12 de dez. de 2011
Sim, a Toyota e a Subaru podem salvar a pilotagem Por Wes Siler
Embriagado pelo DVD e massageador automático de bunda em seu carro, talvez você não tenha percebido, mas os carros têm se tornado realmente entediantes nas últimas duas décadas. Claro, estão mais rápidos do que nunca – um Toyota Camry 2011 produz 21 cavalos a mais que um Porsche 911 1991 – são mais seguros do que nunca e mais luxuosos do que nunca. Mas tudo isso removeu o verdadeiro propósito dos carros: o ato de dirigir. Mas a salvação pode estar a caminho. Será que um novo produto da mais prateada das fabricantes pode colocar de volta o motorista em seu devido lugar?
E eu realmente digo que os carros se tornaram entediantes. Mesmo munido da rotatividade semanal dos mais novos e empolgantes carros do planeta, e até eventuais passeios pelo mundo para guiá-los em pistas de corrida, deixei a função de piloto de testes do Jalopnik no ano passado, partindo para o mundo mais envolvente das motos. Simplesmente não havia um carro no mercado capaz de prender minha atenção; não quando eu podia tirar a mão do volante em troca de um casaco de couro e de poder controlar de verdade um veículo veloz usando apenas a habilidade e comandos físicos.
Não acredita em mim? Tente alcançar a velocidade máxima do imponente CTS-V em uma pista. Em vez de um feito colossal, é só questão de afundar o pedal e tirar o carro do caminho das árvores. Ande em um SLS AMG em Laguna Seca ou, em vez disso, assista ao passeio enquanto a transmissão automática e o invencível controle de estabilidade cuidam de tudo. Oras, você pode quebrar recordes de volta com um Porsche 911 GT3 RS o dia todo sem se esforçar.
Mas tudo mudou uma semana atrás quando presenciei o lançamento do Scion FR-S aqui em Hollywood. O carro à minha frente não era uma ode a números estúpidos que se traduzem em uma experiência qualquer. Não era uma questão de recursos ou imagem. Não foi projetado para acentuar com perfeição a camiseta listrada do Sr. Fone Bluetooth ou deixar a Maria Chuteira se sentindo invencível. Diferente de literalmente todos os outros carros no mercado em 2011, foi feito para uma única coisa. Foi feito para ser guiado.
Rolaram alguns chororôs nas redondezas do Jalopnik porque o Scion FR-S/Toyota GT 86 e seu irmão Subaru BRZ não têm uma potência capaz de vender capas de revista. A eles eu digo: e daí? Já pilotei alguns dos carros mais potentes do planeta e me senti entediado. O problema é que, ao produzir uma potência absurda, você assume um risco absurdo.
Nenhum fabricante se dá o direito de permitir que meros mortais explorem os 560 cavalos de um modelo de luxo sem intervenções. E eu não me refiro apenas às intervenções do tipo eletrônico. O chassi nesses carros é projetado para a segurança, não para o envolvimento do motorista. Estabilidade em altas velocidades, não a agilidade em curvas fechadas. Os pneus estupidamente largos e de perfil baixo precisam transformar toda essa potência em aderência, e se recusam veementemente a escapar de forma controlada. Onde fica a diversão se você só tem duas opções no menu: aderência ou descontrole?
Por sinal, todo o conceito de que a velocidade de alguma forma se relaciona com o que queremos como motoristas é completamente errado. Não estou nisso para ler um número no painel, dirijo carros e ando em motos para desenvolver novas habilidades, e então praticá-las. Dirijo para participar de algo maior e, de vez em quando, pregar uns sustos em mim mesmo.
O melhor carro “para motoristas“ que já tive foi um BMW que pesava 1.275 quilos e produzia 170 cavalos. O Toyobaru pesa 1.220 quilos e produz 200 cavalos. É bastante para mim. O fato de poder guiá-lo sem me importar com a imagem que alguns leitores rednecks têm a respeito de mim e minha calça apertada, e que eu poderei carregar bagagem e às vezes até uns camaradas nos bancos de trás só o torna ainda melhor.
Para colocar os números em perspectiva, o BMW M3 atual pesa 1.680 quilos. Mais de 450 o peso do Subayota. Como fica a diversão com tudo isso?
O fato do GT 86/86/FR-S/BRZ chegar a um peso tão baixo sem o uso de materiais exóticos é uma indicação do seu apelo. Ele(s) não precisa(m) de um teto de fibra de carbono ou rodas de magnésio ou pedais de perforádio para andar bem. O que significa que você vai poder tirar muito dele pelo seu preço, que é menor que o de um Golf TDI (nos EUA). Você pode ter este carro. Você pode se dar ao luxo de acidentá-lo pois terá como consertá-lo. O que significa que você realmente vai poder pilotá-lo. E muito. Você vai poder modificá-lo. Você provavelmente será capaz de consertá-lo por conta própria em sua garagem.
Quando cheguei à apresentação do FR-S, vi um carro que era compacto, um carro que era prático, um carro que não gritava para chamar a atenção, um carro com tração traseira, com transmissão manual, leve e com distribuição perfeita de peso. Eu vi um carro que queria, e muito. Pela primeira vez em muito tempo.
Planejo comprar um BRZ. E você?
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):www.jalopnik.com.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário