27 de abr. de 2012

Cotman: "O problema em São Paulo é que chove muito"

Projetista do circuito do Anhembi  da Indy defende que drenagem do asfalto está satisfatória

Tony Cotman vistoria a reta principal do circuito do Anhembi (LAT Photographic)  
 
O responsável pelo projeto do circuito de rua de São Paulo, Tony Cotman, defendeu que a pista urbana brasileira possui um sistema de drenagem eficiente, mesmo com a necessidade de paralisação das duas edições da prova da Indy realizadas até aqui por conta da chuva. Em 2010, houve tempo de retomar a corrida ainda no domingo, mas no ano passado ela teve de ser concluída na segunda-feira.

Para Cotman, é difícil planejar um sistema homogêneo de drenagem em circuitos de rua e, no caso específico de São Paulo, as condições climáticas da região não contribuem. "Creio que o acúmulo de água sempre seja um problema [das pistas urbanas]. Veja a última corrida em Long Beach: nós perdemos um dia inteiro de atividades por conta das chuvas intensas e a pista acumulou de 25 a 30 milímetros de água em toda a superfície", comparou.
"O que torna este circuito diferente dos outros são as características climáticas do Brasil. Chove muito aqui", enfatizou. "Quando chove excessivamente, não há nada que se possa fazer. Mas, a partir do momento em que volta o sol e começa a secar, é possível sugar as poças restantes e dissipar a água acumulada. A organização realizou diversas melhorias nessa área e, embora não dê para garantir 100% que não haverá interrupção pela chuva, estou confiante de que a pista se manterá em condições de disputa mesmo com níveis razoáveis de chuva", previu.
Cotman também minimizou a importância das ondulações para a realização da prova, afirmando que se trata de mais um problema inerente aos traçados não permanentes. "Um traçado que recebe um fluxo muito grande de carros diariamente sempre vai ter problemas de ondulação. Mas pode haver outros fatores. Em Toronto, no Canadá, é o inverno muito rigoroso que deixa a pista em condições lastimáveis e ano a ano eles têm que reparar e melhorar isso", relativizou.
Altura das zebras
Um dos assuntos comentados pelos pilotos durante as entrevistas de quinta e sexta-feira no Anhembi teve relação com a altura das zebras. Alguns competidores como Tony Kanaan reclamaram que elas continuam muito altas, mesmo após pedidos de que fossem rebaixadas.
O projetista disse não ter recebido nenhuma queixa formal e pontuou que foram feitas reduções na altura de algumas curvas. "Para ser honesto, não ouvi nenhuma reclamação sobre a altura das zebras no ano passado. Para este, nós baixamos a altura delas nas curvas 2, 3, 4, 5 e 10, as mais velozes. É uma coisa meio complicada, porque se a zebra for muito baixa, ela não serve para nada e os pilotos extrapolam seu limite, mas se for muito alta, ela pode ser perigosa", explicou.
"Um problema que identificamos no ano passado foi que a tinta das zebras ficou muito escorregadia quando molhada. Mas espero que isso tenha sido solucionado", acrescentou.
Pontos fortes
Na visão de Tony Cotman, o visual e o espaço dado à publicidade são os pontos mais fortes do circuito do Anhembi. Segundo ele, a pista brasileira se tornou referência para outras que recebem provas da Indy nesse quesito.
"Eu acho que é preciso usar todos os pontos fortes de cada circuito onde a Indy compete e uma coisa onde o Brasil tem sido muito bem sucedido é a aparência do circuito quando ele fica pronto. A qualidade da apresentação da pista, dos painéis e cartazes de publicidade é incrível", avaliou.
"Nós costumamos registrar em imagens os pontos fortes de todos os circuitos para usá-los como referências em outros e, no caso do Brasil, a apresentação é algo marcante e deve servir como parâmetro para outros autódromos que recebem a Indy", concluiu.
Por fim, o projetista descartou ter esperanças de não ver a etapa deste domingo ser realizada com pista molhada. "Eu gostaria muito que não chovesse, mas eu sou realista: aqui é o Brasil, vai chover."

Fonte: Tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
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