7 de jul. de 2011

Uma Yamaha YZF-R1 com supercharger



- Você consegue trabalhar sob pressão?
- Olha, não sou acostumado, mas já obtive bons resultados sem necessariamente precisar de pressão extra além do meu trabalho corriqueiro.

- Mas em casos extremos, geralmente como é a sua reação?
- Bem, geralmente eu derrubo a pessoa no chão sem pensar duas vezes…
Assim respondeu a Yamaha R1 da preparadora alemã RF Biketech quando o acelerador foi torcido ao limite em seus primeiros testes. Mas também, não chegaram nem mesmo oferecendo um cházinho de camomila, um pano umedecido em água morna, um docinho…
A motocicleta original é conhecida por seu ímpeto selvagem e intempestivo. À época de seu lançamento, não era raro ler em publicações especializadas (obrigado mãe, por não jogar minhas revistas Motociclismo fora!) comparações com o veneno da Yamaha RD350 – Viúva Negra. O motor DOHC, de quatro cilindros em linha,  de 998cc, com cabeçote de cinco válvulas por cilindro (três de admissão e duas de escape) e 182cv @ 12.500Rpm já pregava bons sustos mesmo nos pilotos mais experientes, mas a empresa especializada em montar belos modelos de streetfigthers abusou ao modificar esta YZF R1.

Apesar do motor não sofrer grandes modificações internas (vai estragar o que já está bom?), a empresa resolveu inovar um pouco na questão da sobrealimentação, uma vez que modelos turbinados já são conhecidos mundo afora, e optou pela adoção de um compressor volumétrico do tipo roots da Eaton. Diferente dos veículos sobrealimentados por turbinas, os comprimidos já despejam sua ira desde as primeiras rotações. O sistema foi adaptado para trabalhar com carga máxima de apenas 0,3bar (4,5Psi), estando interligado ao virabrequim por meio de uma engenhosa e espalhafatosa correia coberta por capa que sai pelo meio da lateral direita da capa do tanque de combustível.
O escape 4×2 em aço inox delineia-se ao longo da parte posterior do motor e segue até a rabeta esguia da moto. Se a intenção era fazer a R1 parecer forte e extrema, a RF Biketech conseguiu. O desempenho atingiu seus 230cv @ 12.500 e agora a tocada assemelha-se àquelas motocicletas V8 monstruosas, mas não por conta do compressor…

Como a pretensão era ser uma motocicleta boa de briga, a carenagem foi completamente removida e remodelada com novas entradas de ar, adaptações às exigências mecânicas, garfos, braços da suspensão dianteira, faróis e rodas alargadas para 5,5″ na dianteira e 12″ na traseira. Os novos pneus chamam a atenção pois medem 180mm na dianteira e 360mm na traseira! Para encaixar este monstro de borracha, um novo braço oscilante regulável foi projetado contando com a ajuda de um espaçador instalado diretamente no cubo. Assim é possível encontrar a perfeita simetria entre estabilidade direcional e agilidade nas curvas, bastando ajustar o conjunto ao gosto do piloto. A cor laranjada e preta faz como aqueles insetos nocivos que trazem na pele o aviso: não mexa, ou vai se dar mal!
O acerto foi dado pelo uso de um módulo eletrônico Power Comander, com velas de ignição de grau térmico 11 (!!!) e em testes chegou-se a absurdos 247cv @ 13.900Rpm, mas a RF Biketech optou pelo bom-senso, integridade física do piloto e preferiu reduzir o risco de uma quebra indesejada destruir todo o belo trabalho executado.
Considerando que a Yamaha que corre no MotoGP tem cerca de 250cv, creio que está de bom tamanho.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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