14 de mar. de 2012

Primeiras impressões: BMW Série 1

Carro de entrada da marca de luxo alemã parte de R$ 113.370. Nova geração está mais ‘nervosinha’ e tem mais tecnologia.

A estrela da BMW do Salão de Frankfurt do ano passado, a nova geração do BMW Série 1, chega em abril ao Brasil trazendo ao segmento de hatches compactos de luxo mais interatividade, potência e um câmbio automático de oito marchas que muda completamente a proposta de condução de um modelo cinco portas. A segunda geração, que utiliza a plataforma do Série 3, estreia inicialmente no país em três versões: a mais “clássica” 118i (R$ 113.370), a estilosa 118i Urban Line (R$ 119.200) e a esportiva 118i Sport Line (R$ 122.900).
BMW lança no Brasil a segunda geração do Série 1 (Foto: Divulgação)BMW lança no Brasil a segunda geração do Série 1 (Foto: Divulgação)
Para maio, a BMW revelou que pretende trazer uma quarta versão, chamada "Full", que será a topo de linha. O Novo BMW Série 1 é feito nas instalações de montagem da BMW em Regensburg, na Alemanha.
Por enquanto, o Série 1 concorre com modelos como Audi A3, Volvo C30 e, pela faixa de preço e perfil de consumidor, o Mercedes-Classe B — só que em 2013 está prevista a chegada do novo Classe A, que promete dar uma chacoalhada neste segmento. E o que o hatch da BMW traz de melhor está escondido sob o capô, além de ainda ser o único carro com tração traseira em sua categoria.
Concorrentes BMW Série 1 (Foto: Editoria de Arte/G1)
A grande promessa do modelo é a combinação do motor 1.6 16V turbo de 172 cavalos de potência máxima a 4.800 rpm e um torque máximo de 25,4 kgfm de torque entre 1.500 e 4.500 rpm. Ele usa uma tecnologia mais aplicada em modelos de segmentos superiores para ter tal desempenho em baixas rotações. É a chamada TwinPower Turbo, que não utiliza o sistema bi-turbo, de duas pequenas turbinas, mas sim um turbo compressor “twin-scroll”, que é maior e otimiza a combustão com dutos separados tanto no tubo de escape quanto no próprio sistema turbo, cada um servindo um par de cilindros.

