Chineses assinam acordo para compra da Saab

Endividada, marca sueca parou produção em junho passado. Investidores pagarão 100 milhões de euros de forma gradual.

Sede da Saab em Trollhattan, na Suécia (Foto: Erik Abel/AFP)

A montadora holandesa Swedish Automobile (antiga Spyker Cars NV) chegou a um acordo com os investidores chineses Youngman e Pang Da para a venda da marca sueca Saab Automobile, informou nesta sexta-feira (28) a fabricante.

Youngman e Pang Da pagarão de forma gradual 100 milhões de euros para adquirir a Saab, segundo uma declaração de intenções que será válida até o dia 15 de novembro e deve de ser aprovada pelas autoridades envolvidas, os acionistas da matriz holandesa e "outras partes", afirmou a empresa em comunicado.
A informação chegou minutos depois que o administrador designado pelos tribunais suecos, Guy Lofalk, retirasse sua solicitação de interromper o processo de reestruturação e moratória, e pedisse a assinatura de um acordo de compra.
Segundo Lofalk declarou perante o tribunal de Vänersborg, Youngman e Pang Da fornecerão "o financiamento necessário para a reconstrução e para o plano de negócios".

Histórico da criseO acordo volta a salvar no último momento a Saab Automobile, sobre a qual pendia de novo a ameaça de desaparecimento, já que uma interrupção do processo de reconstrução implicaria provavelmente na apresentação de solicitações de quebra contra a empresa por falta de pagamento a empregados e provedores. A marca que pertencia à General Motors foi vendida após longas negociações à Swedish Automobile, durante a crise da montadora norte-americana, quando a Saab esteve próxima de encerrar atividades.
A Swedish Automobile e os investidores chineses haviam assinado há alguns meses um acordo pelo qual estes se comprometiam a investir 245 milhões de euros e participar do conjunto de acionistas da Saab Automobile. Porém, as dificuldades econômicas da empresa, cuja produção está paralisada desde junho passado, além da solicitação de moratória nos tribunais, provocaram o mal-estar dos investidores chineses, que desistiram do acordo. A marca cancelou a participação no Salão de Frankfurt, em setembro passado, maior evento do ano no setor.
Em 21 de setembro, o tribunal tribunal sueco de apelações de Vanersborg deu proteção de lei de falência à Saab, concedendo à fabricante um procedimento de reorganização voluntária. Em primeira instância, o pedido havia sido negado porque a Justiça não viu "razões suficientes para pensar que uma reestruturação da empresa funcionaria".
As partes envolvidas no processo de resgate da Saab retomaram as negociações nos últimos dias, mas a delicada situação obrigou os donos holandeses a ceder diante dos investidores chineses, interessados apenas na compra, e não uma parceria, que era a ideia inicial.

Fonte: G1
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