14 de nov. de 2012

Os 30 anos do Mercedes-Benz W201

30-anos-Mercedes-Benz-Classe-C

No fim de novembro de 1982, a Mercedes-Benz apresentou o modelo W201, conhecido comercialmente como 190 e 190E. O sedã compacto e inovador ampliou a gama de modelos da Mercedes-Benz com uma terceira família, junto da Classe E e da Classe S – que na época ainda não levavam tais designações oficialmente. Ao lançar o 190E a Mercedes definiu seu futuro. Não apenas por ter marcado o início do segmento chamado internamente de “classe compacta”, mas também por marcar o início da fase mais acirrada da rivalidade com a BMW.

A Mercedes historicamente adotava uma postura de se considerar uma marca sem concorrentes, enquanto Audi e BMW se recuperavam a seu modo após a Segunda Guerra. Quando a BMW inventou o sedã compacto de luxo alemão e lançou o Série 3 em 1975 a Mercedes precisou rever sua postura. Pela primeira vez desde o fim da Segunda Guerra a Mercedes se viu obrigada a armar um contra-ataque a um rival.
O W201 foi cuidadosamente planejado para ser posicionado abaixo da Classe E de modo que não roubasse nenhum pedaço do território do modelo médio da Mercedes. Embora tenha sido um planejado como um produto para um nicho específico, ele não sofre dos males dos típicos “carros-produtos de nicho”, que deixam uma sensação de que poderiam ser um pouco melhores.

Na verdade o W201 foi um segundo passo na filosofia aplicada pelo designer Bruno Sacco: “um Mercedes deve sempre parecer um Mercedes”. Para conseguir fazer isso, Sacco criou os conceitos de “afinidade horizontal” e “afinidade vertical”. Segundo estes conceitos, os carros teriam elementos estéticos comuns entre si (horizontal) e deveriam evoluir seu estilo de modo que o modelo novo não tornasse obsoleto o modelo substituído, reforçando a ideia de continuidade que criaria um padrão estético atemporal. Dá para dizer que Sacco estava criando futuros clássicos – e sabia disso.

Além da revolução estética da qual fez parte, o W201 difere dos demais produtos de nicho por sua qualidade de construção – que empregava chapas de liga de aço mais resistentes, permitindo manter o peso abaixo de 1.200 kg, e tinha inovações como a suspensão traseira “five-link”, que contribuíram para torná-lo o primeiro esportivo moderno da Mercedes.
Antes dele os Mercedes eram esportivos de linha reta, mas o conjunto mecânico bem equilibrado com o motor 2.3 de 16 válvulas com cabeçote Cosworth o tornaram um dos grandes esportivos da época, com direito a corrida em Nürburgring para o lançamento vencida por Ayrton Senna. Mais tarde foram feitas as versões 2.3-16 Evolution e 2.5-16, e com a aquisição da então preparadora independente AMG, tornou-se o primeiro modelo AMG a ser vendido oficialmente pela Mercedes.

A preparação consistia no aumento da cilindrada do seis-em-linha de 2,6 litros para 3,2 litros, além das tradicionais alterações estéticas e aerodinâmicas. Seu sucessor, o C36 AMG W202 seria produzido em parceria com a Mercedes, o que faz do 190E o último AMG puro.
Em 1993 o W201 deixou de ser produzido, e deu lugar ao sucessor W202, agora já com a nova nomenclatura de classes oficializada pela Mercedes. Nesses 30 anos desde o seu lançamento, o 190E envelheceu bem, e deixa claro que é o ponto de partida do carro que o acompanha na foto de abertura do post – o que também prova que Bruno Sacco estava certo.

Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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