O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, diz que não vai negociar enquanto a paralisação dos caminhoneiros e as ações que impedem o abastecimento dos postos de combustível da cidade não forem suspensas
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou em entrevista ao SPTV, da TV Globo, que não negociará com o Sindicato dos Transportadores Rodoviários de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) até a suspensão da greve dos caminhoneiros. "É inaceitável essa greve. É chantagem", afirmou. Kassab criticou duramente o bloqueio que impede caminhões-tanque de abastecer os postos de combustível da cidade."Existem malandros, existem bandidos que ao longo da noite passada apedrejaram caminhões que tentaram abastecer a cidade de São Paulo", disse.
A prefeitura entrou na Justiça contra o Sindicam pedindo multa de R$ 1 milhão por dia de paralisação que prejudique, por falta de combustível, serviços básicos na capital, como o atendimento de saúde e a coleta de lixo. "Eles sabiam há mais de um ano que ia chegar esse dia [da restrição do tráfego de caminhões em vias como a Marginal Tietê nos horários de pico do trânsito]", afirmou Kassab.
Por conta de ocorrências de violência contra caminhoneiros que tentavam deixar centrais de distribuição de combustível na Grande São Paulo, a PM está escoltando caminhões-tanque para atender serviços de urgência na cidade e abastecer postos. Um gabinete de gerenciamento de crise foi montado na tarde desta terça-feira (6) para discutir a distribuição de combustível. A própria polícia, hospitais (para funcionamento de geradores) e os transportes rodoviário e aeroviário terão prioridade no atendimento das escoltas.
Em um comunicado oficial, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) afirmou que suas empresas associadas, com o apoio de escoltas da polícia, devem retomar algumas operações de entrega de combustíveis ainda nesta terça. Estão sendo planejados comboios para entregas aos postos, ainda em volumes reduzidos.
Com a paralisação, vários postos de combustível já estão fechados, com bombas vazias. Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro), 82 postos dos 1.700 postos da cidade estavam sem nenhum combustível por volta das 14 horas desta terça, mas o número deve aumentar rapidamente. Vários postos subiram os preços por causa da alta procura.
A paralisação começou na madrugada de segunda-feira (5) como forma de protesto contra as restrições de circulação na Marginal Tietê das 5h às 9h e das 17h às 22h de segunda a sexta e das 10h às 14h aos sábados. Em entrevista à radio Estadão ESPN, Claudinei Pelegrini, vice-presidente da Associação Brasileira dos Caminhoneiros Autônomos, disse que tenta negociar a suspensão das restrições no período da manhã.
Transportadores de cargas do interior, que não aderiram à paralisação, já traçam rotas alternativas para entrar na cidade de São Paulo driblando a restrição do tráfego de caminhões na Marginal Tietê adotada pela Prefeitura. O custo do transporte, no entanto, aumenta, segundo as empresas de transporte, de 5% a 10% e os trajetos incluem ruas que não são próprias para o tráfego de caminhões.
Fonte: revista
Disponível no(a): http://revistaepoca.globo.com
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