18 de nov. de 2011

Como o design do Corvette evoluiu ao longo de 60 anos


Nessa semana mostramos a vocês a sétima geração do Corvette ZR1. Agora, vamos recapitular a evolução do esportivo mais importante da GM e as características que deram a ele esse status – tanto as mudanças certeiras, quando os equívocos – ao longo de 60 anos.
O Chevrolet Corvette sempre foi um carro dos designers. Foi o lendário projetista da GM Harley Earl que insistiu para que a Chevrolet produzisse seu próprio roadster depois de ver os militares voltando da Europa com carros esportivos na bagagem.

Corvette C1


Inspirado pelo Jaguar XK120, Harley Earl passou longas horas em seu escritório particular e secreto na matriz da GM, desenhando e redesenhando o que se tornariam as curvas marcantes do Corvette C1. O primeiro resultado do “carro dos sonhos” de Earl foi o protótipo EX 122. Este era, praticamente, o Corvette 1954.
Apresentado no GM Motorama em 1953, o protótipo representava a visão do esportivo americano combinando as formas luxuosas do começo da década de 1950 com a postura agressiva dos foguetinhos europeu. O nome vem de corveta, um tipo de navio militar característico por sua agilidade para manobras, e foi sugerido por Myron Scott, um fotógrafo da agência de publicidade da GM.

Corvette C1 (1956)


O primeiro Corvette vendeu pouco e, enquanto os outros projetistas consideravam seu fracasso, Bob Cadaret foi além e projetou um modelo mais musculoso para 1956. Foi o primeiro Corvette a apresentar as provocantes curvas esculpidas na carroceria logo atrás dos para-lamas dianteiros.

Corvette C1 (prévia da traseira C2)


O novo projeto foi um sucesso, e Bill Mitchell (que substituiria Earl na chefia de design em 1958) logo iniciou uma competição entre os estúdios da GM para idealizar o Corvette 1960.
Uma mudança na cúpula da GM atrasou a geração seguinte do Corvette, mas em 1961 os compradores tiveram uma prévia da geração C2 com uma modificação no estilo da traseira, seguindo o que se tornaria a linguagem de estilo do Sting Ray.

Corvette C2


O carro que venceu o concurso de Mitchell foi um cupê desenhado por Peter Brock (que deixaria a GM em 1960 e acabaria desenhando o Shelby Cobra Daytona Coupé). Ele se tornaria o Corvette Q, um protótipo construído com a leveza em mente, usando o transeixo do Corvair e suspensão traseira independente.
Larry Shinoda era um hot-rodder californiano que havia sido expulso do Art Center College of Design por ser ousado demais. Breves passagens pela Ford e Packard deram a ele a experiência necessária para ser subordinado de Mitchell na GM, trabalhando com o engenheiro-chefe do Corvette Zora Arkus-Duntov naquele que se tornaria o Stingray Racer XP-87 1959.
Com elementos de estilo introduzidos pelo projeto Corvette Q de Mitchell (e inspirado pelo Jaguar E-Type), Shinoda refinou os vários elementos dos protótipos em uma nova cara para o roadster, o que resultou em um dos carros esportivos mais surpreendentes que o mundo já havia visto: o Sting Ray 1963.

Corvette C3 Mako Shark II (1965)


Enquanto praticava pesca submarina em Bahamas, Bill Mitchell fisgou um enorme tubarão lamnideo, que ele pendurou na parede de seu escritório. Foi assim que o conceito Mako Shark II de Shinoda acabou inspirado por um tubarão.

Corvette C3


Com o C3, a Chevrolet continuou a avançar o design do Corvette. No reino dos esportivos, as formas do Corvette 1968 eram puramente vanguardistas, e ele estabeleceu novos recordes de vendas.
Quase 18 centímetros mais longo e cinco centímetros mais baixo que o C2, o projeto do C3 vinha sendo descrito como “garrafa de Coca” – com o centro mais estreito que as pontas – e foi o responsável por reduzir o espaço interior. Ele tinha uma traseira kamm que dava um aspecto de carro de corrida e perfil aerodinâmico. Foi o primeiro carro a ter o teto chamado “T-top”, que mantinha a rigidez estrutural enquanto permitira passear com os cabelos ao vento.
Infelizmente a C3 seria a geração que viu o maior declínio de desempenho do Corvette durante a crise do petróleo e as primeiras leis de emissões de poluentes nos anos 1970. Esta geração também teria seu estilo neutralizado pela regulamentação de para-choques. O que começou como algo avançado e belo mais tarde tornou-se um resto triste e cansado fora de moda.

Corvette C4


O otimismo próspero da década de 1980 precisava de um novo tipo de Corvette, e em 1984 foi lançado o C4. Foi o primeiro modelo de Corvette 100% novo desde 1963.
Jerry Palmer concebeu o C4 como um esboço em algum momento de 1978. Ele trabalhava no Chevrolet Exterior Studio 3 desde 1974 e saiu em 1977, quando Bill Mitchell vazou da GM. A revolucionária forma de cunha no Corvette foi a primeira mudança radical no carro desde o começo da década de 1960. Por dentro, o C4 teria uma combinação de luxo e futurismo, com painel digital que empregava LCDs e um legítimo teto targa.
Da mesma forma que o C3 representou o declínio do Corvette, o C4 representou o retorno ao alto desempenho. Ao longo da vida do C4 o Corvette lentamente recuperava seu tempero, começando com problemas elétricos e razoáveis 205 cv, e chegando a 1990 com o ZR-1 de 375 cv e comando quádruplo para as 32 válvulas, um modelo de entrada de 300 cv, e a partir de 1996 o Grand Sport e seus 330 cv.

Corvette C5


Tal como o C4, o C5 foi um Corvette revolucionário, mesmo que sua nova carroceria não demonstrasse isso. Pela primeira vez os designers do Studio 3 foram inspirados pelos japoneses para dar ao Corvette um apelo mais tecnológico e avançado. Os designers adotaram mais “curvas-não-curvas” e ressuscitaram o detalhe lateral do C1, dando ao carro para-lamas dianteiros mais pronunciados logo atrás das rodas.
Mas foi a base do C5 que fez o carro decolar. O novo modelo era mais leve, mais potente, mais rígido e tinha menos componentes que o C4. Quando o Z06 de 385 cv chegou em 2001, o Corvette finalmente tornou-se um carro capaz de competir com os melhores da Europa.

Corvette C6


Com um estilo mais compacto, geometria de suspensão aprimorada e pelo menos, 400 cv, o Corvette C6 finalmente começou a arranhar a porta dos esportivos mais caros. Apesar da volta dos faróis expostos, o coeficiente de arrasto aerodinâmico do C6 foi o melhor de todos, chegando a 0,28. Era menor, mas tinha entre-eixos maior que o do C5.
Com os modelos Z06 e ZR1 o Corvette tornou-se mais que um esportivo de um truque só. O Z06 introduziu um chassi de alumínio e outras medidas de redução de peso para combinar com a volumosa potência que os carros recebiam. Enfim, o paradigma de design do Corvette permanecia relativamente estável por 25 anos. A empresa abandonou as grandes variações na linguagem de estilo das décadas de 1950 e 1960.
Com o C7 veremos novamente se haverá evolução em desempenho e estilo. As primeiras projeções foram polêmicas: teve gente que gostou e gente que detestou

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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