5 de mar. de 2012

Teste: Rolls-Royce Ghost é um castelo sobre rodas

Fotos: Divulgação
Teste: Rolls-Royce Ghost é um castelo sobre rodas
Carro de "entrada" da Rolls-Royce, Ghost mantém o luxo e exclusividade da marca
por Sergio Oliveira
do AutoCosmos.com/México
exclusivo para Auto Press


A Rolls-Royce lançou o Ghost em 2009 com a intenção de atrair novos clientes para a marca, após o sopro de renovação dado pelo Phantom – o primeiro carro feito sob a batuta da BMW. Com a expansão da Rolls, o Ghost se posiciona como a opção para aqueles novos milionários que nunca tiveram um modelo do clássico fabricante inglês. A novidade foi vista com muita reserva pelos entusiastas da marca, já que poderia "popularizar" o nome Rolls-Royce. Certamente, os 31% de crescimento em 2011, com 3.538 carros vendidos no mundo, são um marco. Mas nem de longe configuram a popularidade temida.

De três anos para cá, o carro não mudou em nada. O que não faz a menor diferença, já que continua ótimo. O Ghost usa muitos componentes, inclusive a plataforma, do BMW série 7. Só que a base foi alongada e recebeu diversas modificações para servir ao Rolls. Apenas 30% da estrutura se manteve igual ao topo de linha alemão. Tudo o que pode ser visto ou tocado pelos ocupantes é exclusivo do modelo. Mas, por conservar a herança da BMW, o Ghost também é o Rolls-Royce mais focado para o motorista, além de ser o carro mais rápido já produzido pela marca.
Sob o capô funciona um V12 de 6.6 litros biturbo com 570 cv, também de origem alemã. O torque chega a saudáveis 79,5 kgfm – disponíveis entre 1.500 e 5 mil rpm –, o que dá ao modelo disposição de sobra, mesmo pesando quase 2,5 toneladas. O motor é um dos fatores que faz o Ghost parecer ter menos que os 5,39 m indicados na ficha técnica. O conjunto é capaz de levar o carro do zero aos 100 km/h em apenas 4,9 segundos, número digno de esportivos. A velocidade máxima é limitada em 250 km/h.

Por dentro, o esperado de um carro da estirpe de um Rolls-Royce. O luxo chega a ser atordoante, com uma profusão de revestimentos em couro, madeira, alumínio, cristal, cromados, estofados e até em cashmere. A união entre elementos modernos e clássicos é muito bem consumada, com mesinhas em madeira de lei para os ocupantes traseiros apoiarem seus notebooks ou tablets, além da tela individual situada atrás dos encostos de cabeça dianteiros, que exibe informações sobre o carro, como o GPS. E que também pode funcionar como televisão.



O visual classudo é bem parecido com o do Phantom, com as suntuosas "portas suicidas", que tornam o entra e sai, particularmente dos bancos traseiros, mais fácil e glamouroso. Os ocupantes de trás, por sinal, possuem mimos exclusivos, como um botão que fecha automaticamente as portas, livrando-os do esforço de puxá-las. E há coisas tipicamente inglesas, como, dentro das portas, um guarda-chuva embutido revestido de teflon, caso o tempo mude repentinamente. O silêncio impera a bordo. O interior se parece com uma sala isolada acusticamente. Apenas um leve sopro vindo do motor é ouvido, desde que não se aumente o volume do excelente sistema de entretenimento.

O Ghost definitivamente é um carro para poucos. Ainda que tenha representado ganhos para a marca, de clientes vindos de BMW Série 7, Mercedes-Benz Classe S e outros, os US$ 385 mil – cerca de R$ 663 mil – cobrados pelo carro no mercado norte-americano – antes da adição de itens personalizados – certamente não o farão ser figurinha fácil nas ruas. A atenção aos detalhes é brilhante e junto com o carisma da marca, fizeram do modelo um sucesso instantâneo. No Brasil, as primeiras entregas começam em março. Cada unidade sairá por cerca de R$ 2,2 milhões.