Aliado ao motor está o opcional câmbio automático de oito marchas. Sim, oito marchas mesmo, nada de overdrive (o mecanismo que permite um ajuste “artificial” para o carro manter a velocidade em baixa rotação, aproveitando melhor o combustível). As vantagens da transmissão de oito velocidades são as mudanças de marcha mais rápidas e suaves e a melhor eficiência de combustível. De forma padrão, o carro vem com câmbio manual de seis marchas.
O conjunto motor-transmissão do carro foi testado pelo G1 nesta segunda-feira (12) na rodovia Rio Santos que liga o litoral norte de São Paulo ao estado do Rio de Janeiro. A direção eletromecânica do BMW não é o melhor da categoria — a do Volvo C30, por exemplo, é mais prazerosa —, mas, por outro lado, o câmbio automático de oito marchas vira o xodó do carro. A troca das marchas, tanto no modo Drive quanto na troca manual pela alavanca de câmbio, é feita de maneira suave, independentemente de velocidade e rotação.
bmw série 1 novo (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)BMW Série 1 na estreia mundial durante o Salão de Frankfurt 2011 (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1)
Aliás, por isso mesmo, é muito “divertido” brincar com as trocas até chegar à oitava marcha. Para ajudar, o câmbio da BMW tem as trocas invertidas — sobe-se as marchas jogando o câmbio para baixo e as reduções, para cima. A diversão do câmbio podia ser maior ainda se as trocas “na mão” pudessem ser feitas por borboletas no volante. Talvez por redução de custo o carro não tenha o brinquedinho.
Controlar o pé no hatch “nervosinho” não é tarefa simples, especialmente com a estrada livre. O novo Série 1 acelera de 0 a 100 km/h em 7,4 segundos e atinge velocidade máxima de 225 km/h. De acordo com a BMW, no ciclo combinado (estrada/cidade) o consumo de combustível é de 17,24 km/l. Mesmo em altas velocidades, o carro gruda nas curvas. Passar por valetas e lombadas não afeta o conforto de condutor e passageiros. Características que vem de outro preciosismo da BMW, a suspensão.
A suspensão é formada por um eixo dianteiro de dupla articulação com apoio cruzado do tipo MacPherson e barras estabilizadoras, e um eixo traseiro de cinco braços. Ele tem um eixo mais largo que seu predecessor tanto na frente quanto atrás, e uma distribuição de peso quase de 50:50, o que ajuda a traduzir as vantagens dinâmicas da tração traseira em respostas animadinhas sem abrir mão da condução mais confortável em comparação com o modelo anterior.
BMW Série 1 ganhou importantes mudanças estéticas e está maior (Foto: Divulgação)BMW Série 1 ganhou importantes mudanças estéticas e está maior (Foto: Divulgação)
Três modos de dirigir
No console central o comando de condução, item de série, ajusta a configuração do carro de acordo com as preferências pessoais do motorista. Todos os modelos oferecem três modos, Comfort, Sport e Eco Pro (este prioriza a economia de combustível). Em modelos BMW Sport Line e em carros equipados com a transmissão automática esportiva opcional de oito velocidades, direção esportiva variável ou suspensão adaptável, também há um quarto modo, o SPORT+.
Além do sistema mais econômico Eco Pro, o carro tem as tecnologias BMW EfficientDynamics de série, que incluem a Regeneração da Energia de Frenagem e direção eletromecânica, um compressor de ar-condicionado que se auto desconecta e pneus com menor resistência de rolagem. A função Auto Start/Stop vem de fábrica, tanto com a transmissão automática quanto manual de seis velocidades.
Acabamento do Série 1 melhorou, mas alguns itens ficaram de fora (Foto: Divulgação)Acabamento do Série 1 melhorou, mas alguns itens ficaram de fora (Foto: Divulgação)
Coloca tecnologia, tira conforto
Fora o design totalmente novo, cheio de vincos, e o maior espaço interno — comparado com o modelo anterior, a carroceria é 85 mm maior, a distância entre-eixos é 30 mm maior e a largura é 17 mm maior, com 21 mm a mais de espaço para as pernas —, a nova geração do Série 1 tem acabamento superior, com plásticos de alta qualidade e mais capricho nos detalhes das versões Urban e Sport.
Embora elas proporcionem mais possibilidades de personalização por meio de exclusivos recursos e equipamentos de design do interior e exterior, como detalhes na grade frontal e acabamento dos assentos, as versões “especiais” não deixam para trás a versão de entrada, mais barata e sóbria. É de se questionar gastar mais por tão pouca mudança, mas como se trata de uma categoria de luxo, mais detalhes se enquadram melhor na vontade do cliente de ter um carro exclusivo.
Mesmo assim, para manter o preço competitivo e considerando a alta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), o carro abdica de certos itens como saída de ar-condicionado direta para os bancos traseiros, ajuste elétrico dos bancos — aliás, este é o ponto mais fraco do carro, que utiliza sistemas simples, vistos inclusive em carros “populares” no Brasil, dificultando o posicionamento do banco para uma condução confortável —, e controle de cruzeiro.
BMW Série 1 tem, por enquanto, três versões no Brasil (Foto: Divulgação)BMW Série 1 tem, por enquanto, três versões no Brasil (Foto: Divulgação)
O “cruise control” por exemplo foi substituído por um limitador de velocidade. Embora não seja a mesma coisa, até que é uma tecnologia interessante porque “avisa” o condutor de que a velocidade estabelecida por ele foi ultrapassada “segurando” o motor. O motorista pisa e sente que o carro não vai na mesma proporção que pediu. Porém, se o pé vai fundo no acelerador, o controle é desativado.
Todas as versões trazem de série ar-condicionado , volante com comandos satélites e controles de estabilidade, tração e frenagem.
Balanço final
Pode-se dizer que o BMW Série 1 evolui muito e, agora, vai muito além de um carro compacto para filhos daqueles que compram carros de mais de R$ 300 mil. No segmento de luxo, trata-se de uma compra racional, por ter o preço de um hatch, mas com recursos vistos em carros como o Série 7. Em acabamento, fica equilibrado com a concorrência, mas o motor de 172 cv, a tração traseira e o câmbio automático de oito marchas dão o gosto da diferença à nova geração do carro que trouxe a BMW para este segmento. Agora, resta esperar para ver se “compensa” a versão 116i, prometida para o final do primeiro semestre. Mais comedida, ela tem motor 1.6 de 138 cv de potência a 4.400 rpm e 22,4 kgfm de torque entre 1.350 e 4.300 rpm.


Fonte: G1
Disponível no(a): http://g1.globo.com/carros/
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