2 de fev. de 2012

Teste: Honda Crossrunner promove convergência de fatores

Fotos: Divulgação
Teste: Honda Crossrunner promove convergência de fatores
Honda Crossrunner une esportividade a pitadas de off-road

por Carlo Valenti/Infomotori
exclusivo para Auto Press


A Honda sempre foi bem sucedida com as Sport Tourer, segmento que mescla características das motos esportivas com o conforto das touring, ótimas para longas distâncias. Entre elas, está a VFR, que "bombou" desde sua aparição, em 1986.
E agora, mais de vinte anos depois, a marca japonesa dá sequência ao desenvolvimento da gama com uma crossover, que desta vez mistura elementos tanto das naked esportivas quanto das motos aventureiras às estradeiras. O resultado é a Crossrunner, apresentada no Salão de Milão em 2010. A nova moto utiliza muitos componentes da VFR800, como motor, quadro, suspensões e até os freios.

O propulsor V4 de 782 cm³ entrega bons 102 cv, com a tradicional configuração em V com 90° entre as bancadas de cilindros. O sistema de variação contínua do tempo de abertura das válvulas VTEC faz com que boa parte da força esteja disponível a baixos regimes. Com isso, a Honda promete facilitar a utilização da moto em circuito urbano, com mais força em rotações moderadas e respostas prontas ao acelerador.

A Crossrunner usa uma suspensão por garfo telescópico na frente, com amortecedor de cartucho e curso de 43 mm. Atrás, do tipo monochoque com um amortecedor a gás e 119 mm de curso. Os freios são herdados da VFR, com sistemas de disco duplo e pinça de três pistões na frente e disco simples com pinça de pistão duplo atrás. O ABS é sempre de série, assim como o sistema de distribuição eletrônica da frenagem. O conjunto foi pensado para ser mais eficaz no asfalto, mas teve os pneus Pirelli desenvolvidos especialmente para a utilização mista da Crossrunner.



Na Europa, a nova Honda custa 11.085 euros – cerca de R$ 25 mil. No entanto, o preço pode aumentar bastante com a vasta gama de acessórios da marca. A lista inclui bagageiros laterais, que suprem a falta de espaços para armazenar objetos da Crossrunner. Além deles, um para-brisa escamoteável ajuda com o vento em viagens longas, e há até mesmo manetes aquecidos para pilotagem no inverno europeu.

A Honda pretende com a Crossrunner se inserir em um segmento crescente na Europa, hoje povoado por motos maiores, como a Ducati Multistrada 1200 e a Triumph Tiger 1050. A proposta de uma motocicleta agradável no trânsito urbano, e que ainda encare sem problemas uma viagem no fim de semana, caiu no gosto europeu, que tem se mostrado receptivo a essas motos. Segundo a Honda, a Crossrunner ainda não tem previsão para chegar ao Brasil.



Impressões ao pilotar

Mistura no ponto

A princípio, montar na Crossrunner gera uma impressão diferente. Mas não é nada negativo. A posição de pilotar surpreende pelo posto elevado, e o piloto viaja com as costas eretas e braços esticados. A base do assento localizada a 81 cm do solo ajuda no controle direcional e privilegia o conforto. A sensação é de total controle sobre a motocicleta, que parece pesar menos que os seus 240 kg sugerem.

Uma vez em movimento, a Crossrunner mostra suas melhores qualidades. A agilidade agrada e o baixo centro de gravidade torna as manobras fáceis e seguras. O desempenho do motor é muito bom, e se transforma após o patamar de 7 mil rpm. Abaixo disso, entrega força e suavidade para o tráfego urbano, e acima, o sistema VTEC muda o comportamento do propulsor, que passa a emitir um som mais encorpado e projeta a Crossrunner para frente com uma decisão significativa.



A suspensão dá conta das imperfeições do solo, e não demonstra qualquer sinal de instabilidade em curvas. Mesmo no limite, o comportamento é previsível e seguro. A Crossrunner segue o caminho apontado pelo condutor sem sustos. A sensação de segurança é tanta que é fácil se pegar fazendo curvas próximo do limite ou costurando pelo meio do trânsito.

Os únicos problemas são a ausência de espaços para armazenamento, que faz falta numa sport tourer, cuja função facilmente poderá ser a de única motocicleta para trabalho e lazer. Além disso, a suspensão – tanto dianteira quanto traseira – poderia oferecer algum tipo de ajuste, ainda mais pela proposta "multiuso" da Crossrunner.



Ficha técnica

Honda Crossrunner

Motor: A gasolina, quatro tempos, 782 cm³, quatro cilindros em V, quatro válvulas por cilindro, duplo comando no cabeçote e comando variável de válvulas. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico.
Câmbio:
Manual de seis marchas com transmissão por corrente.
Potência máxima: 102 cv a 10.000 rpm.
Torque máximo: 7,4 kgfm a 9.500 rpm
Diâmetro e curso: 72 mm X 48 mm.
Taxa de compressão: 11,6:1
Suspensão:
Garfo telescópico de 43 mm com 108 mm de curso. Traseira do tipo monochoque com amortecedor a gás, com 150 mm de curso.
Pneus:
120/70 R17 na frente e 180/55 R17 atrás.
Freios: Disco duplo, pinça com pistão triplo na frente e disco simples de 256 mm em forma de pétala, pinça com pistão duplo na traseira. ABS de série.
Dimensões: 2,13 metros de comprimento total, 0,79 m de largura, 1,24 m de altura, 1,46 m de distância entre-eixos e 0,81 m de altura do assento.
Peso: 240 kg.
Tanque do combustível: 21,5 litros.
Produção: Kikuchi, Japão
Lançamento mundial:
2011.
Preço na Europa: 11.085 euros, ou R$ 25.400.


Fonte: motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br
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