Primeiras impressões

Simplicidade de lorde

Los Angeles/Estados Unidos – Dirigir o Ghost é surpreendentemente simples. Mesmo com toda a ostentação do interior extremamente luxuoso, a Rolls-Royce delegou o motorista apenas a função de guiar o modelo, sem mistérios ante as inúmeras possibilidades de configurações. Na pequena alavanca de câmbio posicionada na coluna de direção, apenas três posições: P, R e D.

Ao se dar a partida, nenhum barulho ou vibração no interior indicam o funcionamento do poderoso V12. Apenas o indicador de "reserva de potência" – que ocupa o lugar de um conta-giros – pula para os 100%, de onde se mexe muito pouco. A 100 km/h o ponteiro indica folgados 95%, e mesmo sob aceleração forte para entrar em uma rodovia, por exemplo, o máximo que ele desce é para os 40%. Mais potente que o Phantom, ele até aceita uma condução esportiva – e surpreende com as respostas afiadas –, embora o carro de luxo convide a uma condução relaxada, sem pressa.

A suspensão a ar é uma das maiores responsáveis pela sensação de "flutuar" que o modelo oferece ao rodar. Ela torna a experiência de dirigir o Ghost algo muito agradável e relaxante. Além disso, foi feita para ignorar buracos ou imperfeições no asfalto, de modo que nada incomode a viagem dos ilustres ocupantes. Há até mesmo um sistema que desconecta a barra estabilizadora dianteira quando em velocidade de cruzeiro em linha reta, para tornar o rodar ainda mais macio. A atenção aos detalhes no interior é meticulosa, com couro de primeira, madeira e veludo em tudo o que se pode ver ou tocar. Mesmo sendo o menor dos Rolls, o Ghost é um digno representante da marca inglesa.



Ficha Técnica

Rolls-Royce Ghost

Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 6.592 cm³, 12 cilindros em V, biturbo, quatro válvulas por cilindro e sistema de abertura variável de válvulas. Injeção direta e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático com oito marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle de tração.
Potência máxima:  570 cv a 5.250 rpm.
Aceleração de 0 a 100 km/h: 4,9 segundos.
Velocidade máxima: 250 km/h.
Torque máximo: 79,5 kgfm a entre 1.500 e 5.000 rpm.
Diâmetro e curso:
88,3 mm X 89,0 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Dianteira independente em alumínio do tipo double wishbone e amortecedores a ar. Traseira do tipo multilink e amortecedores a ar. Barras estabilizadoras na frente e atrás. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus:
255/45 R20 na frente e 285/40 R20 atrás.
Freios:  Discos ventilados na frente e atrás. ABS, EBD, assistente de frenagem de emergência e controle de frenagem em curvas.
Carroceria:
Sedã em monobloco, com quatro portas e cinco lugares. Com 5,39 metros de comprimento, 1,94 m de largura, 1,55 m de altura e 3,29 m de distância entre-eixos. Airbags frontais, laterais, para os joelhos dos ocupantes dianteiros e do tipo cortina.
Peso: 2.360 kg.
Capacidade do porta-malas: 490 litros.
Tanque de combustível:
82 litros.
Produção: Goodwood, Inglaterra.
Lançamento mundial: 2009.
Itens de série: Ar-condicionado automático, direção elétrica, trio elétrico, computador de bordo, volante multifuncional, partida por botão, rádio/CD/MP3/USb/iPod/Bluetooth, bancos dianteiros com ajuste de altura, airbags frontais, laterais e de cabeça, controle de estabilidade e de tração, ABS com EBD, assistência de frenagem de emergência e sensor de chuva com acionamento de farol baixo.
Preço nos Estados Unidos: US$ 385 mil (cerca de R$ 663 mil).




Fonte:motordream
 Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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