28 de mar. de 2012

Apenas um erro por Rafael Lopes

Sergio Pérez comemora no pódio da Malásia
Confesso que, de vez em quando, fico impressionado com certas polêmicas que são criadas na Fórmula 1.
Principalmente pelos torcedores. O GP da Malásia teve um desses exemplos, envolvendo a Ferrari e Sergio Pérez, da Sauber. O mexicano, que está em sua segunda temporada e foi formado pela academia de pilotos da equipe italiana, chegava perto do líder Fernando Alonso quando recebeu uma mensagem pelo rádio de seu engenheiro.
Ah, quase ia esquecendo: a Sauber é um dos times que usa os motores Ferrari na categoria. Eis o recado do engenheiro: - “Checo”, tenha cuidado, precisamos dessa posição, precisamos dessa posição (No original em inglês: “Checo”, be careful. We need this position. We need this position).

Sergio Pérez ganha abraço de Stefano Domenicali na Malásia
Antes de continuar, “Checo” é o apelido de Pérez. Logo após a exibição desta conversa pelo rádio pela transmissão oficial da Fórmula 1, o mexicano cometeu um erro na curva 14, saiu da pista e perdeu contato com Alonso. Não demorou para começarem a aparecer as teorias de conspiração: “Ah, mas a Sauber impediu que seu piloto lutasse pela vitória por ordem da Ferrari”, “Pérez errou para não ter de ultrapassar Alonso pensando em uma vaga na Ferrari em 2012″. Tudo isso graças à péssima imagem que a equipe italiana tem. O que tenho a dizer sobre isso? Tudo besteira. Foi apenas um erro de Pérez. Só isso. Além disso, pouco antes, a Sauber demorou a chamar o mexicano para o pit stop. Foi apenas uma falha da equipe, totalmente desacostumada a brigar pela ponta. Não houve ordens para que o piloto do time suíço não ultrapassasse Alonso. Pensem comigo: se existisse algum esquema entre Sauber e Ferrari, qual a necessidade de deixar Pérez se aproximar tanto do espanhol no fim da corrida, com nove voltas rápidas em sequência?
Sergio Pérez comemora na Malásia

Sobre a mensagem do engenheiro, especificamente, também não vi problema algum. Precisamos sempre ter algo na cabeça: as comunicações por rádio exibidas na transmissão oficial da Fórmula 1 NUNCA são ao vivo, são sempre recuperações. Ou seja: a frase foi dita alguns momentos antes da exibição. E o erro de Pérez quase tirou o mexicano da corrida. Ou seja, era uma preocupação mais do que justificável, ainda mais com um piloto pouco experiente. Para a Sauber, assegurar o segundo lugar era algo muito importante. E por que o segundo lugar era tão importante para a equipe? Simples: sabem quantos pontos a Sauber fez na temporada 2011 inteira? 44. Isso, 44 pontos. Ou seja: a segunda posição de Pérez (18 pontos) renderia quase a metade do que o time suíço conseguiu no ano passado. Para uma equipe média, isso faz muita diferença. Quanto melhor a posição no Mundial de Construtores, melhor a fatia dos lucros da categoria que a equipe recebe. Um acidente nas últimas voltas poderia jogar todo o campeonato da Sauber pelo ralo.
Sergio Pérez festeja com a equipe na Malásia
Acho que agora tudo ficou bem explicado, não é mesmo? E não acho que tenha sido falta de ambição da Sauber. Em tempos nebulosos em termos econômicos na Europa, a sobrevivência das equipes médias e pequenas está sempre em risco. É verdade que Pérez trouxe vários patrocinadores mexicanos, mas a divisão dos lucros da Fórmula 1 é algo substancial no orçamento das equipes. Não dá para ignorar isso e ser inconsequente. E a alegria do piloto na saída do carro sepulta de vez qualquer teoria de conspiração. Fonte:voandobaixo
Disponível no(a): http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/
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