ao título logo na temporada seguinte, tornando-se o primeiro negro a vencer um campeonato mundial, dando mostras de que poderia impôr uma fase de domínio a partir de então. Entretanto, a falta de um carro constantemente vencedor e uma série de situações, dentro e fora da pista, minaram a cabeça do inglês, ofuscaram sua enorme velocidade pura e desgastaram a relação com a McLaren. Na Mercedes, Hamilton tentará dar a volta por cima no mais alto estilo, para provar que é ele, não Sebastian Vettel e nem Alonso, o melhor da atual geração.

17º. Kimi Raikkonen – 24 pontos (desempate: melhor posição nas listas – 14º)

Kimi Raikkonen - pódio - Abu Dhabi, 2012
Nome completo: Kimi-Matias Räikkönen
Nacionalidade: finlandesa
Nascimento: 17 de outubro de 1979
Idade: 33 anos
Estreia: GP da Austrália de 2001
Retirada: ainda corre
Equipes: Sauber, McLaren, Ferrari e Lotus
GPs disputados: 176
Títulos: 1 (2007)
Vitórias: 19
Pole positions: 16
Voltas mais rápidas: 37
Pódios: 69
Com grande talento natural, Kimi Raikkonen ascendeu de forma meteórica pelas categorias de base até a F1. Nela, se estabeleceu rapidamente como piloto de ponta., mas não conseguiu converter nada disso em títulos defendendo a McLaren. Para se tornar campeão, teve de vestir o vermelho da Ferrari em 2007 e protagonizar uma das viradas mais surpreendentes e históricas que a categoria já viu ao longo de seis decênios. Duas campanhas sendo superado por Felipe Massa em Maranello puseram dúvidas quanto à real capacidade do finlandês, mas seu retorno em ótima forma na última temporada, após dois anos longe dos monopostos, confirmou novamente que Kimi merece constar no rol dos grandes.

18º. Jochen Rindt – 24 pontos (desempate: melhor posição nas listas – 16º)

Rindt
Nome completo: Karl-Jochen Rindt
Nacionalidade: austríaca
Nascimento: 18 de abril de 1942
Morte: 5 de setembro de 1970
Estreia: GP da Áustria de 1964
Retirada: GP da Itália de 1970
Equipes: Ford Austria, RRC Walker, Cooper, Brabham e Lotus
GPs disputados: 60
Títulos: 1 (1970)
Vitórias: 6
Pole positions: 10
Voltas mais rápidas: 3
Pódios: 13
Os números não são tão expressivos, mas um acompanhamento detalhado da carreira de Jochen Rindt evidencia o potencial por trás do único campeão póstumo da história. Debutante na F1 com apenas 22 anos, o austríaco demorou certo tempo para evoluir, mas, a partir do momento em que assumiu o cockpit da Lotus, em 69, começou a mostrar do que era capaz, fazendo quatro poles e vencendo uma prova naquele ano. Após cinco vitórias e uma campanha dominante em 70, morreu em um trágico acidente em Monza, deixando no ar a sensação de que partiu quando seu ciclo de sucesso estava apenas no começo.

19º. Mika Hakkinen – 13 pontos (desempate: títulos mundiais – 2)

Hakkinen
Nome completo: Mika Pauli Häkkinen
Nacionalidade: finlandesa
Nascimento: 28 de setembro de 1968
Idade: 44 anos
Estreia: GP dos Estados Unidos de 1991
Retirada: GP do Japão de 2001
Equipes: Lotus e McLaren
GPs disputados: 161
Títulos: 2 (1998 e 1999)
Vitórias: 20
Pole positions: 26
Voltas mais rápidas: 25
Pódios: 51
Um dos campeões que mais demoraram a deslanchar, Mika Hakkinen tem como grande trunfo da primeira fase de sua carreira ter sobrevivido a um grave acidente nas ruas de Adelaide, na Austrália, em 1995. Se o ditado diz que o que não derruba fortalece, o finlandês voltou mais forte da batida e persistiu por mais alguns anos na McLaren até encontrar as condições necessárias para faturar os certames de 1998 e 99. É tido por Michael Schumacher como o maior rival da carreira do heptacampeão.

20º. Nigel Mansell – 13 pontos (desempate: títulos mundiais – 1)

Mansell
Nome completo: Nigel Ernest James Mansell
Nacionalidade: britânica (inglesa)
Nascimento: 8 de agosto de 1953
Idade: 59 anos
Estreia: GP da Áustria de 1980
Retirada: GP da Espanha de 1995
Equipes: Lotus, Williams, Ferrari e McLaren
GPs disputados: 187
Títulos: 1 (1992)
Vitórias: 31
Pole positions: 32
Voltas mais rápidas: 30
Pódios: 59
Outro a penar por vários anos até galgar um lugar ao sol, Nigel Mansell despontou de vez quando conseguiu, de forma inesperada, desbancar o bicampeão Nelson Piquet na Williams, em 1986, em briga ferrenha que levou ambos a perderem a taça daquele certame para Alain Prost. Chamado pelo brasileiro de “idiota veloz”, o inglês ficou conhecido por ser tão habilidoso e arrojado quanto acéfalo, uma espécie de anátema do tetracampeão francês. Tais predicados facilitaram a perda dos títulos de 86, 87 e 91 e renderam alguns momentos de tragicomédia, mas também proporcionaram grandes ultrapassagens e vitórias. A redenção veio com o imbatível FW14B, da mesma Williams, em 92, já na fase derradeira da carreira do “Leão”.

Fonte: Tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br/
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