Dá para tomar como base um rali em que o francês é absolutamente dominante como é o Rallye Monte Carlo? Até não dá. Por outro lado, o óbvio é que qualquer um que já tenha ouvido falar em Sebastien Loeb em algum momento da vida sabe que o octacampeão mundial é o grande favorito ao título mais uma vez.
Bom, nem sempre é tão fácil quanto faz parecer o retrospecto de oito títulos consecutivos. Lances de emoção nos campeonatos até têm acontecido, mas Seb é um cara preciso, confiável e rápido como nunca existiu antes e tomou de assalto a categoria como ninguém havia conseguido antes.
Nos últimos anos tivemos campeonatos definidos de todas as formas, de todos os jeitos: com muitas etapas de antecipação, com poucos ralis de antecedência ou até mesmo na última prova. Por isso mesmo, não dá para tirar conclusões definitivas desde já para um campeonato que mal começou. Mas Monte Carlo trouxe para os fãs um indicativo de que o caminho do título pode não ser tão fácil. O problema é que os seus adversários terão que acertar como nunca e terão que ter uma sorte que ainda não tiveram para desbancar o francês.
Os adversários
Um exemplo? A quarta-feira de Monte foi um dia, de forma surpreendente, equilibrado. Jari-Matti Latvala estava fazendo frente a Sebastien Loeb em seu próprio habitat e, mais impressionante, ainda, estava liderando o rali com 30 segundos de vantagem. Mas... Na última especial do dia, o finlandês mostrou porque ainda não entrou no rol dos grandes pilotos. Cometeu um erro primário de interpretação - e pilotagem - e, como a organização de Monte não permitiu o Rally2, Latvala ficou de fora de Monte ainda no primeiro dia.
Latvala não é mais o crash-kid das últimas temporadas. Pelo menos em 2011, o finlandês teve um ano muito positivo, com poucos erros e bons resultados - quando o carro não o deixava na mão. O problema é que o erro cometido em Valence o deixa numa situação difícil no campeonato, já que começa a temporada a 25 pontos de Loeb. Como é ele quem pretende brigar pelo título no fim do campeonato, deveria pensar nos pontos antes de brigar pela vitória com Loeb - já que 'jogava fora de casa'... Não fez isso, ficou para trás. Terá que brigar pela vitória em Karlstad, no Rali da Suécia, no final da próxima semana, e começar a tirar a vantagem de Loeb.
Petter Solberg se saiu bem no sul da França. Fechou o rali na terceira posição, mostrando que os anos longe das equipes oficiais não tiraram a sua competitividade costumeira. Solberg pode se dar bem se Latvala não conseguir mostrar que é capaz de liderar a equipe rumo ao título - e ser ele a brigar pelo título com Loeb.
Dani Sordo foi outro que mostrou velocidade no evento que a Mini considera 'o rali de casa'. A marca inglesa mostrou mais uma vez a sua eficiência no piso asfaltico, como já tinha demonstrado na última temporada.O problema do cantabriano é que a sua equipe fará um programa limitado de ralis no ano -provavelmente uns 10- o que praticamente o tira da briga pelo título. Mas como a briga principal dele parece ser a conquista da primeira vitória, pode-se dizer que esta temporada é uma boa... Mas, na temporada passada, os Minis ainda estavam longe dos seus adversários na terra.
E Mikko Hirvonen, hein? Foi se esconder na barra das calças de Sebastien Loeb? Bom, a movimentação de mercado da última temporada não o ajudou, afinal, no momento em que a oferta da Citroen foi aceita, nenhuma adversária da montadora francesa havia confirmado presença no campeonato. Tanto Ford quanto Mini viviam a angústia da incerteza naquele momento e Hirvonen arriscou. Porém, neste primeiro rali, a coisa não correu bem para o finlandês, que até chegou ao final, mas nunca foi uma ameaça para os outros adversários.
Os outros
Uma das grandes questões de antes do rali era saber o que Sebastien Ogier seria capaz de fazer com um Skoda Fabia S2000 da equipe Volkswagen. E o francês andou muito, mostrando que poderá fazer frente a Loeb em 2013 se a equipe fizer a sua parte. Em Monte, ele andou como um grande, se enfiando na briga entre os seis melhores colocados no WRC, chegando a andar na quarta colocação. Porém, um erro num corte um pouco otimista na quinta-feira acabou por tirar o francês do rali.
Entre os que acabaram, podemos citar o ótimo desempenho de Evgeny Novikov, que terminou o rali na quinta colocação. Novikov é outro crash-kid, mas em Monte tirou uma apresentação da cartola, igualando o melhor resultado da carreira. François Delecour ficou com a sexta colocação, num bom resultado, à frente do segundo piloto da vez na equipe oficial da Mini, o especialista em Monte Perre Campana, que foi outro que fez um bom rali.
Agora, só nos resta esperar o desenrolar das próximas etapas.
Novela do promotor
Na última terça-feira, a FIA anunciou que a M-Sport é a nova promotora do WRC Academy. A categoria escola fazia parte do pacote de eventos promovidos pela North One e agora passam para as mãos da fornecedora/preparadora dos carros da categoria. A novidade para as jovens duplas é que o antigo prêmio de US$ 500.000 agora passa a ser uma temporada com um carro fornecido pela M-Sport numa categoria superior a do Academy. Uma boa nova para aqueles que pretendem seguir evoluindo na carreira.
Sobre o promotor da categoria principal, ainda nenhuma novidade concreta. A Eurosport Events negocia com a FIA, mas nada de fumaça branca.
XRC
Enquanto isso, no rali nacional, uma nova categoria foi lançada na última segunda feira, em Curitiba. O XRC - Extreme Rally Challenge - será uma categoria de rali de velocidade que fará parte da programação do Campeonato Brasileiro de Rali.
Serão carros pequenos - como o 207, que serviu como base para o protótipo exibido no lançamento da categoria- com um motor 3.5 V6 de 330cv e tração nas quatro rodas. Basicamente, apesar de ser um evento multimarcas, com peças originais de carroceria de diversas empresas, a mecânica deles será universal, resultando em custos mais acessíveis para os participantes. Resta saber como os carros vão se comportar na pista. Fica a torcida pelo sucesso da categoria.
Fonte: tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br/
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